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Advisor(s)
Abstract(s)
As representações das mães acerca dos seus bebés e da maternidade
têm sido associadas à vinculação e ao desenvolvimento subsequente
do bebé (e.g., Benoit, Parker, & Zeanah, 1997; Fuertes, Faria, Fink &
Barbosa, 2011, Kochanska, 1998; Zeanah, Benoit, Hirshberg, Barton, &
Regan, 1994). Deste modo, o estudo das representações maternas ganhou
importância tanto no campo da investigação na área da relação
mãe-filho(a) como na intervenção na maternidade de risco. No caso das
mães dos bebés pré-termo (e quando comparadas com as mães dos bebés
de termo) verifica-se que estas mães representam o temperamento
dos seus filhos de modo menos positivo (e.g., Cox, Hopkins, & Hans,
2000). Todavia, as mães portuguesas dos prematuros, são mais otimistas
relativamente às suas capacidades de se relacionarem com os seus
bebés (Fuertes et al., 2011). Tendo em conta a pertinência do campo
de estudos, quisemos conhecer mais as representações das mães dos
bebés nascidos antes das 32 semanas e em risco de problemas de
saúde e desenvolvimento, âmbito raramente estudado. No intuito de
investigar essas representações procurou-se comparar 40 díades com
bebés de extremo pré-termo (idade gestacional inferior a 32 semanas),
40 de pré-termo (nascidos com 32 a 36 semanas de idade gestacional)
e 40 de termo (idade gestacional superior a 37 semanas). Para o efeito,
as mães foram entrevistadas nas primeiras 72 horas após o nascimento
dos seus bebés acerca da gravidez, parto, nascimento antecipado,
maternidade e expectativa sobre o futuro desenvolvimento do bebé.
Os resultados indicam que as mães dos prematuríssimos descrevem as
experiências da gravidez e parto como traumáticas e as mães dos prematuros
como uma experiência causadora de ansiedade. As mães dos
prematuros estão preocupadas com a saúde e desenvolvimento dos
seus filhos, mas acham que serão capazes de desenvolver uma boa relação
com eles. Porém, as mães dos bebés de extremo pré-termo estão
alarmadas com a sobrevivência dos seus filhos e são as que parecem
ter mais dificuldade em antecipar problemas futuros, possivelmente
por estarem centradas no período que estão a viver. Curiosamente, as
mães dos bebés de termo são as que mais se preocupam com o seu
papel materno e com a prestação de cuidados ao bebé. Os dados apontam
para a necessidade de oferecer respostas de apoio e aconselhamento
diferenciadas às mães dos recém-nascidos, atendendo à idade
gestacional do bebé e outros fatores de risco neonatal.
Description
Keywords
Prematuridade Representações maternas Intervenção precoce
Citation
Publisher
CIED (Centro Interdisciplinar de Estudos Educacionais) Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Lisboa