Browsing by Author "Silva, Francisco Vaz da"
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- Atenção conjunta em crianças surdas: especificidades do desenvolvimento e implicações para as práticasPublication . Silva, Francisco Vaz daPretendemos neste trabalho abordar o desenvolvimento da atenção conjunta no contexto de interacções entre a criança e seus cuidadores pela importância que lhe é atribuída para o desenvolvimento sóciocognitivo e, em particular, o desenvolvimento da linguagem. O interesse por este tema advém também do relativo atraso que a investigação reporta no caso de crianças surdas filhas de pais ouvintes que se associa ao designado fenómeno de atenção dividida (Gallaway, 1998; Lederberg, 1993; Wood, Wood Griffiths, & Howarth, 1986). Por causa deste fenómeno, as crianças surdas têm de aprender a coordenar a sua atenção em relação à pessoa com quem interagem, bem como em relação a objecto ou eventos no seu ambiente. Pelas potenciais implicações para as práticas, analisaremos as estratégias de interacção usadas por mães surdas que, com mais facilidade do que mães ouvintes, andaimam o desenvolvimento das capacidades de coordenação da atenção visual das crianças e facilitam a ocorrência de episódios de atenção conjunta e a influencia que os resultados destas investigações têm tido em programas de intervenção precoce direccionados para o apoio a crianças surdas e suas famílias.
- Criação de um kit básico sobre tecnologias de apoio à comunicação para alunos com multideficiênciaPublication . Marques, Cláudia; Silva, Francisco Vaz da; Nunes, ClarisseAs dificuldades comunicativas manifestadas por alunos com multideficiência (MD) exigem o recurso a formas alternativas de comunicação, as quais nem sempre são do conhecimento dos docentes que com elas trabalham (Copley & Ziviani, 2004; Nunes, 2011). Neste sentido propôs-se a criação e implementação de um Kit básico de Tecnologias de Apoio à Comunicação (TAC) para alunos com MD, procurando-se perceber como é que os professores de alunos com MD se apropriaram do Kit; o efeito que a sua introdução teve na prática pedagógica e se respondeu às necessidades de natureza prática desses professores. Pretendeu-se ainda verificar se o Kit elaborado promoveu a utilização de TAC com alunos com MD. A natureza qualitativa deste estudo definiu a realização do mesmo como sendo um projeto de investigação-ação, o qual envolveu 6 UAAM e contou com a participação de 14 professores e 21 alunos com MD e com idades compreendidas entre os 6 e os 16 anos. Os resultados indicam que o Kit elaborado permitiu colmatar necessidades de informação dos professores nas áreas da MD e das TAC e sugerem que as estratégias apresentadas para os primeiros dois níveis comunicativos não foram suficientemente concretas, permanecendo a necessidade de informação e apoio para os professores neste tópico. A implementação deste recurso aumentou a utilização de TAC junto dos alunos com MD, evidenciando a pertinência da sua criação, mas há carência de tutoriais centrados nos dois primeiros níveis de competência comunicativa.
- A inclusão de alunos com problemáticas graves: revisão de dissertações e projetos de investigação realizados no âmbito do Mestrado em Educação Especial da ESELx.Publication . Silva, Francisco Vaz daEste artigo pretende passar em revista de um conjunto de trabalhos, Dissertações e Projetos de Intervenção, realizados no âmbito do Mestrado em Educação Especial da Escola Superior de Educação de Lisboa, relacionados com a inclusão de alunos com problemáticas graves. O nosso propósito foi dar conta da investigação que se tem produzido no âmbito do curso, focando a emergência de temáticas relacionadas com a inclusão, de estudos iniciais de carácter descritivo e exploratório (ex: descrição de contextos e práticas educativas, percepções dos docentes sobre a inclusão) a, mais recentemente, estudos com objectivos mais precisos (ex: estudos sobre as interacções entre pares, a utilização de tecnologias de apoio à comunicação e aprendizagem) e projectos de intervenção (ex: inclusão de alunos com problemas graves em actividades com alunos com desenvolvimento típico, formação de Assistentes Operacionais). A nossa revisão foca-se também na evolução das metodologias adotadas (progressivo recurso a fontes diversificadas de informação e a dados de observação direta). Estes trabalhos, finalizados entre 2010 e 2012, são aqui revistos organizados em função de linhas de investigação. Nas notas finais apresentam-se sugestões de possíveis estudos futuros.
