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- A criação de personagens e o trabalho colaborativo em coreografiaPublication . Jardim, Marta Reis; Fernandes, JoãoEste relatório refere-se ao estágio em interpretação realizado por Marta Jardim, inserido no segundo ano do Mestrado CCPP. O estágio de interpretação aconteceu na criação de 2023 da Companhia Olga Roriz, “A hora em que não sabíamos nada uns dos outros”. A criação dessa peça teve a direção de Olga Roriz e é baseado no texto dramatúrgico homônimo de Peter Handke. A peça consiste numa perspectiva voyeurista de uma praça onde, ao longo de um dia, passam mais de 450 personagens. Neste documento, o processo de criação de personagem e a análise de personagem estão em destaque, existindo uma reflexão sobre o seu papel fulcral enquanto entidade expressiva. Existe contextualização teórica de diferentes perspectivas. É abordado o papel dosⅠⅡⅠ neste processo de criação (nomenclatura criada pela coreógrafa). É descrito o processo de trabalho e são abordados os métodos e processos de composição da macroestrutura, assim como os processos de criação de personagens coletivas e individuais. Marta Jardim reflete sobre a sua prática enquanto intérprete-criadora ao criar estas personagens em conjunto com Olga Roriz e analisa os seus registos expressivos.
- Atopos [impulso tornado em nuvens]Publication . Silva, Beatriz Marques Aparício Mira da; Mira, Beatriz; Neto, Ângelo CidEste texto configura o Relatório Final de Projeto sobre o processo criativo da peça de dança Atopos, co-criada e co-interpretada com Miguel Santos, no contexto do Mestrado em Criação Coreográfica e Práticas Profissionais da Escola Superior de Dança. Com este documento pretende-se estabelecer, através da escrita, um vetor investigativo que dialoga e se acrescenta ao processo desenvolvido em estúdio, aproximando-se do processo criativo cronologicamente, expressivamente, sensorialmente para formar novas camadas da sua compreensão. Partindo do potencial temático do conceito de atopos, pela lente de Roland Barthes no livro Fragmentos de um Discurso Amoroso, os conceitos de sinistro, paisagem e poesia, foram basilares na perspetivação da expressão artística da obra coreográfica. As principais ferramentas desenvolvidas em estúdio para a geração, seleção e composição de movimento foram a improvisação livre e estruturada, a exaltação da expressividade das ações comuns, o mapeamento temporal e espacial de propostas coreográficas e a utilização da palavra como mote para o movimento. Das experiências e desenvolvimento dos métodos que possibilitaram a criação coreográfica, formaram-se reflexões internas relativas ao impacto da pluralidade nos processos criativos partilhados e à relação que o intérprete e o movimento estabelecem com os elementos cénicos. Estas observações, desenvolvidas em diálogo com outros autores e artistas, paralelamente com os interesses temáticos iniciais, impactaram o processo criativo e informaram pensamentos sobre a dramaturgia da peça. O conceito das nuvens, que se inspira na proposta de José Gil de serem o devir do movimento visível da dança, que se traduz sempre denso, desfocado e efémero, permite pensar o modo de expressão da peça como um artifício que não se revela inteiramente, e por isso atrai, mas que se desfaz a si próprio, e por isso aproxima. A proposta de Atopos, associada ao potencial das nuvens para fazer correr o impulso, através do desejo, modo da agenciação do impulso, é além de peça coreográfica, uma investigação do potencial expressivo, social, ético e político da dança.