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Abstract(s)
A metanarrativa cinematográfica, que começa por radicar num ímpeto
fundamentalmente humano — a tendência para a efabulação — transforma-se
num discurso autoral por via da atenção prestada ao ato enunciativo em si
mesmo, eventualmente ligado ao enunciado que o motiva. Ao evidenciar uma
atividade de narração que se centra sobre os seus fundamentos narrativos
(significado do prefixo “meta”), um filme ficcional enuncia-se a si próprio
como artefacto emanado de uma mente criativa (seja ela a do realizador e/ou
do argumentista) e tendo o storytelling como temática. O discurso autoral sobre
esta matéria pode, em nossa opinião, dividir-se em três grandes categorias,
consoante a participação mais ou menos explícita que nelas tem o “enunciadormor”,
normalmente referido como “autor implícito”: metanarrativas
intradiegéticas, quando a voz narrativa é predominantemente das personagens;
metanarrativas extradiegéticas, quando a articulação de histórias é organizada
de forma assumida pelo próprio autor; narrativas híbridas, quando os filmes são
autorreflexivos e dotados de mise en abyme perfeita ou simbiótica, espelhando
ao nível da diegese o trabalho enunciativo operado fora dela, no ato
constitutivo. Formalmente situado entre o encaixamento e a aporia, o cinema
metanarrativo comprova que na arte contemporânea a forma é já parte do seu
próprio conteúdo.
Description
O II Encontro Anual da AIM teve lugar na Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa, entre 10 e 12 de maio de 2012.
Keywords
Metanarrativa Metacinema Storytelling Enunciação