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Authors
Advisor(s)
Abstract(s)
This analysis seeks to examine the journalistic narrative weaved by media
outlets like The Washington Post and The New York Times that focuses on the
ethnic concerns surrounding the Chinese Government against the Uyghur people,
native to the region of Xinjiang. There seems to be a strong bias in the Western
media coverage of this subject, which appears to align itself with western state
interests. Examples of this can be equally found in articles made by the British
Broadcasting Corporation (BBC) and the Cable News Network (CNN), and the
similar sources they cite (Sun, 2019).
An attempt will be made to draw a parallel between this western narrative
and U.S. geopolitical interests policies, and how often they align. There appear to
be some similarities with the grave accusations on China’s de-radicalisation
strategy in the region and the accusations towards Iraq and their alleged Weapons
of Mass Destruction (WMD). The idea that the latter was a narrative pushed by
the U.S. media to manufacture consent towards war in the Middle East has been
thoroughly examined and confirmed by other investigators (Chomsky & Herman,
2011). Today, the focus has now shifted towards China as the U.S. fears to lose its
own influence on Asia (Pilger, 2020).
The Belt and Road Initiative, a sort of modernisation of the Silk Road, would
greatly increase China’s sphere of influence (Zhou, 2019), of which Xinjiang is an
important node for international connection. But much like the controversial
Nord Stream 2 Pipeline linking Russia to Europe, they are apparent threats to the
U. S. hegemony. The effects of Western media narratives over Iraq’s alleged WMD
resulted in the destruction of homes and the death of innocents at the hands of
the United States and its allies. By manufacturing consent, war was seen as
enticing, virtuous even (Jaffer, 2021). The danger of similar media narratives in the
present day is of great concern to me, which is why I decided to write about this
subject.
Another reason why I chose to investigate this subject was to understand the
reasoning behind these claims and their apparent lack of consistency in the
Western media narrative, specifically the biased nature of these allegations which
range from “concentration camps”, to “forced labour” and even “genocide”. China’s
treatment of the Uyghur minority is not a simple one-sided issue, and as such,
should not be covered so matter-of-factly by journalistic discourse in Western
media (Hadjab, & Filali, 2021). Sources that go against this narrative are often
disregarded as being ‘state-affiliated’ to China, simply because their arguments
favour it (Mozur, Zhong, Krolik & Aufrichti, 2021). Journalism should seek the
truth of the matter from both sides, without waving aside valid opposing
testimonies and reporting.
One must question cui bono – who benefits from these media narratives: the
media outlets that profit from a narrative that cultivates fear and ends up
promoting intolerance against the other (Seneviratne & Muppidi, 2021), or the
state government which seeks to maintain their influence and expand its
geopolitical ambitions.
RESUMO Esta análise procura examinar a narrativa jornalística tecida por meios de comunicação como o The Washington Post e o The New York Times que se centra nas preocupações étnicas em torno do Governo chinês contra o povo uigure, nativo da região de Xinjiang. Parece haver um forte enviesamento na cobertura mediática ocidental deste assunto que parece alinhar-se com os interesses de governos ocidentais. Exemplos disso também se encontram em artigos partilhados pela British Broadcasting Corporation (BBC) e pela Cable News Network (CNN), e as fontes semelhantes que citam (Sun, 2019). Tentaremos em traçar um paralelo entre esta narrativa ocidental e os interesses geopolíticos dos EUA, e a frequência com que se alinham. Parecem existir algumas semelhanças com as graves acusações contra a China e a sua estratégia de desradicalização em Xinjiang e a alegada posse de Armas de Destruição Maciça do Iraque. A ideia de que esta última foi uma narrativa impulsionada pelos meios de comunicação norte-americanos para “manufaturar consentimento” para a guerra no Médio Oriente foi cuidadosamente examinada e confirmada por outros investigadores (Chomsky & Herman, 2011). Hoje, o foco mudou para a China, no momento em que os EUA receiam perder a sua própria influência na Ásia (Pilger, 2020). A Iniciativa Belt and Road, da qual Xinjiang é um importante nó internacional, é uma via económica que é vista como uma nova “rota da seda” e que aumentaria consideravelmente a esfera de influência da China (Zhou, 2019). Mas tal como o Gasoduto Nord Stream 2, é uma aparente ameaça para os Estados Unidos. As consequências de uma narrativa mediática bem sucedida que vai de encontro com os planos dos Estados Unidos é bem exemplificado no contexto da Guerra no Iraque, e da qual resultou um rasto de destruição e morte de inocentes devido às ações dos Estados Unidos e dos seus aliados. Com o “consentimento manufaturado” do povo, a guerra foi vista como sedutora, e até virtuosa (Jaffer, 2021). O perigo de narrativas mediáticas semelhantes nos dias de hoje é para mim de grande preocupação, e foi por isso que decidi analisar este assunto. Uma das outras razões pelas quais decidi investigar os discursos críticos dos meios de comunicação ocidentais sobre Xinjiang é a aparente falta de coerência e a natureza duvidosa destas alegações, desde campos de concentração, a trabalho forçado e até genocídio. O contexto da região e a estratégia de desradicalização não é uma questão simples e, como tal, deve ser abordada com cautela no discurso jornalístico dos meios de comunicação ocidentais (Hadjab, & Filali, 2021). Fontes que vão contra esta narrativa são muitas vezes ignoradas como sendo filiadas ao Estado chinês, simplesmente porque os seus argumentos a favorecem (Mozur, Zhong, Krolik & Aufrichti, 2021). O jornalismo deve procurar a verdade da questão de ambos os lados, sem ignorar testemunhos legítimos opostos. É preciso questionar cui bono – quem beneficia destas narrativas mediáticas: os meios de comunicação que lucram com uma narrativa que cultiva o medo e acaba por promover a intolerância contra “o Outro” (Seneviratne & Muppidi, 2021), ou governos como os EUA que procuram manter a sua influência e expandir as suas ambições geopolíticas.
