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Advisor(s)
Abstract(s)
Aparentemente persistem as críticas ao papel que as relações públicas podem
desempenhar quando trabalham para órgãos governativos sob falsos pressupostos de esta
atividade recorrer a táticas persuasivas dúbias, ou seja, associando-se a técnicas de
propaganda e aos Spin-Doctors, que manipulam a informação para alcançar objetivos que
vão contra o interesse dos cidadãos, defendendo os interesses das elites políticas e
económicas. A falta de regulamentação da atividade lobista e a influência perniciosa de
alguns profissionais, que são tidos como maus exemplos de relações públicas na atividade
política, adensam a nuvem de desconfiança. A tudo isto acresce uma certa desvalorização
da importância da comunicação no governo. Quando há cortes orçamentais parece que os
profissionais da comunicação são dos mais fáceis de dispensar ou reduzir. Não são raras as
vezes em que os profissionais de relações públicas são redirecionados para outras funções,
ou vêm o seu departamento ser integrado num serviço mais alargado, que os afasta das
suas tarefas normais. Os baixos salários praticados, por comparação ao setor privado,
também levam a que muitos profissionais prefiram transitar para o setor privado onde
sentem ser mais reconhecidos, deixando um vazio na função de Comunicação/RP ou
passando o cargo a profissionais mais novos e menos experientes. Talvez por isso, quando
procuramos casos de sucesso e a partilha de boas práticas na área da comunicação e
relações públicas junto dos organismos associativos que promovem prémios e condecorações para atuação nesta área (e.g. Grande Prémio APCEi , Prémios FUNDACOMii ,Grand Prix da FEIEAiii) raramente encontramos entidades públicas a concurso (fenómenoque aliás não é exclusivo do nosso país). O certo é que trabalhar o setor público é um dos maiores desafios das relações públicas, pois há que ter em consideração inúmeros constrangimentos legais, éticos, técnicos, de orçamento. Muitos destes constrangimentos implicam ter de lidar com incompatibilidades na atuação como é o caso de o enquadramento legal do Estado e da Administração Pública limitar a capacidade dos governos de comunicar abertamente de forma ilimitada, quando estas mesmas entidades oficiais estão sob um escrutínio e pressão dos média e do público para divulgar informação, maior que o setor privado. Perante este cenário será que podemos falar de uma atuação estratégica da função de relações públicas no governo? Qual o grau de autonomia e responsabilidade do serviço de Relações Públicas na estrutura onde se insere? Existe uma definição formal da missão dos serviços ou direções de relações públicas nos órgãos governativos? Qual a preparação e as expetativas dos próprios profissionais? Estas são algumas das questões para as quais iremos procurar respostas através da análise dos Serviços de Relações Públicas das Secretarias-gerais do Estado, que constituem a estrutura de apoio técnico e administrativo dos vários ministérios do Governo Português. A metodologia utilizada será o inquérito por questionário, a análise documental e a análise dos websites das secretarias-gerais. Atualmente existem 11 secretarias-gerais e um gabinete do Primeiro-ministro e, curiosamente, a observação mais válida que podemos fazer em relação à forma como as secretarias de estado desenvolvem e aplicam a sua atividade de relações públicas é a seguinte: “não existem duas iguais”. Contudo, existe uma equipa alargada de profissionais que de há longa data desenvolvem um trabalho de valor, mas pouco conhecido (e ainda menos reconhecido). Nesta comunicação pretendemos trazer à luz um pouco da sua realidade e dos desafios colocados às relações públicas na política em Portugal.
Description
Keywords
Relações públicas no governo Comunicação estratégica Secretarias-gerais do Estado
Pedagogical Context
Citation
PEREIRA, Sandra; BORGES, Luísa - Relaçõespúblicas na política: o caso das Secretarias-Gerais. In: Congresso SOPCOM, 10º: Ciências da comunicação: vinte anos de investigação em Portugal, (livro de resumos, pp. 46-47) Viseu, (Instituto Politécnico), 2017 (27 a 29 novembro)
Publisher
SOPCOM / Instituto Politécnico de Viseu
