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  • A importância do conceito de comunicação da escola sociológica de Chicago para os estudos de comunicação e media
    Publication . Subtil, Filipa Mónica de Brito Gonçalves
    Apesar do tópico da comunicação ter ganho estatuto intelectual no pensamento moderno e na pesquisa social através da escola sociológica de Chicago, os estudos da comunicação e dos media tendem a negligenciar, salvo raras excepções, esse valioso contributo. Esta comunicação apresenta o modo como James Carey, um dos mais influentes pensadores americanos dos media e do jornalismo da segunda metade do século XX, considerou, discutiu e incorporou criticamente a reflexão sobre comunicação da escola de Chicago. Carey questiona a história “standard” da investigação em comunicação de massas, confinada ao paradigma funcionalista e empirista da communication research, defendendo a importância de reconsiderar a concepção argumentativa, cívica e universalista da comunicação que foi legada por teóricos como Dewey, Cooley, Mead e Park. Na primeira parte da apresentação mostra-se como Carey recupera e reelabora esta noção para argumentar que a comunicação é algo mais do que transmissão de sinais e signos. Apoiando-se na tradição de Chicago, define a comunicação como uma experiência de vida baseada nas qualidades humanas da intimidade, da conversação e do entendimento que irrompe da experiência partilhada. Em segundo lugar, apresenta-se a crítica de Carey às características utópicas desta tradição, em particular a excessiva expectativa nas tecnologias da comunicação para melhorar a qualidade da cultura e da vida cívica. Por último, aborda-se a forma como Carey recupera o conceito sociológico de comunicação de Chicago para o confrontar com a concepção técnica de comunicação que marca a actual indústria dos media, mostrando como a comunicação perdeu a sua dimensão de comunhão e partilha e se enredou definitivamente num universo de estratégias económicas e políticas sofisticadas.
  • A fragilidade da diversidade e pluralismo na informação televisiva em Portugal: o caso da Região Autónoma dos Açores
    Publication . Bicudo, Maria Leonor; Subtil, Filipa Mónica de Brito Gonçalves
    Assegurar a diversidade e o pluralismo da informação é uma das muitas obrigações legais fixadas na Lei da Televisão. Os operadores estão sujeitos ao cumprimento do quadro legal e aos compromissos contratualmente estabelecidos. A RTP encontra-se adstrita a esses acordos definidos no seu Contrato de Concessão do Serviço Público de Rádio e Televisão e a SIC e a TVI têm obrigações preconizados nos seus Alvarás para o Exercício da Atividade de Radiotelevisão. Também nestes documentos são definidos deveres específicos no que concerne à difusão de uma informação diversificada e plural. Uma das conclusões a que a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) chegou ao avaliar a renovação das licenças para o exercício da atividade dos operadores SIC e TVI (Deliberação 1-L/2006 da ERC) foi o cumprimento pouco satisfatório das obrigações de natureza legal e dos compromissos assumidos nos projetos de candidatura apresentado a concurso pelos canais privados. Contudo, as licenças foram renovadas sem penalizações. Durante o prazo de validade das licenças de emissão, a ERC é responsável pela avaliação progressiva do cumprimento das incumbências dos operadores privados, nomeadamente o respeito pela diversidade e pluralismo geográfico. De forma sistemática, o regulador tem advertido para a representatividade desproporcional da região da Grande Lisboa relativamente ao resto do país e de forma ainda mais acentuada no que toca ao Sul e Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira. Perante essa realidade, a ERC tem considerado os blocos informativos de horário nobre da SIC e da TVI como pouco diversos. São dois os objetivos da presente comunicação: 1) explicitar as obrigações a que os operadores televisivos estão subordinados em matéria de diversidade e pluralismo no que toca à representatividade das várias regiões; 2) verificar se a lei é suficientemente definida e efetivamente fiscalizada. Para o primeiro objetivo, procedeu-se a uma pesquisa e análise crítica do enquadramento legal e para o segundo às avaliações da Entidade Reguladora para a Comunicação Social aos canais generalistas. O campo empírico estudado, e que pode servir de pista indicativa para outras regiões periféricas, diz respeito à cobertura noticiosa da SIC, durante o primeiro semestre de 2020, à Região Autónoma dos Açores. Duas conclusões são apresentadas. Por um lado, a lei não é nem suficientemente clara nem superintendida, o que contribui para a manutenção nos canais de televisão generalistas de espaços informativos insuficientemente plurais e diversificados; por outro, defende-se que o panorama da informação na televisão em Portugal só poderá ser alterado com uma legislação mais rigorosa e assertiva, acompanhada de uma monitorização exigente do seu cumprimento, com penalizações para infrações, capazes de surtir efeito no comportamento dos operadores televisivos no que à diversidade geográfica diz respeito.
