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- As eleições de Cabo Verde (2016) nos media portugueses generalistasPublication . Lopes, Anabela de Sousa; Rocha, João Manuel; Silvestre, CláudiaPropomo-nos apresentar os resultados de um estudo sobre as representações dos três atos eleitorais realizados em Cabo Verde, em 2016, por nove media portugueses generalistas. Trata-se da apresentação e discussão da análise relativa a Cabo Verde, que se insere num projeto de investigação mais vasto designado «Representações de Países Lusófonos nos Media Portugueses». No caso concreto do estudo relativo a Cabo Verde, procurou-se saber que cobertura jornalística das eleições legislativas, autárquicas e presidenciais foi efetuada pelos media portugueses escolhidos: Público, Correio da Manhã e Expresso; RTP, SIC e TVI; TSF, Antena 1 e Rádio Renascença. Colocaram-se duas questões: (i) que opções editoriais nortearam a cobertura e o que revelam em termos de padrões e condicionantes de uma cobertura eleitoral num país africano de língua portuguesa?; (ii) que representações são criadas pelo jornalismo – ao nível das suas narrativas verbais e não-verbais: do país, dos candidatos, do sistema político? O trabalho que nos propomos apresentar é um contributo para a compreensão dos mecanismos de produção jornalística dos media portugueses sobre o espaço lusófono, tentando-se também perceber o que essa produção revela e ignora, e as razões para escolhas e exclusões. A investigação dá conta do quase total alheamento noticioso de três momentos relevantes da vida de um país com uma forte relação histórica, linguística e cultural com Portugal. O passado comum, a proximidade linguística, a mobilidade no espaço lusófono, fariam supor – tendo em conta os valores jornalísticos identificados como determinantes para as escolhas das notícias, designadamente a proximidade – que o noticiário sobre esses países ocupasse lugar de relevo nos media portugueses e se destacasse entre as notícias do estrangeiro. Mas, ao contrário, esse tipo de noticiário parece não merecer investimento nem destaque noticioso relevante. Em abstrato, a proximidade justificaria o interesse pelas eleições cabo-verdianas, mas os valores-notícia – fatores que determinam a noticiabilidade de factos ou assuntos – não se concretizam em abstrato. Prolongando este raciocínio, discutimos as razões por que não foram as eleições tema, uma vez que as condições abstratas para isso existiriam. Deste modo, duas das hipóteses de pesquisa desta investigação são: (H1) A limitada atenção poderá ser explicada pela visibilidade dada a outros temas?; (H2) A menor noticiabilidade decorrerá do carácter exemplar internacionalmente conferido ao país, numa lógica de maior visibilidade de situações negativas no noticiário internacional – guerras, catástrofes? Se assim for, no pressuposto de que a ausência decorre da valorização da normalidade democrática de Cabo Verde, em contraste com a instabilidade de outros países africanos, a invisibilidade encerraria implicitamente uma imagem positiva do país, o que não impede que este seja penalizado, no que à projeção mediática diz respeito, pela exemplaridade que é atribuída ao seu percurso como país independente.
- As eleições de 2016 em Cabo Verde nas notícias portuguesasPublication . Rocha, João Manuel; Lopes, Anabela de Sousa; Silvestre, Cláudia; Barros, Júlia Teresa Pinto De SousaNesta comunicação propõe-se apresentar os resultados de um estudo sobre a cobertura jornalística dos media noticiosos portugueses aos três atos eleitorais realizados em Cabo Verde em 2016. O estudo procurou, em concreto, caracterizar a cobertura dos jornais Público, Correio da Manhã e Expresso; das televisões RTP, SIC e TVI; e das rádios TSF, Antena 1 e Rádio Renascença. Procura-se identificar as opções dos jornais, no seu todo, e dos meios audiovisuais, nos principais espaços noticiosos, para tentar perceber o investimento editorial feito e, a partir dos resultados que essas opções revelam, refletir sobre a cobertura jornalística de momentos marcantes da vida de um país africano de língua portuguesa. A análise revela um quase total alheamento noticioso de três momentos relevantes da vida de um país com uma forte relação histórica, linguística e cultural com Portugal, o que obriga a repensar a operacionalidade de fatores de noticiabilidade, ou valores-notícia, como a proximidade decorrente de um passado e língua comuns ou da existência de uma vasta comunidade cabo-verdiana em Portugal. A especificidade do objeto de estudo e a escassa dimensão do corpus não permitem, nem isso se pretendia, colocar hipóteses sobre a natureza da cobertura africana dos media portugueses no seu todo, nem sobre o conjunto dos países onde se fala português, e menos ainda sobre outras opções jornalísticas concretas – por exemplo o noticiário cultural – que não a cobertura das eleições de 2016. No que diz respeito à cobertura de eleições, os resultados e reflexões a apresentar devem, num momento posterior, ser confrontados com outros trabalhos sobre a atenção jornalística dada pelos media portugueses a atos eleitorais noutros países de língua portuguesa. É esse o propósito do projeto mais vasto em que este estudo se insere: o projeto «Representações de Países Lusófonos nos Media Portugueses», que pretende ser um contributo para a compreensão da cobertura dos media noticiosos portugueses sobre o espaço lusófono. Nessa linha, o