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- Introduction: hybridity as an inescapable condition of the artsPublication . Mata, MariaO artigo introdutório ao número especial da revista Rhinocervs – Cinema, Dança, Música, Teatro (Junho 2025), intitulado Nexos Intermediais – O Estado Impuro das Artes, explica a lógica subjacente ao tema do hibridismo artístico a partir de duas perspectivas aparentemente opostas, a das artes e a dos mediums (em português: meios), que, no entanto, se mesclam no conceito e na prática da Intermedialidade.
- Ficção, realidade e média arte digital: a curadoria como ferramenta de sensibilização no desportoPublication . Santos, Jorge; Tavares, MirianNeste artigo destacamos o papel da curadoria ativista como ferramenta de reflexão e de transformação. social. Através da análise de um projeto curatorial, pretende-se demonstrar de que forma a integração de narrativas expositivas com a arte digital pode ajudar a promover a igualdade de género no desporto. Explora-se o papel dos museus como meios de comunicação, a interseção entre igualdade de género e média-arte, e o impacto das tecnologias digitais em narrativas imersivas. A exposição MULHERES NO DESPORTO, do projeto Paralelo 3, exemplifica esta abordagem, combinando factos, como marcos históricos e estatísticas de género, com elementos ficcionais, como personagens criadas por inteligência artificial e instalações interativas. Esta fusão narrativa visa sensibilizar os visitantes, fomentando diálogo e empatia. A colaboração entre curadoria, tecnologia e arte reforça a importância da criatividade na conceção de exposições transformadoras, que vão além da contemplação passiva para estimular a consciencialização e a mudança social.
- Spatiotemporal modality in Here, by McGuire: intermedial connections between graphic novel and architecturePublication . Domingos, Ana Cláudia Munari; Vieira, Miriam de PaivaO tempo é um dos grandes temas da arte, explorado não como um conceito abstrato, mas por seus profundos efeitos na existência humana. Na graphic novel Here (2017), de Richard McGuire, o tempo interage com o espaço e emerge como uma força narrativa, atuando como narrador-personagem. A obra de McGuire desafia a lógica espaço-temporal convencional, integrando a intermidialidade e perspectiva, à luz da arquitetura. A narrativa se desenrola por meio de temporalidades sobrepostas em quadros estáticos, não lineares. Essa complexidade visual ressoa com as modalidades de Lars Elleström. Assim, o objetivo do artigo é discutir como o narrador se revela como uma câmera fixada pelo tempo, enquanto a quina de uma sala de estar se torna personagem-testemunha de uma longa história. Ao situar Here na interseção entre graphic novels e arquitetura, o uso inovador do espaço estático e da temporalidade dinâmica redefine as possibilidades narrativas na arte sequencial.
- “Who is there?” Performative distance and the intermedial audience in cyberformancePublication . Gomes, ClaraA ciberformance, uma prática híbrida que mistura ambientes físicos e virtuais, desafia as noções tradicionais de participação do público e de distância performativa. Este artigo investiga como a intermedialidade molda a dinâmica destas performances, levando ao surgimento de um público intermedial. Baseando-se nas teorias clássicas de Bertolt Brecht e Antonin Artaud, em académicos contemporâneos como Freda Chapple e Chiel Kattenbelt e na prática da ciberartista Helen Varley Jamieson, este ensaio estabelece uma ponte entre perspetivas históricas e teóricas e exemplos práticos de ciberformance. A mudança de paradigma possibilitada pelas tecnologias da internet permite uma convergência entre artistas e público, transformando criações artísticas individuais em processos colaborativos. A pergunta de Hamlet “Quem está aí?” simboliza a consciência duradoura do público, agora reformulada dentro dos contextos digitais e de realidade mista. Este artigo explora como a ciberformance negocia interação, autoria e agência, examinando o equilíbrio entre o controle do performer e a participação do público.
- Desfazendo fronteiras: uma reflexão sobre o campo expandido nas artes do caminhar a partir da caminhada artística Imemorial: Passos no CativeiroPublication . Antunes, Rui FilipeNeste artigo queremos pensar a caminhada como uma forma de arte “expandida”, enquanto expressão artística de convergência entre vários formatos integrando elementos tão diversos como tempo, espaço, performance, cenografia, sonoplastia, dramaturgia, tecnologia e participação do público, para criar experiências imersivas e incorporadas. Enfatizamos o seu potencial como acontecimento multimodal, mobilizador, capaz de gerar novos estratos de significação no espaço público, e a sua capacidade inerente de envolver os participantes num processo de receção ativa, inserindo-se num campo de práticas artísticas contemporâneas que tensionam a relação entre corpo, história e paisagem urbana. Debruçamo-nos sobre um caso de estudo, a caminhada-performativa: Imemorial-Passos no Cativeiro, que num percurso estruturado em estações narrativas, questiona processos de apagamento histórico fazendo uso de um dispositivo narrativo e sensorial ativador da memória coletiva e (re)configurador da perceção do espaço urbano. A partir desta análise, discutimos como as artes do caminhar se podem posicionar na interseção entre estética, política e tecnologia, evidenciando a sua relevância no panorama das práticas artísticas contemporâneas.
