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Sales, Maria da Luz Lima

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  • Recorte da Arte Plástico-Literária nos Séculos XIX e XX: representação do poder
    Publication . Sales, Maria Da Luz Lima
    Este artigo faz uma pequena análise comparativa entre dois contos produzidos em períodos históricos diferentes, mas relativamente próximos entre si: Conto de Escola de Machado de Assis e Vínculos de Ildefonso Guimarães. O primeiro conto está ligado a um contexto mais pedagógico e remete ao processo de ensino/aprendizagem repleto de hostilidade existente na educação formal brasileira do século XIX. Já a narrativa de Ildefonso Guimarães tem como temática os abusos policiais observados hoje (sobretudo na mídia), direcionados aos mais pobres e vulneráveis, descrição em que se enquadra o protagonista ―Cabelo Cheio‖. Por meio da comparação entre os dois contos, procura-se evidenciar de que forma o poder é exercido pelas individualidades humanas em diferentes tipos de contexto, mostrando como muitas vezes a violência, mesmo velada, está a serviço da manutenção de estruturas hierárquicas, mesmo que apenas no plano individual. Em ambos os textos, há a presença do poder e da submissão por meio de objetos de tortura e controle do corpo, o que reporta à tela de Rugendas, que aborda os castigos sofridos pelos escravos africanos em terras brasileiras. Neste último caso, o poder deixa de estar em um plano meramente de indivíduo para indivíduo, passando a uma relação entre coletividades, aqui tendo um foco maior na violência física explícita, num contexto de violência social bem mais amplo e complexo, cujas consequências até hoje se veem presentes no cotidiano do país. Além de se examinarem as narrativas e seus pontos em comum, busca-se na pintura contemplar alguns aspectos filosóficos e comportamentais, utilizando-me dos pressupostos mostrados por Foucault no ensaio Vigiar e Punir. Desta forma, espera-se mostrar como a literatura, mesmo configurandose como arte, não consegue deixar de refletir as mais profundas relações de poder político presentes na existência humana.