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- Que opinião sobre a Europa? As eleições para o Parlamento Europeu na imprensa PortuguesaPublication . Gomes, Pedro Marques; Simões-Ferreira, Isabel; Centeno, Maria JoãoNum momento em que nos vimos confrontados com uma onda de euroceticismo crescente e com a emergência de partidos populistas transnacionais, o inquérito mais recente do Eurobarómetro (2018) revelou que apenas 41% dos eleitores portugueses consideravam de “importância elevada” votar nas eleições para o Parlamento Europeu (PE) em 2019. Quanto às razões para não votar, 46% dos inquiridos em Portugal disseram que “não sabem o suficiente sobre o papel do Parlamento Europeu”, um valor superior à média da UE28 (34%). Neste contexto, as últimas eleições para o Parlamento Europeu (com uma taxa de abstenção de 69,3%) merecem uma reflexão aprofundada, designadamente no que respeita ao contributo dos média para a construção de uma esfera pública europeia. Ao analisarmos, nesta comunicação, os artigos predominantemente opinativos – crónicas, editoriais (a posição da empresa jornalística sobre o tema) e outros artigos de opinião da imprensa nacional –, procuramos interpretar quer a estrutura interna dessas unidades de análise e respetivos objetivos ilocutórios, quer a orientação global dos jornais, em termos opinativos, no contexto de política nacional e construção europeia. Considerando-se que o discurso é “linguagem como prática social” (van Dijk, 1988; Fairclough, 1998, 2003), que incorpora visões específicas do “real”, em estreita articulação com processos de poder e de governamentalidade, pretende-se, do ponto de vista teórico-metodológico, cruzar o conteúdo dos artigos de opinião com as práticas discursivas utilizadas, através de uma Análise Crítica do Discurso (ACD). A análise será realizada na imprensa nacional – nas versões impressas dos jornais Correio da Manhã, Público, Jornal de Notícias, Diário de Notícias, i, Sol e Expresso – nos quinze dias anteriores ao ato eleitoral, o período de campanha eleitoral, e no próprio dia 26 de maio de 2019.