ESCS - Teses de Doutoramento
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- Uma concepção cultural de comunicação na teoria social dos media dos EUA: da Escola de Chicago do Pensamento Social às perspectivas de James W. CareyPublication . Subtil, Filipa Mónica de Brito Gonçalves; Cunha, Tito Cardoso e; Martins, HermínioEsta tese apresenta, interpreta e discute uma constelação de reflexões teóricas e propostas de investigação surgidas nos Estados Unidos da América que conformou o fenómeno comunicacional e os media como problemática das ciências sociais e está na génese de uma concepção cultural de comunicação que se prolonga até aos nossos dias. Albion Small, Edward Ross, William Sumner, John Dewey, George H. Mead, Charles H. Cooley, William I. Thomas e Florian Znaniecki, Robert E. Park, David Riesman, Charles Wright Mills, Kenneth Burke e James W. Carey, os autores a que esta investigação dedica particular atenção, sugeriram contributos relevantes, tanto para uma teoria geral da acção simbólica na sociedade, como para uma teoria social da comunicação e dos media. Esta tese explora a hipótese que aquele feixe plural de autores constitui uma linhagem de pensamento em torno de uma abordagem cultural da comunicação que a conjuga com os problemas do significado, da interacção simbólica, da identidade, do papel dos media como veículos para a imaginação e para a experiência, do lugar do jornalismo numa sociedade democrática e da importância dos conflitos simbólicos na sociedade. O argumento central desta tese é que, na história da teoria e da investigação em comunicação, aquele conjunto de autores apresenta um olhar que o distingue da que foi considerada a contribuição tipicamente norte-americana nesta área das ciências sociais – a análise dos efeitos, funções e usos dos media. Este modelo hegemónico converteu-se inclusivamente no eixo da história convencional da pesquisa em comunicação e media nos EUA, noção que perpassa ainda por muita da literatura de ensino e divulgação em todo o mundo. Sustenta-se nesta tese que pode ser reconhecido, aos autores e obras aqui estudados, um estatuto destacado para as investigações contemporâneas no campo da comunicação, rompendo-se assim com uma certa negligência relativamente a uma tradição que tem estado num plano obscurecido na história e no pensamento das ciências sociais sobre a comunicação e os media.
- As organizações culturais e o espaço público: a experiência da Rede Nacional de Teatros e CineteatrosPublication . Centeno, Maria João; Esteves, João PissarraA presente investigação problematiza a natureza da relação que se estabelece entre as organizações culturais e os seus públicos e verifica se as especificidades das organizações que pertencem à Rede Nacional de Teatros e Cineteatros favorecem a interacção no seio da esfera pública, atendendo a que o indivíduo só adquire consciência de si quando se coloca no lugar do outro simbolicamente generalizado, isto é, quando se situa num contexto estruturado pela comunicação. Partindo de uma teoria da comunicação que pressupõe a existência de indivíduos capazes de fala e de acção e que coordenam, na e pela linguagem, as suas acções não de forma isolada, mas por expectativas de comportamento intersubjectivamente válidas, a prática das organizações culturais tem de ser organizada de forma participativa, o que quer dizer que a relação organização/públicos não pode ser de carácter instrumental, mas dialógica, baseada na intersubjectividade do mútuo entendimento estabelecido linguisticamente. A pesquisa recua à constituição da esfera pública literária no século XVIII e ao papel que a família deteve na partilha pública de raciocínios críticos, para perspectivar a prática que se constitui como a referência ideal do uso público e crítico da razão, em que a partir de razões invocadas e da força do melhor argumento, o indivíduo é livre de fazer a sua escolha tendo em vista o entendimento. O novo pensamento crítico, protagonizado entre outros por Jürgen Habermas, é profundamente céptico em relação à ideia de que o espaço público das sociedades pós-liberais se tenha esvaziado por completo das suas tradicionais funções críticas e emancipatórias. O contributo de Habermas vai no sentido de redescobrir as propriedades curativas do diálogo, na medida em que todas as formas de comunicação humana, mesmo sob a disseminação das massas, são essencialmente relações entre indivíduos que derivam da estrutura elementar que é o diálogo, da partilha de expectativas de comportamento intersubjectivamente válidas. Mesmo em sociedades como a nossa, em que nem todos são livres de participar e em que nem tudo é passível de ser discutido, mantêm-se resíduos de Mundos de Vida onde os juízos críticos sobrevivem como possibilidade emancipadora e real de resistência e desenvolvimento. Atendendo às organizações que compõem a Rede, averigua-se, nesta investigação, que tipo de acção pauta a relação entre essas organizações e os seus públicos; se a dinâmica que se desenvolve é marcada essencialmente por acções comunicacionais, ou seja, por acções coordenadas através do mecanismo do entendimento ou por acções estratégicas, apoiadas na influência de uma das partes sobre a outra e em que só os interesses dessa parte são tidos em conta. A existência de um Serviço Educativo, o tipo de actividades propostas, a presença de um programador/director artístico com autonomia para desempenhar as suas funções são factores que determinam a promoção, por parte da organização, de acções e disputas argumentativas e se o espaço simbólico em que se articulam com os públicos contribui para reflectirem sobre as situações do Mundo da Vida e para a edificação da identidade social.