RESUMO Esta análise procura examinar a narrativa jornalística tecida por meios de comunicação como o The Washington Post e o The New York Times que se centra nas preocupações étnicas em torno do Governo chinês contra o povo uigure, nativo da região de Xinjiang. Parece haver um forte enviesamento na cobertura mediática ocidental deste assunto que parece alinhar-se com os interesses de governos ocidentais. Exemplos disso também se encontram em artigos partilhados pela British Broadcasting Corporation (BBC) e pela Cable News Network (CNN), e as fontes semelhantes que citam (Sun, 2019). Tentaremos em traçar um paralelo entre esta narrativa ocidental e os interesses geopolíticos dos EUA, e a frequência com que se alinham. Parecem existir algumas semelhanças com as graves acusações contra a China e a sua estratégia de desradicalização em Xinjiang e a alegada posse de Armas de Destruição Maciça do Iraque. A ideia de que esta última foi uma narrativa impulsionada pelos meios de comunicação norte-americanos para “manufaturar consentimento” para a guerra no Médio Oriente foi cuidadosamente examinada e confirmada por outros investigadores (Chomsky & Herman, 2011). Hoje, o foco mudou para a China, no momento em que os EUA receiam perder a sua própria influência na Ásia (Pilger, 2020). A Iniciativa Belt and Road, da qual Xinjiang é um importante nó internacional, é uma via económica que é vista como uma nova “rota da seda” e que aumentaria consideravelmente a esfera de influência da China (Zhou, 2019). Mas tal como o Gasoduto Nord Stream 2, é uma aparente ameaça para os Estados Unidos. As consequências de uma narrativa mediática bem sucedida que vai de encontro com os planos dos Estados Unidos é bem exemplificado no contexto da Guerra no Iraque, e da qual resultou um rasto de destruição e morte de inocentes devido às ações dos Estados Unidos e dos seus aliados. Com o “consentimento manufaturado” do povo, a guerra foi vista como sedutora, e até virtuosa (Jaffer, 2021). O perigo de narrativas mediáticas semelhantes nos dias de hoje é para mim de grande preocupação, e foi por isso que decidi analisar este assunto. Uma das outras razões pelas quais decidi investigar os discursos críticos dos meios de comunicação ocidentais sobre Xinjiang é a aparente falta de coerência e a natureza duvidosa destas alegações, desde campos de concentração, a trabalho forçado e até genocídio. O contexto da região e a estratégia de desradicalização não é uma questão simples e, como tal, deve ser abordada com cautela no discurso jornalístico dos meios de comunicação ocidentais (Hadjab, & Filali, 2021). Fontes que vão contra esta narrativa são muitas vezes ignoradas como sendo filiadas ao Estado chinês, simplesmente porque os seus argumentos a favorecem (Mozur, Zhong, Krolik & Aufrichti, 2021). O jornalismo deve procurar a verdade da questão de ambos os lados, sem ignorar testemunhos legítimos opostos. É preciso questionar cui bono – quem beneficia destas narrativas mediáticas: os meios de comunicação que lucram com uma narrativa que cultiva o medo e acaba por promover a intolerância contra “o Outro” (Seneviratne & Muppidi, 2021), ou governos como os EUA que procuram manter a sua influência e expandir as suas ambições geopolíticas.
Description
Dissertação de mestrado apresentada à Escola Superior de Comunicação Social como parte dos requisitos para obtenção de grau de mestre em Jornalismo.
Keywords
Media narratives Discourse analysis Geopolitics Xinjiang Uyghurs Manufacturing consent Narrativas mediáticas Análise de discurso Geopolítica Xinjiang Uigures Consentimento manufaturado
Citation
Wu, R.A. (2022). Xinjiang: A critical discourse analysis of western media narratives concerning the Region & the Uyghur People (2017-2022). [Dissertação de mestrado, Escola Superior de Comunicação Social]. Repositório Científico do Instituto Politécnico de Lisboa. http://hdl.handle.net/10400.21/15603
Publisher
Instituto Politécnico de Lisboa, Escola Superior de Comunicação Social