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  • Caminhos de uma investigação sobre a comunicação no terceiro setor em Portugal: uma reflexão sobre os métodos de pesquisa e análise de dados
    Publication . Eiró-Gomes, Mafalda; Neto, César Humberto Pimentel; Silvestre, Cláudia
    Na comemoração dos vintes anos da Sopcom não será com certeza inapropriado refletir sobre os diferentes desenhos de investigação em Relações Públicas. Com o presente artigo pretende-se não só apresentar algumas das perplexidades, dúvidas, erros e interrogações com que nos deparámos ao longo do projeto “A Comunicação em OCS: do conhecimento ao reconhecimento” como refletir sobre a necessidade e pertinência de se abandonarem as visões mais ou menos dualistas que têm presidido a muitas das investigações em comunicação aplicada nas últimas duas décadas. Entre os que defendem como paradigma único, pesada herança do positivismo, a necessidade de recolha e tratamento de dados de cariz exclusivamente quantitativo e os que consideram que porque lidamos com o comportamento humano nada deverá, ou poderá, ser objetivamente confirmado ou infirmado optámos por trilhar outros caminhos numa certa acepção herdeiras de uma perspetiva pragmatista de investigação. Parafraseando Putnam, podemos dizer que para os grandes pragmatistas Peirce, James e Dewey a pesquisa se levada a cabo democraticamente é digna de confiança; não por ser infalível mas porque é através da pesquisa, e só através desta, que nos confrontamos com as limitações e incorreções dos nossos procedimentos. Analisaremos um caso específico, o desenho de investigação e os procedimentos metodológicos do projeto acima mencionado, estudo que envolveu todas as ONGD que se encontravam registadas no Ministério dos Negócios Estrangeiros em maio de 2016. Este estudo teve uma primeira fase quantitativa em três etapas: construção do questionário, recolha da informação e análise dos resultados. O questionário focou-se em questões objetivas, mais concretamente em factos relacionados com a identificação da organização, a avaliação do logótipo, a comunicação com o público em geral, o uso dos novos media como meio de comunicação e a importância da comunicação. Apesar do questionário apenas conter questões objetivas a recolha de informação foi feita através de entrevista telefónica para reduzir ao mínimo os erros relacionados com a forma como se entende e consequentemente responde ao questionário. Nesta fase concluímos que as ONGD são muito diferentes umas das outras, quer em termos dos seus objetivos, das suas ações, da forma como se envolvem com a sociedade, mas também da sua organização interna. Se a sua diversidade é uma mais-valia, pois permite colmatar várias necessidades que existem na nossa sociedade, tornam a análise estatística mais desafiante. Foi no entanto possível agrupar as organizações em dois segmentos, as ONGD de pequena dimensão, em média com 13 colaboradores e um máximo de 30 e as de grande dimensão que têm em média 239 colaboradores, embora algumas tenham mais de 1000 colaboradores. Em relação à comunicação, as organizações de grande dimensão têm geralmente ao seu dispor mais suportes e trabalham com mais frequência com agências de comunicação, no entanto comparativamente com as ONGD de grande dimensão, verificou-se que as de pequena dimensão dão mais importância ao uso de autocolantes e a ter uma loja online. Depois de finalizada esta parte do estudo notou-se que uma análise tão objetiva não permitia conhecer as práticas comunicacionais de cada ONGD. Por exemplo, quase todas (96%) as organizações afirmaram ter site, mas será que a importância atribuída ao site é semelhante em todas as organizações? Que informação existe no site? Com que frequência é atualizado? De quem é responsabilidade dos conteúdos? O que se espera com o site? Com a necessidade de, em alguns aspetos, obter outro tipo de informação avançámos nesta segunda fase para um estudo qualitativo. Através de uma entrevista semi-dirigida tentámos avaliar a perceção que as ONGD têm sobre a comunicação. Este projeto, nomeadamente a necessidade de se apostar numa metodologia mista, onde os resultados da investigação quantitativa foram usados para delinear a investigação qualitativa, servirá então de mote para uma reflexão sobre as metodologias de investigação em Relações Públicas, explorando o papel das metodologias mistas.
  • A comunicação em OSC: do conhecimento ao reconhecimento
    Publication . Eiró-Gomes, Mafalda; Neto, César Humberto Pimentel; Silvestre, Cláudia
    Partindo da ideia que consideramos incontestável de que a comunicação é constitutiva das organizações, realizou-se, num primeiro momento, um mapeamento dos principais instrumentos de comunicação usados, existência ou não de gabinetes / departamentos de comunicação bem como de outros elementos expressivos da identidade das organizações usando uma metodologia, tanto para recolha - como para análise dos dados - de cariz quantitativa, e posteriormente, numa fase de investigação de cariz qualitativo procurou-se compreender "Como entendem as ONGD a gestão da comunicação?"
  • Investigação exploratória sobre a ´comunicação’ nas ONGD em Portugal
    Publication . Eiró-Gomes, Mafalda; Neto, César Humberto Pimentel; Silvestre, Cláudia
    Muniz Sodré (2014) inicia a sua obra mais recente reiterando a ambiguidade de um dos termos mais usados e de maior penetração em todo o nosso espaço público: o conceito de “comunicação”. Desde o início da segunda metade do século XX que o encontramos em todas as áreas disciplinares - da biologia à sociologia, da ecologia à economia ou à arquitectura - referindo uma multiplicidade de estruturas, situações ou processos. É contudo na linguagem corrente da nossa contemporaneidade que somos confrontados com o seu uso numa maior multiplicidade de situações e nas suas acepções menos conspícuas. No presente artigo, fruto não só de uma revisão da literatura como essencialmente de um trabalho de investigação empírica desenvolvido ao longo dos meses de Junho e Julho de 2016 junto das Organização Não Governamentais para o Desenvolvimento (ONGD) em Portugal, traçaremos um primeiro diagnóstico sobre as práticas comunicacionais nas referidas organizações. Do universo de 185 ONGD registadas no Ministério dos Negócios Estrangeiros em Maio de 2016, e tendo sido efectuados pelo menos três tentativas de contacto telefónico e via e-mail, analisámos os seguintes aspectos de 76 organizações: a) Caracterização das organizações (missão, valores, áreas de trabalho, dimensão, …) b) Aspectos gráficos: Símbolo e logótipo c) Suportes de comunicação (quais utilizam, quando e de quem é a responsabilidade). Esta análise permite chegar a algumas conclusões sobre a realidade das ONGD no que se refere à sua comunicação, avaliar a importância da comunicação na organização e perceber se as diferenças entre as formas de comunicação das várias organizações está associada à sua área de acção ou se existe(m) outro(s) fator(es) intrínseco(s).