- A Inclusão na perspectiva de mães de crianças e jovens com necessidades especiaisPublication . Silva, Francisco Vaz da; Milagaia, CatarinaNeste estudo, foram entrevistadas seis mães de crianças ou jovens com necessidades especiais seguindo a técnica de focus group com o objectivo de: i) Conhecer as suas perspectivas sobre o conceito e processos de inclusão, ii) identificar os indicadores de sucesso que mais valorizam e iii) identificar factores que consideram facilitadores de inclusão e os que consideram como barreiras à inclusão. Resultados mostram que este pequeno grupo de mães tem uma posição muito favorável à inclusão e consideram-na como uma questão de Direitos Humanos. Na sua perspectiva, as experiências de inclusão de sucesso, envolvendo a participação em actividades com outros, e o sentido da pertença estão associados a sentimentos de satisfacção vividos por todos os envolvidos (crianças ou jovens, profissionais e os pais), o que põe em evidência a dimensão emocional que nos parece ser específica de pais. Apontam como indicadores de sucesso as características acolhedoras do ambiente, a participação em actividades em conjunto, as atitudes das pessoas (profissionais, pais das outras crianças e as próprias crianças), bem como a satisfação e regozijo manifestados por todos os envolvidos. A heterogeneidade do grupo, a sensibilização e envolvimento da comunidade e a adequação das práticas educativas dos professores são identificadas como factores facilitadores da inclusão. Pelo contrário, a falta de respostas para a inclusão após a escolaridade, os preconceitos, baixas espectativas e práticas educativas desadequadas são consideradas barreiras. Mães fazem ainda referência a dificuldades na cooperação e estabelecimento de verdadeiras parcerias entre famílias e professores como uma barreira. Os resultados são confrontados com os de outras investigações na área e são exploradas as contribuições para o aprofundamento da compreensão do conceito de inclusão.
- Um percurso na construção de uma educação inclusivaPublication . Silva, Francisco Vaz daEm 1978, quando iniciei a minha carreira profissional, Ana Maria Bénard da Costa era Chefe da Divisão da Educação Especial (DEE) e dirigia o conjunto das Equipas de Educação Especial que, de norte a sul do país, enquadravam os profissionais (educadores, professores, terapeutas e psicólogos) que apoiavam a integração de alunos com Necessidades Educativas Especiais em escolas e turmas do ensino regular. Espírito vivo e entusiasta, sempre batalhou por oferecer a esses profissionais da educação as melhores condições de trabalho possíveis e, muito importante, formação e informação actualizadas e inovadoras. Nesta entrevista, Ana Maria fala-nos dos valores em que sempre acreditou, das pessoas que a inspiraram e soube chamar para a ajudarem, e nos ajudarem, e nos princípios essenciais da inclusão com uma actualidade e frescura notáveis. Uma Senhora que sabe guardar a capacidade para se apaixonar! Um exemplo para mim, com certeza para muitos mais que tiveram o privilégio de com ela se cruzar e trabalhar. Esta entrevista teve lugar em Julho de 2014. Integralmente gravada e transcrita, deu origem a um texto que foi, ao longo de vários meses, reescrito e revisto pelos dois, entrevistador e entrevistada, até se chegar ao texto final que de seguida se apresenta.
- Práticas educativas com crianças com PEA: «histórias sociais» que oportunidades de interação?Publication . Brilha, Dina; Silva, Francisco Vaz da; Nunes, ClarisseO presente trabalho inscreve-se num Projeto de Intervenção mais amplo, motivado pela necessidade de promover comportamentos sociais mais adequados em alunos com Perturbação do Espectro do Autismo (PEA) que frequentavam uma Unidade de Ensino Estruturado (UEE). As estratégias seguidas incluem a criação e implementação de «Histórias SociaisTM» (Brilha, 2012). Pretendeu-se apresentar alguns dos dados apresentados no Projeto de Intervenção acima descrito com o propósito de compreender: a) a relação entre comportamentos de envolvimento passivo (atenção focada nas pessoas e nos materiais) e comportamentos de envolvimento ativo (comportamentos de interação simbólicos e não simbólicos) nos momentos da hora do conto; b) as diferenças nos comportamentos de interação dos alunos na hora do conto em função do tipo de histórias: histórias comuns e «Histórias SociaisTM»; c) a diferença nas estratégias usadas pela professora quando conta e explora histórias comuns e «Histórias SociaisTM». Os comportamentos de interação de seis alunos com PEA e da professora foram estudados durante oito sessões de hora do conto. Em quatro das sessões foram contadas histórias tradicionais, nas restantes quatro foram contadas «Histórias SociaisTM» especialmente elaboradas para o efeito. Resultados mostram uma associação positiva significativa entre envolvimento ativo e passivo nas duas situações - histórias comuns e «Histórias SociaisTM».A análise dos comportamentos de interação dos alunos em função do tipo de histórias, mostrou diferenças significativas em relação à atenção (foca o olhar) e à participação oral (fala), mas não em relação a outros comportamentos de interação. Não se encontraram diferenças apreciáveis nos comportamentos de interação da professora em função do tipo de histórias. A discussão dos resultados foca-se no perfil de desempenho dos alunos, nos efeitos das «Histórias SociaisTM» nos comportamentos de interação dos alunos e na reflexão sobre melhores formas de potenciar estes resultados através das estratégias de interação do adulto.
