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- Mais um Hamlet: a dramaturgia intratextual em ShakespearePublication . Neto, José Henrique Hermenegildo; Antunes, DavidTenta-se demonstrar com exemplos concretos que, para actores e dramaturgistas, bem como tradutores, é mais profícuo abordar uma peça como o Hamlet, não como um extenso poema repartido em diálogos, mas sim como uma pauta de representação metrificada onde retórica e prosódia, incluindo a escolha de verso ou prosa, servem funções dramáticas. Sendo Shakespeare actor e escrevendo para elencos e palcos que conhecia dentro de convenções de encenação relativamente simples, é razoável presumir que prefigurava as cenas ao compô-las. E as suas peças foram impressas depois de terem estado em palco: os textos tal como nos chegaram são registos de espectáculos, reflectem a prática de cena como as letras de canções a sua matriz musical. Mais do que escritos para performance, estes textos provêm dela. Estas ideias devem muito à abordagem ao drama em verso que aprendi com Patrick Tucker, antigo assistente de John Barton, co-fundador da Royal Shakespeare Company. Ambos defendem há muito que os textos do Bardo contêm hidden directions. Em 2012, tendo de fixar um texto português para o Hamlet do Teatro da Garagem, testei esta abordagem aplicando-a ao meu trabalho de tradução. Tentei chegar a uma partitura verbal que preservasse quanto possível os sinalizadores de representação e ritmos do Bardo e «soasse» em palco, explorando as propriedades acentuais também presentes no português europeu.