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Génese da censura salazarista: ideologia em acção

dc.contributor.authorBarros, Júlia Teresa Pinto de Sousa
dc.date.accessioned2017-12-20T22:18:57Z
dc.date.available2017-12-20T22:18:57Z
dc.date.issued2017-11
dc.description.abstractO Estado Novo assumiu a propaganda como instrumento de governação. O jornalismo enquanto organizador e definidor da perceção da realidade constituiu-se como um dos alvos determinantes da atividade propagandística. O que aqui pretendemos é valorizar a censura à imprensa enquanto instrumento propagandístico, assumindo aquela um papel central na construção social da realidade que se quer impor. Está por estudar o lugar da censura na luta política da ditadura militar, entre 1926 e 1933. No entanto, a censura foi um instrumento político disponível, de valor incalculável, sem o qual não é possível entender a afirmação do sector salazarista no poder. À atuação da censura coube reconfigurar, continuamente, o campo dos “ situacionistas”, mas não só, a censura constitui-se o meio de propaganda mais abrangente e eficaz na edificação do Estado autoritário. Existe consenso na historiografia portuguesa sobre a afirmação, no seio da ditadura militar, do sector conservador antiliberal e autoritário, dirigido pelo ministro das Finanças, António Oliveira Salazar, a partir do início de 1930, com queda do governo de Ivens Ferraz e a nomeação para presidente do ministério, do general José Domingos de Oliveira. Não por acaso Ivens Ferraz seria o último presidente do conselho, da ditadura militar, a publicamente defender o fim censura: «Considero a censura à imprensa um mal necessário. É o meio mais eficaz de evitar a especulação política que constantemente se procura fazer com o que se faz e, principalmente como que inventa. Afastado esse perigo, a censura desaparecerá» ( Memórias: 112). . Com base no espólio da Ephemera, iremos analisar os primeiros boletins de cortes à imprensa, até hoje inacessíveis aos historiadores, redigidos semanalmente, pela Direção dos Serviços de Censura, a partir de março de 1932. Coincide a elaboração destes relatórios com um momento de clarificação política no interior da ditadura militar, lembremos que, em maio desse ano, a ditadura “abria” à discussão pública o projeto da nova Constituição, e, em julho, o ministro das Finanças, Oliveira Salazar, assumia a presidência do conselho de ministros. A conjuntura política era ainda marcada pela crescente afirmação no espaço público dos princípios doutrinários da corrente salazarista, autoritária, anti-liberal e nacionalista. O nosso estudo procurará compreender a crescente afirmação do aparelho de censura, no interior da ditadura militar, e analisar as práticas censórias deste período de pré institucionalização do Estado Novo. Em novembro, Salvação Barreto é nomeado a Diretor Geral dos Serviços de Censura, cargo que manteria, após a institucionalização destes serviços, no dia da publicação da nova Constituição, de 1933. Até 1944, Barreto dirige a censura, em estreita colaboração com o presidente do conselho, António Oliveira Salazar, destacando-se no processo de centralização, planificação e consolidação das práticas censórias, que haveriam de permanecer quase inalteradas, até 1974. No final de 1932, ainda antes da institucionalização do Estado Novo, já se desenhava o primeiro esquisso da representação do país imaginado pelo autoritarismo conservador. Pretendemos surpreender a cada traço do lápis azul, do silenciar de vozes, da ocultação de factos, tanto o recorte dos perfis idílicos da nação portuguesa, apaziguada, humilde e satisfeita, quanto os múltiplos gestos de resistência e transgressão.pt_PT
dc.description.versionN/Apt_PT
dc.identifier.citationBARROS, Júlia Leitão de - Génese da censura salazarista: ideologia em acção. In: Congresso SOPCOM, 10º: Ciências da comunicação: vinte anos de investigação em Portugal, (livro de resumos, pp. 22-23) Viseu, (Instituto Politécnico), 2017 (27 a 29 novembro)pt_PT
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/10400.21/7750
dc.language.isoporpt_PT
dc.peerreviewedyespt_PT
dc.publisherSOPCOM / Instituto Politécnico de Viseupt_PT
dc.relation.publisherversionhttp://sopcom17.esev.ipv.pt/docs/LivroResumos.pdfpt_PT
dc.rights.urihttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/pt_PT
dc.subjectCensurapt_PT
dc.subjectPropagandapt_PT
dc.subjectEstado Novopt_PT
dc.subjectDitadura Militarpt_PT
dc.titleGénese da censura salazarista: ideologia em acçãopt_PT
dc.typeconference object
dspace.entity.typePublication
oaire.citation.conferencePlaceInstituto Politécnico de Viseu, Viseupt_PT
oaire.citation.titleCongresso SopCom, X: Ciências da comunicação: vinte anos de investigação em Portugalpt_PT
person.familyNameBarros
person.givenNameJúlia Teresa Pinto de Sousa
person.identifier.orcid0000-0001-6104-0602
rcaap.rightsopenAccesspt_PT
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relation.isAuthorOfPublication382fa8c8-d525-41ea-bbbb-aab18ab4f547
relation.isAuthorOfPublication.latestForDiscovery382fa8c8-d525-41ea-bbbb-aab18ab4f547

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