ISEL - Engenharia Biomédica
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Browsing ISEL - Engenharia Biomédica by Author "Brito, Catarina Manique da Silva"
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- Avaliação da exposição ocupacional dos técnicos de medicina nuclear a radiações ionizantes na estrutura ocularPublication . Brito, Catarina Manique da Silva; Vieira, Lina; Teixeira, Nuno; Ferreira, Pedro Miguel MartinsDesde a emergência das primeiras preocupações com a possibilidade de as radiações ionizantes induzirem detrimentos à saúde humana, métodos de caracterização e medição da radiação, têm sido desenvolvidos para estabelecer princípios e sistemas de proteção radiológica. Em particular, o Decreto-Lei 108/2018 tem por desiderato a transposição para a jurisdição portuguesa da Diretiva 2013/59/Euratom, que fixa valores de dose efetiva anual, aplicáveis aos trabalhadores expostos, bem como os valores de dose equivalente destinados a certas regiões corporais, como, nomeadamente, o cristalino [1]. No domínio da estrutura ocular, a morbilidade decorrente da radiação abrange uma ampla gama de condições, com um impacto substancial na função visual, sendo a catarata um fenómeno particularmente frequente. Face a este enquadramento, emerge a necessidade premente de avaliar a carga de radiação absorvida pela estrutura ocular no decurso da exposição ocupacional dos técnicos de medicina nuclear. Estabeleceu-se a distribuição de dose intraocular nos técnicos de medicina nuclear, mais precisamente durante a administração de tecnécio-99m, através de simulações Monte Carlo. Além disso, realizou-se a medição da dose de radiação recebida pelos técnicos de medicina nuclear durante um período de trabalho efetivo, através de dosímetros termoluminescentes, com posterior extrapolação de modo a obter um valor estimado da dose anual. Os resultados evidenciaram que, de forma geral, a atividade dos técnicos de medicina nuclear está em conformidade com os limites de dose estabelecidos, tanto para a estrutura ocular como para a tiroide. Além disso, as simulações revelaram que a utilização da proteção de chumbo envolta da seringa e a rotação da mesma exercem uma influência significativa no número diário de administrações passiveis de serem realizadas, mantendo as doses de radiação a níveis aceitáveis. Foi constatado que o chumbo desempenha de maneira eficaz a função de agente de proteção, absorvendo a radiação de modo significativo, contribuindo para o reforço da segurança inerente aos procedimentos em questão. A pesquisa denota que, não obstante os técnicos de medicina nuclear encontrarem-se adstritos aos limites de exposição consignados, assume particular preponderância uma precaução na manipulação de fontes radioativas, com o desígnio de evitar eventuais riscos para a saúde. Os resultados, de forma veemente, sublinham ainda a relevância de uma abordagem individualizada no que tange à proteção radiológica, na medida em que se pondera a diversidade de sensibilidades à radiação entre diferentes regiões anatómicas.