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- O brincar na Educação Pré-Escolar: conceções do adulto sobre o risco e o perigo como fatores influenciadores da sua ação educativaPublication . Aguiar, Jéssica Andreia dos Santos; Rodrigues, Carina; Pombo, AndréO presente relatório surge no âmbito da Unidade Curricular Prática Profissional Supervisionada II (PPS II), compreendida no currículo do Curso de Mestrado em Educação Pré-Escolar da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Lisboa, e pretende apresentar, de uma forma sistemática, fundamentada e reflexiva, o processo de intervenção desenvolvido em contexto de Jardim de Infância. A PPS II decorreu durante quatro meses, numa Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), com um grupo constituído por vinte e três crianças, com idades compreendidas entre os quatro e os seis anos de idade. Paralelamente à caracterização e análise reflexiva da PPS II, também se apresenta uma investigação de natureza qualitativa/mista, um estudo de caso, resultante das observações realizadas no decurso do estágio relativas ao risco e ao perigo no brincar. A problemática emergiu das inseguranças e preocupações percecionadas na equipa educativa face às brincadeiras das crianças no espaço exterior da OS e/ou no seu contacto com a Natureza, que, mais propriamente, envolvessem um brincar com risco, gerando não raro por parte das profissionais em causa atitudes inibidoras da ação lúdica infantil. Com esta investigação, procurei, mais concretamente, compreender quais as conceções das educadoras e auxiliares de educação do contexto em apreço relativamente ao risco e ao perigo na sua ação educativa e à sua influência nas brincadeiras das crianças. A recolha dos dados contemplou diversas técnicas e instrumentos, nomeadamente, a observação direta e indireta, registos escritos, uma entrevista semiestruturada, um inquérito por questionário e a aplicação da escala “The Children’s Physical Environments Rating Scale”, recorrendo-se, posteriormente, à análise de conteúdo dos mesmos, por meio da elaboração de árvores categoriais e da subsequente triangulação dos dados. Com a presente investigação depreende-se que o envolvimento da criança com o risco tem um papel fulcral no seu desenvolvimento e aprendizagem, lembrando que as crianças que têm consciência do seu domínio de risco regulam, gradualmente, as suas próprias brincadeiras arriscadas de acordo com o seu medo e as suas capacidades (Kaarby, 2004). Todavia, verificámos que as educadoras e auxiliares não o promovem, apesar de saberem distinguir o risco do perigo. Evidenciou-se, ainda, que as preocupações por parte dos adultos interferem nas brincadeiras das crianças, pelo que o presente estudo serve, também, de incentivo à reflexão sobre o perigo de não possibilitarmos às crianças que corram riscos. Numa fase final do presente relatório apresento uma reflexão crítica sobre o processo de construção da profissionalidade, atendendo à prática desenvolvida, a qual esteve assente numa articulação da observação, reflexão e investigação.