Browsing by Issue Date, starting with "2019-02-07"
Now showing 1 - 3 of 3
Results Per Page
Sort Options
- Criar poder: teatro e comunidade aplicado às empresasPublication . Gomes, Cristiana Oliveira Fernandes; Wengorovius, Rita; Coutinho, Eduardo TessariEste trabalho reflete e procura descobrir a relação direta e indireta do Teatro e Comunidade ao ambiente empresarial corporativo. Expõe a minha experiência de estágio na empresa de team building “Equinócio” e procura entender, de forma prática, os obstáculos e aprendizagens que cada equipa de colaboradores enfrenta, nas atividades que lhes são propostas, bem como os obstáculos e aprendizagens que fui tendo ao participar nessas atividades. Por se tratar de uma área pouco explorada - teatro em, com e para empresas - vou expondo ideias que se podem relacionar e que podem fazer sentido na democratização da linguagem artístico-comunitária. É apresentado também um esboço de projeto que poderá ser viável em várias empresas ou grupos, atendendo à personalização de cada caso, e tendo em conta aquilo que no momento me é possível enquanto mobilizadora. Assim, iremos perceber que de um núcleo empresarial facilmente se desconstrói para um “eu” como se é lançado para a ideia das sociedades serem parte constitutiva de um sistema mundial!
- Génese da censura salazarista e práticas jornalísticasPublication . Barros, Júlia Teresa Pinto De SousaQuando, em novembro de 1932, Salazar, na entrevista a António Ferro, afirma“ Os católicos foram absolutamente estranhos à minha entrada no Governo, como têm sido absolutamente estranhos a todos os meus atos políticos” , revela, antes de mais, a necessidade de defender a sua linha de atuação política, já em marcha. Está por estudar o lugar da censura na luta política da ditadura militar (1926- 1933). No entanto, a censura foi um instrumento político disponível, de valor incalculável, sem o qual não é possível entender a afirmação política do sector católico autoritário. À atuação da censura coube reconfigurar, continuamente, o campo dos “ situacionistas”, mas não só, a censura constituiu-se como o meio de propaganda mais abrangente e eficaz na edificação do Estado autoritário. Uma grande parcela da atividade censória recaía não sobre opiniões, ou comentários, mas sobre a matéria prima em que se vinha edificando a imprensa escrita e o trabalho jornalístico: a informação. Tratava-se de uma atividade com implicações que estavam longe de se limitar à luta política travada entre grupos e individualidades que reclamavam protagonismo no campo político. A atuação da censura implicava toda a sociedade portuguesa condicionando a experiência e perceção daquele tempo histórico. No final de 1932, ainda antes da institucionalização do Estado Novo, já se desenhava o primeiro esquisso da representação do país imaginado pelo autoritarismo católico conservador. Com base no espólio da Ephemera analiso os primeiros boletins de cortes à imprensa, redigidos semanalmente, pela Direção dos Serviços de Censura, entre março e outubro de 1932. Procuro compreender a crescente afirmação do aparelho de censura, no interior da ditadura militar, e o seu impacto nas práticas jornalísticas neste período de pré institucionalização do Estado Novo. No processo de desarticulação do sistema informativo herdado do liberalismo, então em curso, destaco a interdição de procedimentos de recolha de informação atual há muito estabelecidos nas rotinas diárias das redacções dos jornais (reportagem, entrevista, registo de depoimentos, de boatos, de notas de correspondentes, etc.).
- Um contributo para a recepção dos estudos culturais em PortugalPublication . Subtil, Filipa Mónica de Brito GonçalvesA investigação sobre comunicação, cultura e media na Europa caracterizava-se, no final dos anos de 1950, por um conjunto de trabalhos escasso e disperso sobre a relação entre esses domínios, o poder e o conhecimento. É neste período que, em França e na Inglaterra, surgem projectos intelectuais que procuram novas vias teóricas e de investigação. Referimo-nos, em concreto, aos projectos que deram origem, em 1960, em França, ao Centre d’Études des Communication de Masses (CECMAS) e, em 1964, ao Centre for Contemporary Cultural Studies (CCCS), na Grã-Bretanha. Propondo-se delinear outro rumo para o estudo da cultura que superasse o mainstream universitário configurado pelo confronto entre as tendências do empirismo norte-americano, praticado por Robert K. Merton e Paul Lazarsfeld, e o marxismo académico, tal como fora desenvolvido por Theodor Adorno e Max Horkheimer, um leque diversificado de autores tomou o conceito de cultura como chave teórica neste período conturbado. Este esforço colectivo denominado "viragem culturalista" procurou criar um corpo de investigação que tivesse peso suficiente para abrir um espaço próprio na universidade, num empreendimento que se considerava dever ser transdiciplinar, crítico e interpretativo. Tal viragem culturalista irradiou uma influência assinalável para certos círculos intelectuais do sul da Europa, e Portugal não foi excepção. Esta comunicação, que se configura ainda como uma investigação em curso, visa cumprir três objectivos principais: traçar os contornos da recepção, nos círculos intelectuais portugueses de esquerda, das tendências culturalistas (especialmente francesa, mas também inglesa e italiana), logo nos anos de 1960, apesar do contexto de ditadura e de repressão das ciências sociais em que o país viveu até 1974; mostrar como sob os auspícios do estruturalismo francês, os estudos culturais foram desbravados, nas década de 60 e 70, por iniciativas pioneiras de jovens universitários dos cursos de letras, materializadas, entre outras, na tradução e publicação de autores franceses em revistas, mas também sob a forma de livros ou colecções; por último, mostrar como a sociologia e as ciências da comunicação, já nas décadas de 1980 e 1990, tiveram um papel na institucionalização deste campo de estudos na universidade portuguesa.