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Abstract(s)
Cerca de 68 milhões de pessoas a nível mundial possuem epilepsia, tornando-a uma das doenças neurológicas mais comuns em todo o mundo. A epilepsia pode ser definida por qualquer uma das seguintes condições: Pelo menos duas crises não reflexas com um intervalo > 24h; uma crise não reflexa e uma probabilidade de novas crises semelhantes ao risco de recorrência geral (60%) após duas crises não reflexas, ocorrendo nos próximos 10 anos; diagnóstico de uma síndrome epilética. Uma das principais intervenções no tratamento da epilepsia é a medicação antiepilética, no entanto aproximadamente 20-30% da população não responde à terapêutica, apresentando, deste modo, uma epilepsia refratária. Esta define-se pela persistência de crises recorrentes após correta escolha e admnistração de pelo menos dois fármacos antiepilépticos sem que o resultado de nenhum deles seja indeterminado. A estimulação do nervo vago (VNS) é umas das opções quando os candidatos apresentam uma epilepsia refratária idiopática focal e generalizada, epilepsia multifocal, crises tónicas/atónicas, crises tónico-clónicas generalizadas, síndrome de Lennox-Gastaut e complexo de esclerose tuberosa multifocal relacionado a epilepsia. Esta técnica tem vindo a demonstrar resultados positivos na redução das crises epiléticas em 50%-60% dos pacientes. Entre os pacientes com lesões epileptogénicas localizadas, deve ser considerada naqueles com localização cortical bilateral e após cirurgia de ressecção de uma área epileptogénica malsucedida. O seu mecanismo tem em conta a anatomia e a fisiologia do nervo vago e respetivas redes neuronais de forma que a sua estimulação leva a uma cessação das crises epiléticas. A VNS teve início no final do século XIX com a realização de experiências em animais, tendo só sido em 1988 realizado o primeiro implante num ser humano. Mais recentemente têm-se vindo a desenvolver diversas técnicas de neuromodulação, com destaque para o VNS responsivo desenvolvido de forma a fornecer impulsos automaticamente tendo em conta um algoritmo de deteção de crises com base na frequência cardíaca, visto que aproximadamente 82% das pessoas com epilepsia apresentam taquicardia ictal. Em conclusão, a estimulação do nervo vago é uma técnica que se tem revelado importante no tratamento da epilepsia, com uma taxa de sucesso de 50-60%, contribuindo para uma melhoria da qualidade de vida dos pacientes.
Description
Keywords
Epilepsia Estimulação do nervo vago Epilepsia refratária
Citation
Santos B, Alves F, Franco S, Palhete-Ferreira L. Estimulação vagal no tratamento da epilepsia. In: XV Seminário Temático em Fisiologia Clínica, ESTeSL, 11 de fevereiro de 2022.
Publisher
Instituto Politécnico de Lisboa, Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa