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Comunicação e cidadania corporativa

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Provavelmente nada representa melhor o mundo em que vivemos como a expressão the butterfly effect. Tanto numa acepção literal como metafórica esta expressão que reproduz um dos princípios fundamentais da teoria do caos, relembra-nos que possivelmente mais do que qualquer outra coisa são os problemas sociais e ambientais a uma escala global que enquadram os maiores desafios colocados hoje às organizações. Se a poluição dos rios ou dos oceanos não tem fronteiras, a precariedade, para usar a expressão que Guy Standing (2011, 2014) consagrou, com que as novas gerações serão confrontadas, também o é. Como Hulme (2009) tão bem o expressa, neste novo século onde todos os processos são complexos e as relações se encontram em constante mutação, dependerá da capacidade de interacção entre o sector privado, o sector público e a sociedade civil o suportar tanto o crescimento económico como o reforço das capacidades, para dar resposta às necessidades sociais / ambientais. Propomos-nos refletir sobre a realidade organizacional portuguesa tendo como base os conceitos de “cidadania corporativa” e de “comunicação”. Como entendem as nossas organizações as questões da sustentabilidade, da governança, da cidadania corporativa? Qual a amplitude das suas preocupações sociais e ambientais? Que programas, projectos, acções, desenvolvem? Que papel desempenham os profissionais (departamentos) de Comunicação nesta temática? Que perspectiva (operacional, tática ou estratégica) da comunicação têm estas empresas? Que visão (discursiva ou constitutiva) têm do próprio conceito de Comunicação? De um ponto de vista teórico que conceitos privilegiam para designar os aspectos que, pedindo emprestada a expressão a Wittgenstein, designaremos como tendo parecenças de família com uma noção de “Cidadania Corporativa”? Responsabilidade Social Empresarial? Investimento Social? A investigação apresentada foi realizada entre Novembro de 2018 e Janeiro de 2019 e tanto pelo seu objecto, como pelo seu objectivo, insere-se num perspectiva de investigação de cariz pragmatista com uma metodologia de cariz qualitativo, com recurso a métodos para recolha e análise dos dados também qualitativos. O objectivo do estudo prendeu-se com a compreensão, o encontrar de semelhanças e de regularidades e não com o encontrar da essência de um assunto ou o validar de hipóteses. Partindo de um grupo de empresas constituídas enquanto associação, que visa a promoção e reflexão sobre questões de comunicação e responsabilidade social (GRACE), foram usados métodos qualitativos tanto para recolha dos dados (entrevistas presenciais com base em guião) como para a análise dos mesmos. Representando diversos sectores de actividade e uma multiplicidade de formatos empresariais estas são organizações que ao associarem-se a esta entidade demonstram, a priori, um interesse especial por estas questões, justificando assim a opção por estes actores.Os resultados não parecem ser animadores devido à forma como a questão da Cidadania Corporativa é entendida, bem como pelo modo como as noções de “comunicação” e, em especial, da gestão da comunicação institucional se parecem deixar submergir no seio de um sem número de outros departamentos, interesses ou designações. Entre acções de filantropia e processos de gestão e certificação da qualidade, à comunicação parece-lhe restar um papel de porta-voz institucional das boas práticas organizacionais.

Description

Keywords

Relações públicas Comunicação corporativa Responsabilidade social corporativa Cidadania corporativa IPL/2018/3Cs_ESCS

Citation

Eiró-Gomes, M., Raposo, A., Simão, J., Silvestre, C., & Nunes, T. (2019, abr, 25-27). Comunicação e cidadania corporativa. Comunicação apresentada no XESCOM – IV Simposio Internacional sobre Gestión de la Comunicación, Universidade do Porto, Porto, Portugal

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XESCOM