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- A emergência da produção industrial da mentiraPublication . Subtil, Filipa Mónica de Brito GonçalvesCoube a Filipa Subtil abordar “A emergência da produção industrial da mentira”, chamando desde logo a atenção para a importância do que apelidou ser uma “nova realidade” que tem capacidade para se constituir como um modelo que continua a ser registado fora da guerra – quadro em que foi cunhado e se implementou -, em tempo de paz na esfera comunicacional, no confronto político e nas relações humanas quotidianas. Nesse quadro, sublinhou a existência de três dimensões da produção industrial da mentira: uma, potenciada pelos meios modernos, tecnológicos e industriais; outra, que decorre da constituição de organizações burocráticas e, finalmente, em que a sua abrangência é possibilitada pelos meios transmissivos e concretiza a sua ‘globalização’. A estas dimensões, a investigadora acrescenta uma quarta, ligada à mudança do paradigma comunicacional. Se, antes, a Comunicação ia de alguns para muitos, hoje, como observou, através da Internet, vai de muitos para muitos. Neste último caso, inscrevem-se, também, os Média ditos ‘tradicionais’, como os jornais, a rádio e as televisões. “A digitalização veio alterar a relação que existia”, facilitando de certa forma o incremento do rumor e da notícia falsa, em que todos os envolvidos no processo “estão em constante pressão”. Para este estado de coisas também contribuiu a crise de intermediação profissional. É por isso que Filipa Subtil concluiu que se vive um estado de exceção permanente, argumentando que as regras que estão definidas nos média, bem como a sua dimensão deontológica, continuam a ser beliscadas. Questionou, por isso, se “seremos nós capazes de doutrinar estes meios nos tempos que correm?”.