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Cinema autobiográfico: materialidade das imagens e inscrições da memória

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Na palavra Vindima, podemos facilmente encontrar a palavra Vida, e no Douro, uma nunca se desliga da outra. Os rostos transformam-se, como a terra, as mãos escurecem e os socalcos das rugas, carregam o peso do trabalho, das durezas e das alegrias da vida, na pele. As cantigas e os sorrisos ecoam na ampla paisagem, histórias são contadas como segredos, às videiras, que em fileira vão contando umas às outras. Os motores das carrinhas, que carregam as dornas, juntam-se ao som das roldanas que esmagam e espremem as uvas. Moem também as cabeças. O vinho bebe-se, enaltece-se, conversa-se, escorrega das mãos e passa a vida nos pipos, velhos. O Douro molda as suas gentes, ao chorar e ao sorrir, e como eu sou do Douro, molda-me também a mim e aos meus avós. “Uma Vindima” é um filme sobre eles, sobre a história de amor de João e Teresa, sobre as memórias de mais de sessenta anos de casados e sobre os frutos deste casamento feliz. É um filme de afectos, sobre a família reunida à volta da mesa, sobre as perdas comuns que pesam no peito e pairam ainda na casa, nas molduras, nos quartos vazios. Uma sucessão de memórias impressas em papel fotográfico, em vídeos caseiros e o meu olhar sobre tudo isto, agora, de câmara na mão.

Description

Trabalho de Projecto submetido à Escola Superior de Teatro e Cinema para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Desenvolvimento de Projecto Cinematográfico - especialização em Tecnologias de Pós-Produção.

Keywords

Memória Cinema autobiográfico

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Instituto Politécnico de Lisboa - Escola Superior de Teatro e Cinema

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