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Advisor(s)
Abstract(s)
O século XXI emergiu como o século da consagração da era da informação. Entre
uma Europa que não enfrentava ainda alguns dos seus maiores desafios, mas, onde, as
ameaças de radicalismo já se faziam sentir, a velocidade e facilidade de uma suposta
comunicação planetária pareciam ao alcance de todos. Se hoje valorizamos algumas das
vozes que, com clarividência denunciaram desde o início alguns dos aspetos menos
positivos da nova era como Wolton ou Bauman, provavelmente há dez anos pensávamos
ainda que a desinformação, a incompreensão, o excesso de dados (que não informação), não
podiam coexistir com o avanço tecnológico que colocava o mundo, para usar a expressão de
Serres, no polegar das nossas mãos. Na realidade a noção de informação tão generalizada e
vulgarizada está muito longe de poder ser compreendida como sinónimo de comunicação,
entendida aqui, como comunicação efetiva. A necessidade de uma Europa mais forte,
literada, com jovens com elevados graus de diferenciação em termos profissionais e
claramente ainda sob o espírito dos seus fundadores, vinte e nove países europeus
assinaram, em Junho de 1999, os que viriam a ser conhecidos como os Acordos de Bolonha.
Os Acordos estenderam-se, entretanto, a mais onze países e temos hoje uma estrutura de
ensino superior que permite a conclusão de um primeiro ciclo de estudos em 3 anos e de um
segundo ciclo de estudos que varia entre os 18 e os 24 meses, com parâmetros de
compatibilidade e comparabilidade no mercado europeu. Na esteira deste processo, o estado
português introduz a possibilidade de serem lecionados segundos ciclos de estudo nos
Institutos Politécnicos, e em 2007 iniciam-se os primeiros mestrados nas diferentes escolas
do Instituto Politécnico de Lisboa (IPL). A elaboração e desenvolvimento do programa de
estudos do mestrado apresentava-se como um duplo desafio, por um lado, construir pela
primeira vez um programa de segundo ciclo no ensino politécnico respondendo às
exigências e necessidades específicas dos seus estudantes e dos empregadores, e por
outro, não deixar que o mesmo ficasse refém da dicotomia proposta pela própria
regulamentação entre investigação pura e aplicada, ou entre dissertações, e para muitos
académicos, em especial na área das ciências comportamentais e no ensino universitário,
outros tipos de trabalho de conclusão de segundo ciclo, não sem alguma conotação
pejorativa, como os trabalhos de projeto ou os estágios em contexto profissional com a
redação e discussão pública dos respetivos relatórios. Para além de uma reflexão teórica
sobre a fundamentação do ciclo de estudos em apreço no contexto das ciências da
comunicação, tanto do ponto de vista dos seus fundamentos teóricos como dos seus
desenvolvimentos empíricos, com certeza que em diálogo constante com outras áreas, que
vão desde as ciências ditas exatas como a matemática às em geral consideradas disciplinas
de cariz organizacional ou mais empresarial, pretende-se com a presente investigação
perceber que percursos foram trilhados do ponto de vista dos trabalhos finais apresentados.
Existe ou não equilíbrio entre os três tipos possíveis de trabalho final? Existem sectores de
atividade privilegiados enquanto objeto de estudo? Dentro do quadro definido por Wilcox,
Cameron e Xifra (2006) sobre as diferentes áreas específicas de atividade no quadro do
desempenho das funções de um profissional de RP, há áreas privilegiadas pelos estudantes?
Que métodos de investigação foram escolhidos tanto enquanto instrumentos de
investigação científica? Que métodos de recolha e análise de dados foram privilegiados para
monitorização de envolventes e para a avaliação de projetos ou preconizados para avaliação
de campanhas? Utilizar-se-á para tal um desenho de investigação de cariz pragmatista e com
um método de análise documental de tipo qualitativo. Serão analisados todos os trabalhos
defendidos com sucesso pelos discentes que se inscreveram durante as 7 edições (2007-
2013) de mestrado em apreço com recurso a um programa informático para análise de
conteúdo.
Description
Keywords
Investigação em relações públicas Mestrado em gestão estratégica das relações públicas Ensino superior politécnico Instituto Politécnico de Lisboa
Citation
EIRÓ-GOMES, Mafalda; NETO, César; RAPOSO, Ana - Sete anos de investigação em Relações Públicas - percursos do primeiro mestrado em gestão estratégica das relações públicas em Portugals. In: Congresso SOPCOM, 10º: Ciências da comunicação: vinte anos de investigação em Portugal, Viseu, (Instituto Politécnico), 2017 (27 a 29 novembro)
Publisher
SOPCOM / Instituto Politécnico de Viseu