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Mulheres portuguesas que reportam a guerra: perfis, experiências e problemas (1969-2020)

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Até aos anos de 1980, a presença das mulheres no jornalismo português foi diminuta e o trabalho por elas realizado praticamente invisível. É a partir dessa década que mulheres jovens e com escolaridade ao nível da licenciatura, em particular nas áreas da comunicação e do jornalismo, começam a chegar em massa às redações dos principais meios de comunicação, contribuindo, desde então, para uma reconfiguração de género, etária e de qualificações sem precedentes desta atividade profissional. Todavia, este processo não ocorreu de forma idêntica em todas as áreas do jornalismo. Editorias há que, passados 40 anos, continuam a ter uma composição de género profundamente desequilibrada. A reportagem em zonas de conflito, o fotojornalismo e o jornalismo desportivo são apenas três dos casos onde a presença de mulheres continua a ser residual. Esta realidade não é específica do contexto jornalístico português. Veja-se, a título de exemplo, o caso do fotojornalismo: um inquérito realizado, em 2015, aos concorrentes do prémio da World Press Photo, revelava que 85% dos candidatos eram homens. As razões elencadas para esta exclusão são múltiplas, mas a maior parte aponta para características específicas de homens e mulheres que os tornariam mais ou menos aptos para fazer reportagem em certos contextos e circunstâncias. Analisando o caso específico da reportagem de guerra, o objetivo principal desta comunicação é dar a conhecer o perfil de algumas das poucas mulheres jornalistas portuguesas que, ao longo dos últimos 50 anos, tiveram oportunidade de reportar conflitos bélicos. Através de uma estratégia metodológica de matriz qualitativa, que combinou recolha de informação documental e não documental (entrevistas não diretivas), traçámos o perfil biográfico e profissional de 5 dessas jornalistas. Concluiu-se que todas têm presente a excecionalidade das oportunidades que tiveram; e que, apesar das incompreensões, quer por parte das famílias, mas também das chefias e colegas de profissão, das dificuldades e discriminações de que foram alvo, voltariam a fazer tudo de novo porque consideram que a sua condição de mulheres lhes permitiu oferecer aos leitores/telespectadores outros ângulos de abordagem de realidades tão dramáticas e contraditórias.

Description

Keywords

Jornalistas Mulheres Repórteres de Guerra Portugal Percursos biográficos e profissionais Conflitos

Citation

Simões, A. C. & Subtil, F. (2022, abr, 11-13). Mulheres portuguesas que reportam a guerra: Perfis, experiências e problemas (1969-2020). Comunicação apresentada no XII CONGRESSO SOPCOM: Comunicação & Disrupção: Desafios culturais, societais e tecnológicos, NOVA FCSH, Lisboa, Portugal.

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SOPCOM / NOVA FCSH