  • Paysages du Portugal
    Publication . Subtil, Filipa Mónica de Brito Gonçalves
    Da autoria de Carlos Queiróz, poeta, crítico de arte e de literatura, bem como do fotógrafo Mário Novais, Paysages du Portugal (PdP) fez parte de um conjunto de publicações em várias línguas produzidas pelo SPN/SNI de António Ferro. Na consistente “propaganda branca” (Ellul (2014 [1965]), que Ferro levou a cabo, a dimensão internacional da política editorial não foi descurada. Às edições em português juntaram-se outras em francês, inglês, alemão e italiano. PdP integra este espólio, aliás como a edição em língua inglesa, Landscape of Portugal (LofP), do mesmo ano.
  • Du télégraphe à internet: enjeux politiques liés aux technologies de l’information
    Publication . Subtil, Filipa Mónica de Brito Gonçalves
    Parmi les questions centrales portant sur les implications d’Internet, certaines présentent des points en commun avec celles qui ont vu le jour à l’époque du bouleversement dans les communications provoqué par l’apparition du télégraphe au XIXe siècle.
  • A emergência da produção industrial da mentira
    Publication . Subtil, Filipa Mónica de Brito Gonçalves
    Coube a Filipa Subtil abordar “A emergência da produção industrial da mentira”, chamando desde logo a atenção para a importância do que apelidou ser uma “nova realidade” que tem capacidade para se constituir como um modelo que continua a ser registado fora da guerra – quadro em que foi cunhado e se implementou -, em tempo de paz na esfera comunicacional, no confronto político e nas relações humanas quotidianas. Nesse quadro, sublinhou a existência de três dimensões da produção industrial da mentira: uma, potenciada pelos meios modernos, tecnológicos e industriais; outra, que decorre da constituição de organizações burocráticas e, finalmente, em que a sua abrangência é possibilitada pelos meios transmissivos e concretiza a sua ‘globalização’. A estas dimensões, a investigadora acrescenta uma quarta, ligada à mudança do paradigma comunicacional. Se, antes, a Comunicação ia de alguns para muitos, hoje, como observou, através da Internet, vai de muitos para muitos. Neste último caso, inscrevem-se, também, os Média ditos ‘tradicionais’, como os jornais, a rádio e as televisões. “A digitalização veio alterar a relação que existia”, facilitando de certa forma o incremento do rumor e da notícia falsa, em que todos os envolvidos no processo “estão em constante pressão”. Para este estado de coisas também contribuiu a crise de intermediação profissional. É por isso que Filipa Subtil concluiu que se vive um estado de exceção permanente, argumentando que as regras que estão definidas nos média, bem como a sua dimensão deontológica, continuam a ser beliscadas. Questionou, por isso, se “seremos nós capazes de doutrinar estes meios nos tempos que correm?”.
  • Uma teoria da globalização avant la lettre: tecnologias da comunicação, espaço e tempo em Harold A. Innis
    Publication . Subtil, Filipa Mónica de Brito Gonçalves
    Na Europa e até no Continente Americano, as ciências da comunicação têm persistido em negligenciar um conjunto notável de pensadores canadianos que manifestaram um grande interesse pela comunicação. A investigação das relações entre comunicação, tecnologia e civilização, apresentada por autores como Graham Spry, George Grant, Northrop Frye, mas sobretudo por Harold Innis e Marshall McLuhan, entre outros, é um dos aspectos originais que talvez autorizem a referência a uma “escola canadiana” da comunicação. O relevo adquirido pelo último autor no mundo da cultura, da arte e dos media só episodicamente despertou curiosidade no universo académico sobre as origens e fontes da sua reflexão. Mas a corrente canadiana da comunicação não se resume, de forma alguma, a quem escreveu The Galaxy of Gutenberg (1997 [1962]). Pelo contrário, McLuhan prossegue várias das preocupações temáticas e das intuições desta tradição, embora as tenha desenvolvido de modo vincadamente próprio. Um modo tão característico e com tanto impacto que, porventura, terá contribuído, se bem que in- voluntariamente, para que permanecesse napenumbra uma das suas maiores influências – Harold Adams Innis (1864-1952), talvez o mais original autor norte-americano da sua geração, intelectual íntegro, precursor da análise crítica da comunicação, da sua relação com a tecnologia, o tempo e o espaço, assim como um teórico pioneiro dos processos que hoje são designados pela noção de globalização.
