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- Isto não é um solo: processo coreográfico de um (quase) soloPublication . Vieira da Cunha, Vanessa Raquel; Xavier, Madalena; Instituto Politécnico de Lisboa - Escola Superior de DançaPara o projeto desenvolvido no âmbito do Mestrado em Criação Coreográfica e Práticas Profissionais, propus-me criar um solo coregráfico para mim mesma, colocando-me simultaneamente no lugar de criadora e intérprete e usufruindo daquelas que são as eventuais dificuldades ou regalias do trabalho a solo. Existem inúmeras formas de dar início a uma criação, pessoalmente, sinto a necessidade de delinear em antemão o universo sobre o qual pretendo debruçar-me, de forma a poder iniciar alguma pesquisa temática e conceptual que depois me acompanha para estúdio, mesmo que a ideia inicial lentamente comece a desvanecer ou dar lugar a novos conceitos. Neste caso, o mote para a criação que, inicialmente intitulo de “NEM UM” e apenas mais tarde no processo dá lugar a “Isto não é um solo”, tem como mote a obra de Luigi Pirandello "Um, Nenhum e Cem Mil". Os formatos que encontramos atualmente nos processos de conceção coreográfica, representam uma panóplia de possibilidades, tornando-se cada vez mais diluídas as fronteiras que separam as diferentes áreas artísticas. São múltiplos os exemplos de criadores que integram obras literárias nas suas composições, servindo-lhes de diferentes modos e com propósitos variados. Para este projeto, pretendia que o texto se ausentasse do objeto coreográfico, servindo-lhe apenas como motor de produção de pensamentos, propostas, indagações, imagens ou contextos. Não obstante, em nenhum momento recusei a presença da palavra - escrita e dita – mantendo aberta a possibilidade da sua inclusão no objeto artístico final. A materialização da proposta criativa passa por diferentes moldes, encontrando-se com técnicas de improvisação, manipulação e construção de materiais coreográficos, reflexões sobre o espaço cénico e os seus componentes – luz, figurino e cenário – e a mediação de conceitos e imagens que o próprio corpo desenvolve. “Isto não é um solo” ganha forma pela primeira vez, mediante um público e no palco do Auditório do Instituto Português do Desporto e Juventude de Viseu, no âmbito do Festival Lugar Futuro, organizado pela escola e companhia Lugar Presente, proveniente da mesma cidade, no dia 24 de março de 2024.