Browsing by Author "Aprea, Ciro"
Now showing 1 - 4 of 4
Results Per Page
Sort Options
- AturdimentoPublication . Aprea, Ciro; Pita, AndréAturdimento, do alemão benommenheite, é um termo usado por Martin Heidegger para definir a condição do animal no seu ambiente de vida. Esta palavra, como refere Giorgio Agamben na sua obra O Aberto (2013), surge no contexto do curso intitulado Fundamentos de Metafisica. Mundo. Finitude. Solidão, de 1929, em que Heidegger apresenta a sua tese sobre a diferença animal a partir do conceito de pobreza de mundo, em virtude do qual a acção animal é entendida como um agir em função de um automatismo, sendo este incapaz, em todo o momento, de apreender como um facto objectivo o ambiente em que nasce, vive, morre, se desenvolve, etc.
- Awareness vs (a)wireless. Notas sobre o corpo, o actor e as novas velocidadesPublication . Aprea, CiroEste artigo reflecte sobre transformação do processo criativo do actor à luz de uma nova ideia de abertura ligada às novas velocidades contemporâneas. Uma abertura geradora de novas sinergias criativas e que me parece ter levado à erosão de uma certa ideia de técnica ligada à experimentação do corpo na formação do actor-criador contemporâneo.
- Space is a doubt: présence et ambiance vécuePublication . Aprea, CiroCet article se propose réfléchir à la présence créatrice du performer depuis la notion d’ambiance du choréographe japonais Y. Amagatzu. La notion d’ambiance est décrite par Yoshio Amagatzu comme une spatialité émergente de la rencontre des sujets – performers et public – dans l’espace performatif ; une spatialité sensible exprimant le potentiel de cette rencontre avec une « force orientatrice » spécifique. Mon approche s’intéresse en particulier aux conditions d’accordage (attunement) du performer au potentiel de cette spatialité émergente et aux effets de cette « adhérence perceptive» sur sa présence créatrice. Une approche qui m’a mené à étendre la notion de mouvement à l’espace de la relation performative, au delà des contours visibles du corps physique.
- O toque e a diferença : um estudo da emergência criadora na formação do intérprete contemporâneoPublication . Aprea, Ciro; Guimarães, Daniel Tércio Ramos; Tavares, Gonçalo Manuel AlbuquerqueEste estudo analisa o lugar do corpo sensível na formação do intérprete contemporâneo à luz dos conceitos de toque e de diferença. A investigação partiu do encontro entre estes dois conceitos que, inicialmente, refletem modos distintos de pensar a vida sensível. Por um lado, o toque como tato, como sentido do tangível, estatui-se ao mesmo tempo como o mais difícil de definir entre todos os sentidos, pela sua duplicidade e plasticidade. O toque apresenta duas dimensões: uma focada, local, coincidente com os contornos objetivos do contacto físico; outra mais difusa, global, que se estende interiormente a todo o corpo. Este toque interno do corpo tem sido objeto de explorações filosóficas intensas seja como “sentido dos sentidos”, o sentido no qual convergem todos os outros na apreensão complexa da realidade, mas também como fundo percetivo que sustenta a perceção de si e o sentimento de existência. Por outro lado, a diferença é o conceito pelo qual Gilles Deleuze pensa a vida sensível do ponto de vista das relações de força que a fundamentam. A diferença é o que permite acolher o movimento de forças que constituem o mundo concreto “entre” e “para além” das formas organizadas. Deleuze fala de um “puro sensível”, um “ser do sensível” que excede o sensível sentido e representado, e que se manifesta por uma espécie de “mouvance”, “uma diferença na intensidade”, uma variação contínua da matéria, que leva o existente, a vida, a diferir perpetuamente de si mesmo. As noções de toque e de diferença revelam-se regimes de exploração da vida sensível à partida distintos: o campo da intencionalidade e da experiência vivida; o campo intensivo da experimentação, o plano da vida vivida e não reconhecida. O intérprete encontra-se numa posição paradoxal: a sua pesquisa obriga-o a gerir constantemente análise e imersão, a situar-se entre o plano de experimentação e o plano da experiência. Ele deve gerir dois estados de presença que parecem, à primeira vista, excluir-se um ao outro. No nosso estudo, para além da tensão epistemológica inicial, este binómio configura um campo para a exploração prática da emergência criadora onde o toque é encarado como o elemento técnico que pode ligar e tornar mais percetíveis as vias de passagem entre o campo da experiência e o campo da experimentação, os procedimentos que permitem a transição do corpo intencional ao corpo intensional. Finalmente, a reflexão que move o presente estudo assenta numa intensa prática pedagógica onde as noções de toque e diferença operam não apenas como conceitos mas como ferramentas práticas, quadros de experiência concretos, para a abertura intensiva do corpo.