cruzamento dos resultados da pesquisa sobre as eleições de Cabo Verde com a maior atenção dada às eleições angolanas de 2017, e com atos eleitores de 2018, pode abrir espaço a novas hipóteses de pesquisa. Contudo, e ainda que a “invisibilidade” das eleições cabo-verdianas tenha de considerar a especificidade do país no conjunto dos estados africanos de língua portuguesa, bem como da cobertura sobre África feita pelos media internacionais, deste estudo resulta como primeira hipótese de pesquisa a possibilidade de – numa lógica de maior visibilidade de situações negativas, designadamente guerras ou conflitos político-militares – a limitada presença das eleições de 2016 nos media noticiosos portugueses estar relacionada com um trajeto do país tido internacionalmente como exemplar. O caso de Cabo Verde parece também apontar para a necessidade de questionar o quase-postulado de que países com um passado de relação colonial seriam mais propensos a cobrirem-se jornalisticamente uns aos outros. Desde logo porque a noticiabilidade não decorre de um único fator, como atesta abundante literatura.
- A comunicação em OSC: do conhecimento ao reconhecimentoPublication . Eiró-Gomes, Mafalda; Neto, César Humberto Pimentel; Silvestre, CláudiaPartindo da ideia que consideramos incontestável de que a comunicação é constitutiva das organizações, realizou-se, num primeiro momento, um mapeamento dos principais instrumentos de comunicação usados, existência ou não de gabinetes / departamentos de comunicação bem como de outros elementos expressivos da identidade das organizações usando uma metodologia, tanto para recolha - como para análise dos dados - de cariz quantitativa, e posteriormente, numa fase de investigação de cariz qualitativo procurou-se compreender "Como entendem as ONGD a gestão da comunicação?"
- Critical challenges for communication professionals in NGOs for development in PortugalPublication . Neto, César Humberto Pimentel; Eiró-Gomes, Mafalda; Silvestre, CláudiaA lot has been said, and written, about the non-governmental organisations, their work, their lack or not of independence from public (governmental or supra-govenmental) funding but in what concerns Portugal, almost anything has been done to understand how they use their resources (from a communicative point of view) to improve their work, to raise funds, to manage to employ the best technicians available or to improve the employee engagement. Moreover, we seldom hear to speak about communication or public relations in these organisations when we are focused on theirs projects or programmes eventhough in cases were the main concern of these projects is to change unwanted behaviours or preventing undesirable outcomes, may they be in health or gender issues, or, for instances, in programmes developped to improve financial literacy or fighting poverty. “Communication” seems to be seen only as a discoursive function, to be added to an institutional programme if there’s money or time left. It is not by hasard that we’ve enlightened two of the main concerns for the communication professionals in these kind of organisations: the work in what is in general considered institutional communication and the work in communication in the public interest, or according to other authors, communication for the behavioural and social change. In reality a lot of work is done, specially abroad, but also in Portugal in the are of communication for development but it is not, at all, aknowledged as communication. In general these kind of programmes are proposed and developped by someone from a specific area of knowledge such as economy, sociology or international relations and never from a team where the communication professional might have a main role. This paper adresses the second phase of an ongoing project that involves mixed methods analysis and that has as its main purpose to understand the role of the communication professionals in the NGOs for development in Portugal. The specific research question that this paper will be addressing may be summarised as an interrogation about the role that the communication professionals are called to fulfill in these intitutions. Do the communication professionals have operational and strategic responsabilities in the portuguese NGO for development? Under the umbrella concept of strategic responsabilities we’ve considered aspects as the definition of the communication priorities in a stategic and planned way, the management of the institutions reputation or the capacity to determine the style and the tone throughout the organisation. Questions as the existence of a media relations plan or a risk and crisis communication plan where also adressed. Under the idea of a more operational approach we’ve considered aspects that have to do with events and actions that are dealt in a merely responsive or casuistical way. In order to produce the data, semi-structured interviews were conducted in all the NGO respondents by two researchers, and the data recollected analised with the help of a qualitative text / content analysis software, NVivo. The study that will be presented here highlihts the lack of a consistent work in the communication area as well as the total absence of any kind of a strategic thinking. The communication professionals seem to be seen only as performing operational tasks that do not belong to the realm of the strategic thinking of these organisations.