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- Desafios da globalização: o cidadão entre o Estado de vigilância e o mercado globalPublication . Montargil, FilipeÉ argumentado, nesta comunicação, que os indivíduos nas sociedades tecnológicas avançadas com modelos de Estado-providência se encontram perante uma situação ambivalente, quando considerado o seu duplo papel de cidadãos e, simultaneamente, de agentes no mercado de trabalho. Enquanto cidadãos, são confrontados com a capacidade crescente do Estado para colocar em prática mecanismos de controlo e vigilância, na sua relação com a administração pública e, mesmo, na sua vida quotidiana. Os cidadãos encontram-se crescentemente controlados por um Estado forte, que utiliza informação relativa à sua vida e à sua atividade, com um número cada vez mais alargado de áreas e de formas de vigilância e controlo. Por outro lado, como trabalhadores, os indivíduos encontram-se perante um Estado cada vez mais fraco, na medida em que não dispõe de instrumentos que lhe permitam lidar com a globalização do capital e da produção mantendo, ao mesmo tempo, os níveis de proteção social. Uma vez que o Estado perde capacidade de controlar os fluxos de capital e de condicionar as decisões sobre a localização da produção, a sua atividade adota uma lógica de concorrência, tentando valorizar-se no mercado internacional e atrair investimento e atividade económica. O Estado revela dificuldades evidentes, neste contexto, em condicionar os agentes económicos globalizados com o mesmo sucesso com que controla os cidadãos. Este processo coloca em risco garantias históricas do Estado-providência, como o alto nível de emprego e de proteção social, o emprego estável ou o crescimento de salários reais. A dupla natureza, contraditória, que o Estado assume situa-se, desta forma, no centro de uma tensão crescente, na relação entre os cidadãos e o Estado.
- Processos de tomada de decisão política e comunicação mediática em Portugal: estudos de casoPublication . Montargil, Filipe; Souto, Jorge; Nunes, DiogoÉ proposta, neste trabalho, uma análise do papel desempenhado pela comunicação mediática no processo de tomada de decisão em políticas públicas, ao longo das suas várias fases. Esta análise apoia-se em contributos originários da ciência política e da comunicação, que permitem o enquadramento teórico e a modelização do objeto de estudo, de forma a permitir uma leitura integrada do processo. Recorre-se, por um lado, à noção de que o processo de tomada de decisão em políticas públicas se encontra sujeito a várias fases, desde a recolha inicial de informação sobre o problema até à avaliação final da decisão tomada e ao encerramento do ciclo. É também mobilizada, para esta análise, uma visão através da qual o sistema político se encontra sujeito a exigências, por parte do seu envolvimento intra-societal. O sistema procura de forma dinâmica o equilíbrio, através de decisões que conduzam a um feedback negativo, reduzindo as exigências submetidas ao sistema na fase seguinte do processo (Easton, 1965). A síntese destas perspectivas estabelece uma grelha de leitura, utilizada neste trabalho para a análise de estudos de caso portugueses. Procura-se, nesta análise, problematizar o papel desempenhado pela informação veiculada através dos meios de comunicação social no processo de tomada de decisões políticas, nas suas várias fases. Os estudos de caso incluem a decisão sobre o aumento das portagens na Ponte 25 de Abril, tomada pelo governo PSD, liderado por Cavaco Silva, em Junho de 1994 (e o buzinão que ocorre, na sua sequência), no âmbito do processo de construção da Ponte Vasco da Gama, e o anúncio da decisão de localização do Novo Aeroporto de Lisboa em Alcochete, pelo governo PS, liderado por José Sócrates, em Janeiro de 2008.