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- A construção do olhar sobre o jornalismo – a academia e os estudantesPublication . Lopes, Anabela de Sousa; Silvestre, Cláudia; Mata, Maria J.A reflexão sobre o ensino do jornalismo assenta, frequentemente, na análise dos planos curriculares dos cursos e na auscultação dos agentes envolvidos no processo ensino-aprendizagem. Terá menor expressividade o trabalho que resulta de uma inquirição sobre o olhar dos futuros jornalistas relativamente à atividade profissional para a qual a academia, com os seus cursos de comunicação/jornalismo, os prepara. Com o objetivo de conhecer as perceções dos estudantes sobre a sua futura profissão, realizámos um inquérito por questionário a estudantes da licenciatura e do mestrado na área da comunicação social/ jornalismo, de 11 instituições portuguesas de ensino superior. O questionário focou-se nos seguintes pontos: (1) no diagnóstico da profissão, nomeadamente nos valores e nas práticas associados ao jornalismo e na relevância social da profissão; (2) nas intenções - como os estudantes projetam a sua intervenção no espaço público como futuros jornalistas; (3) e nas expectativas quanto ao futuro. O estudo realizado permitiu traçar algumas linhas importantes sobre a perceção que os estudantes têm do jornalismo - uma atividade em que se observam mudanças rápidas, muitas delas responsáveis por uma nova ecologia mediática, que vieram condicionar algumas das boas práticas da profissão. É neste contexto que a desinformação surge como epíteto de um jornalismo em perigo, cuja credibilidade tem enfraquecido, destacam os estudantes inquiridos. Estes futuros profissionais de comunicação também têm dúvidas quanto ao papel que os jornalistas poderão ter para mudar este cenário. Contudo, apesar desta leitura negativa da profissão, reconhecem a importância do jornalismo na sociedade, por considerar que este é um pilar da democracia. Para eles, os jornalistas devem vigiar e ajudar a escrutinar os diferentes poderes da sociedade. Quanto às práticas profissionais, a tecnologia surge como fator que pode potenciar a aproximação dos jornalistas aos seus públicos, nomeadamente na criação de fóruns de discussão. É curioso notar que aqueles que já se encontram no mercado de trabalho tendem a manifestar uma perceção menos negativa do que aqueles que não tiveram nenhuma experiência profissional enquanto jornalistas. Também se observam diferenças entre os alunos que estão a ter formação em jornalismo e os que frequentam outros cursos na área da comunicação, sendo que os primeiros têm opiniões mais extremadas, ou seja, apresentam uma maior tendência para concordar ou discordar totalmente. Ademais, consideram que os jornalistas produzem conteúdos diferentes dos de outros profissionais da comunicação. Em geral, estes estudantes de jornalismo estão mais conscientes do decréscimo de investimento no jornalismo de investigação e são os que mais concordam com a ideia de que o jornalismo será fundamental para a sobrevivência da democracia. As respostas obtidas denotam um certo desencontro entre as perceções sobre o jornalismo praticado atualmente e as expectativas sobre a profissão, o que nos levou a refletir sobre o papel das instituições de ensino, que se afiguram mais como promotoras de um olhar fortemente crítico sobre a atividade jornalística, do que impulsionadoras de atitudes proativas na busca de respostas aos vários desafios identificados pelos estudantes. Para além da apresentação do estudo, discutiremos as linhas orientadoras de uma nova investigação com vista a captar as perceções dos estudantes relativamente ao papel da academia na sua formação.
- A construção do olhar sobre o jornalismo – a academia e os estudantesPublication . Lopes, Anabela de Sousa; Silvestre, Cláudia; Mata, Maria J.A reflexão sobre o ensino do jornalismo assenta, frequentemente, na análise dos planos curriculares dos cursos e na auscultação dos agentes envolvidos no processo ensino-aprendizagem. Terá menor expressividade o trabalho que resulta de uma inquirição sobre o olhar dos futuros jornalistas relativamente à atividade profissional para a qual a academia, com os seus cursos de comunicação/jornalismo, os prepara. Com o objetivo de conhecer as perceções dos estudantes sobre a sua futura profissão, realizámos um inquérito por questionário a estudantes da licenciatura e do mestrado na área da comunicação social/ jornalismo, de 11 instituições portuguesas de ensino superior. O questionário focou-se nos seguintes pontos: (1) no diagnóstico da profissão, nomeadamente nos valores e nas práticas associados ao jornalismo e na relevância social da profissão; (2) nas intenções - como os estudantes projetam a sua intervenção no espaço público como futuros jornalistas; (3) e nas expectativas quanto ao futuro. O estudo realizado permitiu traçar algumas linhas importantes sobre a perceção que os estudantes têm do jornalismo - uma atividade em que se observam mudanças rápidas, muitas delas responsáveis por uma nova ecologia mediática, que vieram condicionar algumas das boas práticas da profissão. É neste contexto que a desinformação surge como epíteto de um jornalismo em perigo, cuja credibilidade tem enfraquecido, destacam os estudantes inquiridos. Estes futuros profissionais de comunicação também têm dúvidas quanto ao papel que os jornalistas poderão ter para mudar este cenário. Contudo, apesar desta leitura negativa da profissão, reconhecem a importância do jornalismo na sociedade, por considerar que este é um pilar da democracia. Para eles, os jornalistas devem vigiar e ajudar a escrutinar os diferentes poderes da sociedade. Quanto às práticas profissionais, a tecnologia surge como fator que pode potenciar a aproximação dos jornalistas aos seus públicos, nomeadamente na criação de fóruns de discussão. É curioso notar que aqueles que já se encontram no mercado de trabalho tendem a manifestar uma perceção menos negativa do que aqueles que não tiveram nenhuma experiência profissional enquanto jornalistas. Também se observam diferenças entre os alunos que estão a ter formação em jornalismo e os que frequentam outros cursos na área da comunicação, sendo que os primeiros têm opiniões mais extremadas, ou seja, apresentam uma maior tendência para concordar ou discordar totalmente. Ademais, consideram que os jornalistas produzem conteúdos diferentes dos de outros profissionais da comunicação. Em geral, estes estudantes de jornalismo estão mais conscientes do decréscimo de investimento no jornalismo de investigação e são os que mais concordam com a ideia de que o jornalismo será fundamental para a sobrevivência da democracia. As respostas obtidas denotam um certo desencontro entre as perceções sobre o jornalismo praticado atualmente e as expectativas sobre a profissão, o que nos levou a refletir sobre o papel das instituições de ensino, que se afiguram mais como promotoras de um olhar fortemente crítico sobre a atividade jornalística, do que impulsionadoras de atitudes proativas na busca de respostas aos vários desafios identificados pelos estudantes. Para além da apresentação do estudo, discutiremos as linhas orientadoras de uma nova investigação com vista a captar as perceções dos estudantes relativamente ao papel da academia na sua formação.
- A construção do olhar sobre o jornalismo: Perceções dos estudantes do ensino superior em PortugalPublication . Lopes, Anabela de Sousa; Silvestre, Cláudia; Mata, Maria J.The perspective of future journalists on the profession is important for a critical assessment of the way the academy, in its communication/journalism courses, prepares them. The results of a questionnaire survey to undergraduate and master's students of communication/journalism, from 11 Portuguese higher education institutions, point to a mismatch between perceptions about current journalism and future expectations, which led us to reflect on the role of educational institutions, which appear more as promoters of critical view of journalism, than promoters of proactive attitudes in the search for answers to the various challenges identified by students.