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Assiste-se hoje em dia a um movimento de reconversão nos estudos sobre as classes sociais orientado pela ideia de que é preciso dar mais relevo aos processos culturais, à formação de identidades, aos estilos de vida e ao gosto e proceder ao exame direto do modo como as posições de classe são vividas. O que esta nova geração de estudos propõe são novos modelos analíticos em que o focus são os processos culturais e o modo como estes estão implicados em tipos específicos de práticas sociais. As culturas de classe deixam de designar tipos de coletividade com comportamentos próprios e passam a ser vistas como modos de diferenciação, em que as classes operam através de distinções individualizadas e comparações relacionais com membros de outras classes. O que é designado como identidade de classe é um certo sentido das distâncias sociais dentro das hierarquias, que recorre às diferenças culturais para se exprimir. Este texto recenseia os desenvolvimentos teóricos e as bases empíricas desta linha de trabalho – que emerge na sociologia britânica a partir do final da década de 90, com o trabalho de autores como Savage, Skeggs, Reay, ou Bottero - e ensaia uma breve reflexão sobre a aplicação de algumas destas teses e conceitos ao estudo das identidades de indivíduos e famílias urbanas que experienciam processos de mobilidade ascendente desencadeados a parti de situações de pobreza e exclusão social.
Description
Keywords
Classes sociais Cultura e Identidade Sociologia britânica
Citation
Cavaleiro Rodrigues, J. (2009, fev, 4-7). Novas perspectivas sobre as identidades de classe: uma leitura orientada para o estudo de trajectos de vida em fuga da pobreza. Comunicação apresentada no X Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sociais: “Sociedades desiguais e paradigmas em confronto”, Univ.Minho, Braga, Portugal.