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Os museus, a participação cultural e as comunidades: o caso do Museum of Making

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Considerando a comunicação como a atividade que realizamos quando nos encontramos num determinado ambiente, quando temos a nossa atenção fixada num mesmo foco e nos reconhecemos mútua e reciprocamente como parceiros da atividade em que estamos envolvidos (Rodrigues, 2020), a presente comunicação pretende analisar as atividades comunicacionais características das esferas públicas culturais, especificamente a mediação proporcionada pelos museus. O ambiente proporcionado pelos museus pode permitir a crítica e a reflexão sobre o Mundo da Vida, o “terreno do imediatamente familiar” (Husserl, 1936/1970), na e pela experiência comunicacional dialógica, até porque exploram os problemas contínuos da vida e as lições que deles podemos retirar têm que ver com as emoções e ajudam-nos a pensar reflexivamente sobre as situações que compõem o Mundo da Vida. Quando os museus se organizam de forma participativa, em que a relação organização/públicos não é de caráter instrumental, mas dialógica, baseada na intersubjetividade do mútuo entendimento estabelecido linguisticamente, enriquecem a experiência do mundo intersubjetivo e contribuem para o bem comum, garantindo, como diria Jürgen Habermas (1929–), o acordo estabelecido com base numa atitude intercompreensiva e de dependência mútua. “Se envolvidos num processo de participação, os públicos deixam de ser entendidos apenas como visitantes, enquanto consumidores passivos, para passarem a ser percepcionados como co-criadores, o que significa que poderão assumir o papel de protagonistas no processo de criação, decisão e disseminação de novos discursos e práticas.” (Carvalho, 2016: 36) Em termos de políticas culturais, trata-se da transição para o paradigma da democracia cultural, em que “o consumo cultural dá lugar à participação cultural” (Lopes, 2009: 5). Nesta comunicação pretendemos ilustrar e problematizar as formas de experienciar a produção cultural e artística que, depois do regime de produção cultural em massa e da crise financeira global a partir de 2008, têm vindo a ser promovidas. Tendo como mote implicar as “nossas” comunidades [nós como o díctico da comunidade de que nos fala Ferdinand Tönnies (1855–1936)] e combater a exclusão social, proporcionando a participação bottom-up e formas de apropriação mais criativas, pretendemos verificar, no Museum of Making em Inglaterra, caso afirmado por François Matarasso (1958–), artista comunitário a viver no Reino Unido, como exemplar, se estamos perante um caso que permite ilustrar a passagem de uma lógica descendente para uma lógica de cocriação da oferta, em que o ato de participar em atividades coletivamente organizadas permite a sobrevivência de aspetos da comunidade de que nos fala Tönnies. A principal questão é mapear como o Museum of Making, ao promover a proximidade e o encontro num mesmo ambiente, proporciona comunidades da vida física e, ao mesmo tempo, através dos usos públicos e críticos da razão e de interações orientadas pela coordenação dos planos de ação das partes implicadas, promove comunidades do espírito.

Description

Keywords

Mediação Participação cultural Comunidades Museum of Making

Citation

Centeno, M.J. (2024, jan, 24-26). Os museus, a participação cultural e as comunidades, o caso do Museum of Making. Comunicação apresentada no XIII Congresso da Sopcom: Comunicação, Culturas e Comunidades, Universidade do Minho, em Braga, Portugal.

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CECS – Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade
Sopcom – Associação Portuguesa de Ciências da Comunicação