- Projeto creche: estratégias promotoras do desenvolvimento da comunicação e linguagem em crianças surdasPublication . Cascalho, Maria José Sant’Ana Morais; Silva, Francisco Vaz daO nosso objetivo é divulgar um projeto de intervenção numa sala de creche com crianças surdas, idades entre os 12 e os 36 meses, seguindo uma abordagem educativa bilingue. O projeto parte de necessidades sentidas pelos profissionais envolvidos e do seu desejo de melhorar a qualidade dos serviços. Foi realizada uma avaliação inicial relativa à linguagem e envolvimento das crianças em atividades de “hora do conto” e às necessidades sentidas pelos pais que levou à formulação de objetivos em três planos complementares: i) Promoção da linguagem e comunicação das crianças, ii) envolvimento das famílias e, iii) aprofundar a cooperação entre os profissionais. O projeto adotou o modelo de investigação-ação para a intervenção. Ao longo de três meses um conjunto de oito histórias foram adaptadas e contadas pela educadora oralmente e pela formadora de língua gestual portuguesa em língua gestual. As famílias foram envolvidas no projeto participando em atividades na sala e promovendo atividades no contexto familiar. Os resultados nas variáveis usadas para monitorizar o processo mostraram uma evolução muito positiva em relação aos objetivos formulados. Numa reflexão final, procurámos interpretar alguns dos resultados apresentados à luz da literatura.
- Respostas educativas para alunos com multideficiência: conceções e práticasPublication . Apolinário, Mônica; Nunes, Clarisse; Silva, Francisco Vaz daO presente estudo procurou conhecer as conceções e as práticas de docentes do ensino regular (ER) e de educação especial (EE) sobre as respostas educativas para alunos com multideficiência (MD). Almejou, ainda, perceber quais as necessidades e as preocupações das famílias desses alunos, e a sua opinião sobre as práticas dos docentes, no sentido de se perceber de que modo as conceções e as práticas docentes se articulam com as necessidades e preocupações dos pais. O estudo de natureza descritiva, na modalidade de estudo de caso, realizou-se numa escola do 1.º Ciclo com uma Unidade de Apoio Especializado à Educação de Alunos com MD e envolveu 16 participantes: cinco alunos com MD, seis docentes e cinco pais. Os dados foram recolhidos através da observação, pesquisa documental e entrevistas. Os resultados revelam que os docentes têm conceções diversificadas face à educação de alunos com MD no ensino regular, sendo estas, maioritariamente, favoráveis; que as necessidades e preocupações dos pais se relacionam com o investimento na comunicação, o desenvolvimento da mobilidade e motricidade, capacidade de memorização e autonomia; e que as práticas do professor de EE parecem satisfazer, em parte, estas necessidades, contrariamente às práticas dos docentes de ER, com exceção de um docente. Parece também existir escassa articulação entre as necessidades dos pais e as práticas desenvolvidas pelos docentes. Os pais têm uma participação pouco ativa no processo escolar dos filhos e a comunicação estabelecida entre a escola e a família ocorre, essencialmente, nos momentos de avaliação.
- Situações de jogo / brincadeira: promoção de interações desenvolvimentalmente estimulantes entre pais e crianças em idade de crechePublication . Carvalho, Manuela; Silva, Francisco Vaz da; Nunes, ClarisseO presente trabalho inscreve-se num projeto de intervenção mais vasto (Carvalho, 2013) motivado por constrangimentos à participação de pais no projeto educativo das suas crianças numa creche do concelho de Lisboa. Estes constrangimentos eram sentidos pelos profissionais e pelos pais. A estratégia de intervenção escolhida foi o envolvimento dos pais em momentos de brincadeira com os seus filhos nos contextos familiar e de creche. Esta estratégia permitiria ultrapassar os constrangimentos sentidos, na medida em que era pretexto para que pais participassem em atividades na creche e oferecia motivo e assunto para trocas e cooperação entre pais e profissionais. Porque as brincadeiras constituem uma das atividades principais de crianças pequenas, são oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento potencialmente enriquecidos pela participação de um adulto ou outro mais experiente. A estratégia de promoção de momentos de brincadeira servia também objetivos de aperfeiçoamento das estratégias de interação dos adultos, bem como de aumento do envolvimento das crianças nestas atividades. A implementação do projeto obteve, desde o início, a adesão dos pais, quer no seu envolvimento em momentos de brincadeira com os seus filhos, quer nos procedimentos de recolha de dados (filmagens e preenchimento do caderno de comunicação). O processo criou uma dinâmica muito rica de trocas frequentes e de cooperação entre as famílias e os profissionais da creche. Os resultados da monitorização do projeto de intervenção mostram uma evolução no sentido de crescente adequação desenvolvimental das estratégias de interação dos pais nas brincadeiras com os seus filhos nas três dimensões avaliadas: sensibilidade, estimulação e autonomia. Verificou-se igualmente umcrescendo na qualidade do envolvimento das crianças nestes momentos de brincadeira ao longo do projeto, quer no contexto de creche, quer no contexto familiar. A análise da relação entre o empenhamento dos pais e o envolvimento da criança mostrou uma associação positiva e significativa, indicando que os pais que usam estratégias de interação desenvolvimentalmente mais adequadas têm filhos que se envolvem em níveis relativamente mais elevados nas brincadeiras com os seus pais.