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Abstract(s)
Introdução: Durante o envelhecimento surgem alterações no aparelho respiratório as quais estão associadas à degradação da função pulmonar e a uma maior suscetibilidade para doenças pulmonares agudas e crónicas. O objetivo desta apresentação é: i)descrever as alterações do aparelho respiratório que resultam do processo fisiológico de envelhecimento; ii)a sua tradução numa prova de função respiratória; iii) as questões a ter em consideração na interpretação das PFR dos indivíduos idosos. Desenvolvimento: Com o envelhecimento ocorrem alterações estruturais na caixa torácica reduzindo a sua compliance, que altera a mecânica ventilatória se condicionar a sua normal expansão. Associado ao envelhecimento surgem alterações no tecido pulmonar nomeadamente, perda de retração elástica e dilatação dos ductos alveolares que provocam diminuição da sustentação das vias aéreas e o alargamento de espaços aéreos distais. Estas alterações definem o enfisema senil onde ocorre insuflação e diminuição do calibre das vias aéreas. Associado ao processo de envelhecimento surgem alterações características nas provas de função respiratória. O aumento das resistências das vias aéreas, por diminuição do diâmetro brônquico das vias respiratórias periféricas, deve-se à diminuição da sustentação das vias aéreas por remodelação estrutural da matriz extracelular do parênquima pulmonar. Estas alterações influenciam o volume residual, contribuindo para o aumento do mesmo. O encerramento das vias aéreas intralobares, provoca retenção do ar inspirado, durante a expiração forçada, contribuindo para a diminuição da capacidade vital, e consequentemente para o aumento do volume residual. Relativamente ao volume expiratório máximo no 1º segundo (FEV1), os estudos demostraram um decréscimo deste parâmetro a partir dos 35-40 anos de idade, sendo que pode duplicar após os 70 anos de idade. Esta redução do FEV1 está associada à diminuição da retração elástica. O envelhecimento e as suas repercussões a nível pulmonar são exacerbados caso expostos a condições, como o tabagismo, que provocam doença das vias aéreas em indivíduos suscetíveis. As alterações da função respiratória que ocorrem com a idade vão no sentido da alteração obstrutiva, mas na presença de alterações da caixa torácica, pode verificar-se uma alteração mista. A identificação das alterações ventilatórias depende dos valores de referência e dos limites da normalidade utilizados. A seleção do limite de normalidade é importante porque a utilização de cut-offs fixos, destacando o critério para identificação da obstrução de 70% do valor de referência proposto pela GOLD, não têm em consideração as alterações da função respiratória que ocorrem com a idade. A utilização do 5º percentil da população de referência é mencionada nas guidelines da ATS e no documento publicado pela ATS e ERS de modo a contabilizar o envelhecimento fisiológico do pulmão. Conclusão: Com o envelhecimento verificam-se alterações na função respiratória, nomeadamente uma redução do FEV1 e da CVF e um aumento do volume residual, capacidade residual funcional e resistência das vias aéreas, por diminuição da retração elástica do pulmão e dilatação dos ductos alveolares. Estas alterações devem ser consideradas na interpretação das provas de função respiratória através da utilização dos z-scores, não sendo recomendado o uso de cutoff fixos.
Description
Keywords
Pneumologia Função respiratória Mecânica respiratória Espirometria Envelhecimento
Citation
Gouveia S, Oliveira AF, Palminha J, Dias HB. Efeitos do processo de envelhecimento na função respiratória. In: XV Seminário Temático em Fisiologia Clínica, ESTeSL, 11 de fevereiro de 2022.
Publisher
Instituto Politécnico de Lisboa, Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa