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Abstract(s)
Introdução e Objetivos: As quedas são muito comuns após acidente vascular cerebral (AVC). A identificação e a caracterização do risco de queda permitem propor medidas adaptadas a cada indivíduo, a fim de minimizá-lo. Este estudo avalia o risco de queda entre indivíduos residentes na comunidade após AVC e explora os fatores que influenciam esse risco. Material e Métodos: Estudo transversal com estudo de caso-controle aninhado, em indivíduos com marcha autónoma, referenciados para fisioterapia ambulatória com tempo de instalação do AVC inferior a 12 meses. Estudaram-se indivíduos referenciados durante 5 anos. Aplicou-se a Escala de Equilíbrio de Berg (BBS), o Timed Up and Go Test (TUG) e a Motor Assessment Scale (MAS). Valores de BBS≤45 e/ou TUG>14 foram considerados como identificando risco de queda. Foram inquiridos os episódios de queda ocorridos após o AVC. Foi avaliada a capacidade de discriminação da estimativa e exploraram-se modelos explicativos por regressão logística multivariável. Resultados: Foram estudados 167 indivíduos entre 21 e 87 anos (mediana 66), 98 homens (58,7%); em 133 (79,6%) o AVC tinha ocorrido há menos de 6 meses. Foi identificado risco de queda em 139 (83,2% [IC95% 76,84 - 88,14]). 78 relataram episódios de queda (46,7% [IC95% 39,30-54,26]). A capacidade de discriminação da estimativa pelo BBS≤45 e/ou TUG>14 foi de 55% (IC95% 47,5-62,4). Não se identificou um modelo preditivo dos indivíduos que referiram quedas. O modelo multivariável para a estimativa do risco para quedas identificou ser mulher e ser mais velho como promotores e a capacidade funcional (avaliada pela MAS) como protectora. A MAS, por si só, discriminou os indivíduos que referiram quedas com AUC 0,69 (IC 95% 0,60-0,77). Conclusões: O risco de quedas é muito alto após AVC, especialmente nos idosos e nas mulheres, e está associado a menor capacidade funcional. As estimativas de risco baseadas nos instrumentos usuais têm baixa capacidade de discriminação dos indivíduos com queda efetiva. Novas ferramentas com melhor desempenho são necessárias para identificar o risco de queda após AVC.
Description
Keywords
Fisioterapia Medicina de reabilitação Acidente vascular cerebral AVC Risco de queda Predição Instrumentos de estimação de risco Estudo observacional
Citation
Pimenta C, Correia A, Alves M, Virella D. Identificar o risco de queda na comunidade após acidente vascular cerebral: serão necessários melhores instrumentos de predição? In: XI Congresso Nacional de Fisioterapeutas [online e ESTeSL], 5 e 6 de novembro de 2021.