  • Dossier “Império Português e Comunicações"
    Publication . Subtil, Filipa Mónica de Brito Gonçalves; Santos, Alexandra Dias; Kaul, Chandrika; Garcia, José Luís de Oliveira
    A relação entre as comunicações, os media e o império português é o tema principal do dossiê que se propõe. O volume tem uma base interdisciplinar, acolhendo estudos de comunicação, história, literatura, entre outros domínios dos estudos humanísticos e das ciências sociais, que contribuam para a melhor compreensão das relações entre as comunicações e a política imperial de Portugal desde o século XVIII até finais da década de 1970. A partir de uma perspectiva alargada de comunicação, que pode abranger as estruturas físicas de transporte e todas as formas de comunicação simbólica (correio, imprensa, mass media, literatura, arquitetura, iconografia, etc), encoraja-se a apresentação de estudos que esclareçam as articulações e tensões entre os mais diversos media e o estabelecimento e manutenção de um império português no Brasil, em Angola, Moçambique, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau, India (Goa, Damão e Diu), Timor-Leste e Macau. Procuram-se pesquisas que privilegiem uma multiplicidade de perspectivas da metrópole e das colônias e que enfatizem as interações entre comunicação, política, economia, sociedade e identidades culturais e nacionais. Aceitam-se contribuições em tópicos como: Conjugações e conexões entre transportes e comunicação na dinâmica imperial; Relação entre missões exploratórias, cartografia, infraestruturas de comunicação e estabelecimento de um Império; Media e comemoracionismo; Imprensa, propaganda, opinião pública e domínio imperial; Imperialismo e cultura popular; Meios de comunicação nas colónias (imprensa, rádio, literatura), resistência e constituição de identidades nacionais.
  • James Carey and the legacy of Chicago school of sociology on communication and media studies
    Publication . Subtil, Filipa Mónica de Brito Gonçalves
    Although the communication issue has won intellectual status in modern thought and in the social research through the sociological school of Chicago, the communication and media studies have tended to neglect, with some exceptions, that crucial contribution. This paper will focus on the way James Carey, one of the most influent American theorists of media and journalism in the second half of XX century, considered, discussed, and critically embodied the reflection about communication in the Chicago School of sociology. By questioning the “standard” history of mass communication research confined to the functionalist and empiricist paradigm of mass communication, Carey points out the importance of reconsidering an argumentative, civic and universalistic conception of communication which was a legacy of Dewey, Cooley, Mead, and Park. Firstly, this paper proposes to show how Carey recovers and re-elaborates this notion to argue that communication is more than transmission of signals and signs. Supported by the Chicago tradition, he defines communication as a life experience found on human quality of intimacy, conversation, and on the understanding that comes from shared experience. Secondly, it presents Carey’s critique to the utopic features of this tradition, especially to the excessive expectations on communication technologies to improve the quality of culture and civic life. Finally, it discusses how Carey brings back the sociological communication concept of Chicago to confront it with a technical conception of communication that distinguishes the present media industry, showing how communication has lost its dimension of communion and sharing, and definitively tangled in a world of sophisticated economical and political strategies.
  • Propaganda and biotec. How propaganda have added to biotec hegemony?
    Publication . Subtil, Filipa Mónica de Brito Gonçalves
    The media have presented biotechnological advances as human achievements without taking into account their possible dangerous effects or the ethical questions they raise. The representation that they make of the so-called feats of biotechnology are simplistic and in favor of "spectacle technology". This "spectacle technology" is fueled by the promises of biotechnology, as we have noticed with the DNA and RNA vaccines against the coronavirus.
  • O telégrafo e a interacção complexa entre tecnologia moderna e processos socais. Perspectivas vindas das ciências da comunicação
    Publication . Garcia, José Luís de Oliveira; Subtil, Filipa Mónica de Brito Gonçalves
    Esta comunicação parte da importância dopapel do telégrafo no projecto de ligar o mundo de modo a sustentar uma perspectiva das tecnologias modernas da comunicação como força social com implicações sociais, económicas e políticas. Apoiados em estudos que têm como centro de análise o telégrafo e que cruzam a história e as ciências da comunicação, pretende-se destacar a interacção entre os movimentos da tecnologia e os processos sociais. Muitos dos estudos das últimas décadas, como os de Standage (2007), Thompson, Flichy, Mattelart e Carey, preocupam-se – e bem em não fazer apenas um trabalho de história da técnica centrado na narrativa da sua invenção e difusão, procurando antes ter em conta que as opções tecnológicas carregam valores, cultura e política e que os valores, a cultura e a política também se exprimem em formas tecnológicas. Se o telégrafo, como manifestação do projecto de ligação do mundo, jogou um papel tão importante na cultura da sua época é porque integra o mundo da tecnologia e esta, sendo parte dacultura, é a parte mais celebrada da cultura moderna. Na inovação do telégrafo é possível ver a metáfora para todas as novidades das tecnologias da comunicação que têm determinado as principais linhas de desenvolvimento da esfera comunicacional até aos nossos dias. Libertando a comunicação dos constrangimentos da geografia, o telégrafo concretizou um projecto muito antigo de comunicação à distância, um “modelo transmissivo” , e foi o primeiro ensaio de uma rede tecnica permanente para fins de comunicação. Como produto do entrelaçamento entre tecnologis e forças sociais, o telégrafo pode ser considerado o protótipo de muitos impérios comerciais de base científico-tecnológica, um exemplo dos conflitos de interesse para o controlo das patentes, um indutor de mudanças na linguagem, nas estruturas de conhecimento e um catalisador de um pensamento futurista e utópico das tecnologias da comunicação.