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- Excesso ponderal e pressão arterial em crianças do 1º CicloPublication . Moreira, Ana Catarina; Borrego, Rute; Machado, Margarida; Pombo, André; Costa, Vânia; Almeida, Ana Maria; Tavares, Ana Sofia; Sá, Cristina; Cordovil, R.; Luz, CarlosIntrodução: Portugal é o 6.° país da União Europeia cuja prevalência de excesso de peso e obesidade ultrapassa os 30%. As crianças obesas apresentam risco mais elevado para hipertensão arterial do que crianças não obesas, risco que aumenta com o aumento do IMC e não apenas na classificação de obesidade. A hipertensão arterial é um dos principais factores de risco modificável de doenças cardiovasculares. A sua incidência e prevalência em crianças tem aumentado nas últimas décadas, principalmente, nos países desenvolvidos. Crianças com hipertensão arterial tendem a ser adultos hipertensos com elevado número de morbilidades associadas. Como tal, a sua prevenção deve iniciar-se o mais precocemente possível. Métodos: Estudo transversal em crianças do 1º ciclo, com avaliação nutricional por parâmetros antropométricos e de pressão arterial. A avaliação nutricional incluiu peso e altura para cálculo do índice de massa corporal (IMC), prega cutânea tricipital e prega subescapular para cálculo da percentagem de massa gorda (%MG) através da equação de Slaughter, e o perímetro da cintura para a razão cintura/altura. Para a medição da pressão arterial foi utilizado um tensiómetro de braço, OMRON® M6, realizadas duas medições da pressão arterial sistólica e a pressão arterial diastólica com um intervalo de alguns minutos e classificada de acordo com o percentil de altura (National High Blood Pressure Education Program, 2004). A análise estatística foi efectuada com programa IBM SPSS (Statistical Package for the Social Sciences). Resultados: Foram incluídos 181 crianças, 90 (49,7%) do sexo masculino, entre os 5 e os 10 anos com idade, média 7,4n1,2 anos. De acordo com o IMC, a maioria (61,9%) apresentava eutrofia, 38 (21%) excesso ponderal e 29 (16%) obesidade. A razão perímetro da cintura/altura foi superior ao percentil 90, em 62 (32,4%) crianças. A classificação da %MG foi superior ao percentil 91 em 47 (26,3%) e destes, 21 (11,6%) foram classificados com percentil superior a 98. A pressão arterial sistólica estava elevada (>Percentil 90) em 6 (3,3%) crianças, enquanto a diastólica estava elevada em 44 (24,3%) crianças, das quais 25 (13,8%) acima do Percentil 95. Verificou-se uma correlação positiva entre a pressão arterial sistólica e diastólica e o Z-Score de IMC (r=0,328; p<0,000) e (r=0,263; p<0,000) ; e entre a %MG (r=0,271; p<0,000) e (r=0,187; p<0,000), enquanto apenas a sistólica mostrou correlação fraca com a razão cintura/altura (r=0,181; p=0,015). As crianças eutróficas apresentavam valores de pressão arterial inferiores aos das crianças com excesso ponderal e obesidade (sistólica: 88,5n10,0 vs 93,6n9,7; p=0,050) (diastólica: 61,7n9,3 vs 64,7n7,4; P=0,024). Conclusão: Estes dados confirmam a elevada prevalência de excesso de peso e pressão arterial elevada em crianças no 1º ciclo, bem como a sua associação. Cerca de 1/3 das crianças apresentava excesso ponderal e ¼ tinha valores de pressão arterial elevados. Apesar de num estudo transversal não serem avaliados factores de causalidade, a correlação observada entre a pressão arterial e excesso de peso, indica que futuras intervenções devem focar não apenas a obesidade, mas igualmente a pressão arterial, especialmente em crianças com excesso de peso.
- Avaliação da competência motora de crianças amblíopes e não amblíopes do primeiro cicloPublication . Sá, Cristina; Luz, Carlos; Pombo, André; Cordovil, R.Ambliopia refere-se ao prejuízo da visão espaço temporal uni ou bilateral durante os primeiros cinco anos de vida, podendo ser causada por qualquer condição que interfira com o foco ocular nessa idade. A consequência da não identificação e não tratamento da ambliopia precocemente pode causar prejuízo visual permanente e efeitos adversos: i) no desempenho escolar; ii), nas habilidades motoras grossas e finas; iii), na interação social e iv) autoimagem. Desta forma, a competência motora O desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais poderá ser afetado por limitações visuais, pois um pobre défice no processamento visual leva a uma diminuição depobre precisão de movimento, movimentos não coordenados e prejuízo do equilíbrio, o que poderá ter consequências futuras ao nível da manutenção de um estilo de vida saudável, visto a competência motora ser preditora da atividade física em crianças e adolescência. Esse estudo avaliou a competência motora de crianças com ambliopia e sem ampliopia. Foram avaliadas 96 crianças do primeiro ciclo, de ambos os sexos, por meio da bateria motor compentence assessment (MCA) (LUZ et al., 2016), composta por seis tarefas quantitativas (duas tarefas de estabilidade, duas locomotoras e duas manipulativas), que permite avaliar a capacidade da criança ser proficiente em uma variedade de habilidades ou ações motoras finas ou grossas. A acuidade visual foi avaliada pelo teste de Snellen (KRONBAUER, SCHOR, CARVALHO, 2008; ZAPPAROLI, KLEIN, MOREIRA, 2009). Após a avaliação da acuidade visual e da competência motora. As crianças foram divididas em 3 grupos: G1- sem ambliopia (31 crianças), G2- com ambliopia corrigida (32 crianças) e G3 – com ambliopia não corrigida (33 crianças). Foi realizada ANOVA para comparar os grupos em cada tarefa do MCA. Os resultados indicaram que houve efeito de grupo para as tarefas de estabilidade: (1) saltos laterais (p<0,001), indicando que o G3 tem desempenho inferior em relação a G1 (p=0,01) e ao G2 (p<0,001); também houve efeito de grupo para a (2) transposição de plataformas (p=0,024), indicando que o G3 tem desempenho inferior ao G1 (p=0,028), mas não entre G3 e G2 (p=0,08). Para as tarefas locomotoras: (3) salto em profundidade, não houve diferença entre os grupos (p=0,131); e para o (4) shuttle run houve diferença entre os grupos (p=0,003), indicando que o G3 tem desempenho inferior ao G1 (p=0,002), mas não em relação ao G2 (p=0,06). Para as tarefas manipulativas: (5) lançar a bola, não houve diferença entre os grupos (p=0,430); assim como não houve efeito de grupo para (6) pontapear (p=0,492). Pode-se concluir que as crianças com ambliopia não corrigida apresentam menor desempenho nas tarefas: salto lateral, transposição de plataformas e shuttle run, tarefas de estabilidade e locomotora, respectivamente, em relação as crianças sem ambliopia, indicando menor habilidade dessas crianças em tarefas em que há interação com objetos.