- Cinema modular – Um filme-resposta de Chantal Akerman a Pina BauschPublication . Florêncio, PedroO propósito deste artigo é demonstrar como o filme Un jour Pina a demandé (1983), de Chantal Akerman, mais do que inscrever-se na linhagem de documentários e peças televisivas sobre a figura artística de Pina Bausch, pode (e deve) ser pensado como filme-resposta (uma resposta criativa, se quisermos) à praxis da coreógrafa alemã. Un jour Pina a demandé actua como co-criador face à matéria artística (imagens e sons dos espectáculos, e/ou ensaios de Bausch e dos bailarinos da sua Companhia – a Tanztheater Wuppertal) que se propõe a modular cinematograficamente. Identificaremos, nesse tratamento, uma série de operações cinematográficas que condizem com o método de criação (i.e. da visão) da própria Pina Bausch. Por fim, argumentaremos que o filme de Akerman serve de modelo para uma definição de cinema modular, segundo a qual a praxis cinematográfica pode ser pensada como uma resposta afectiva a outras obras de arte (cénicas, plásticas, visuais ou sonoras), revelando os aspectos intrinsecamente cinematográficos e, possivelmente, originando uma outra obra a partir dessa revelação.
- Introduction: hybridity as an inescapable condition of the artsPublication . Mata, MariaO artigo introdutório ao número especial da revista Rhinocervs – Cinema, Dança, Música, Teatro (Junho 2025), intitulado Nexos Intermediais – O Estado Impuro das Artes, explica a lógica subjacente ao tema do hibridismo artístico a partir de duas perspectivas aparentemente opostas, a das artes e a dos mediums (em português: meios), que, no entanto, se mesclam no conceito e na prática da Intermedialidade.
- Corporeality and imageness, intermediality and intersensuality in Céline Sciamma’s Portrait of a Lady on FirePublication . Pieldner, JuditO drama romântico de Céline Sciamma de 2019 dá ênfase à representação pictórica relacionada com a questão do olhar feminino [female gaze]. O filme aborda a feminilidade ao empregar de modo quase exclusivo personagens do sexo feminino, mas também ao enfatizar manifestamente o poder do olhar feminino. Partindo de uma análise intersecional (Wilson 2021), o artigo propõe pensar mais a fundo os diferentes modos como o olhar feminino se encontra relacionado com a intermedialidade e a intersensualidade, convidando a um diálogo simbiótico entre os sentidos e as outras artes. Na relação entre pintura e cinema também se abordará o contributo da pintora Hélène Delmaire. O filme de Sciamma dramatiza o processo de transformação em imagem, o qual implica uma objectificação, e o papel da perceção feminina na tentativa de resistir a esse resultado. O processo de pintura torna-se mediador no processamento de emoções, dando voz ao indizível num extravasamento de sensações e de transformações intermediais.
- Ethical goals as a criterion of creation: the Czechoslovak Theatre on a String in the 1980sPublication . Matulova, Jitka CiampiNa década de 1980 a companhia checoslovaca de teatro alternativo Divadlo na provázku (em inglês: Theatre on a String; em português: Teatro Num Cordel) experimentou a possibilidade de explorar múltiplas formas de arte e de ignorar os limites estritamente definidos para cada disciplina artística. O ponto de partida foi o seu programa artístico de “irregularidade”, que se refletia em todos os componentes da produção teatral, no processo de encenação e na organização do grupo. Este caso de estudo debruça-se sobre um projeto teatral específico que decorreu no outono de 1985, intitulado precisamente O Projeto 1985, o qual se situava entre a literatura e o teatro. O destaque vai para o sketch teatral The Monument [O Monumento], estreado a 30 de novembro de 1985 e levado à cena juntamente com uma escultura de Jan Šimek. O artigo tem em conta o facto de a companhia funcionar sob um regime comunista autoritário onde vigorava a censura, descrevendo as estratégias necessárias para garantir que o espectáculo estreasse perante o público. O grupo entendia o teatro como uma ferramenta em que as performances eram imbuídas de objetivos éticos mais do que estéticos.
- Playing the media and playing the sensesPublication . Kattenbelt, ChielNeste artigo considero o teatro como o paradigma de todas as artes e como a arte do performer. Concentro-me nos aspectos performativos da arte tal como manifestados na construção de mundos, no posicionamento em palco (“staging”), auto-referenciação e auto-reflexão. Estes dois últimos aspetos são particularmente relevantes na minha interpretação de intermedialidade como um modo específico de performatividade, provocando – com todas as suas fricções, contrastes e disjunções – uma força criava que ocorre de acordo com o princípio de “ambos-e”. Também abordo o facto de o teatro funcionar como um hípermeio [hypermedium], servindo de palco para que outros media possam ser encenados ou até mesmo, e sobretudo, funcionando como um local de interpretação e prazeroso usufruto de outros media permitindo um jogo com os sentidos e conferindo ao espectador um papel de experienciador. Através de uma breve análise de três espectáculos, proponho-me demonstrar como o princípio intermedial do ambos-e pode funcionar.