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- Expresso: um projeto de renovação no fim do MarcelismoPublication . Rosa, Joana Catarina Vieira da; Rezola, Maria InáciaFundado por Francisco Pinto Balsemão a 6 de Janeiro de 1973, num período de total asfixia censória, o Expresso rapidamente se transforma numa referência na imprensa portuguesa. Este projeto mediático foi também uma aventura política, uma vez que permitiu à Ala Liberal prosseguir a sua atividade para além das paredes da Assembleia Nacional. Derrubada a ditadura, o jornal foi ainda o embrião do Partido Popular Democrático. Ao longo das suas páginas, o Expresso apresentava um conjunto de opiniões objetivas e independentes do poder político, traduzindo-se assim num jornalismo atuante e interveniente. Este tipo de intervenção e postura nem sempre foi simples. O consulado de Marcelo Caetano, em que o jornal nasceu, foi caracterizado por uma luta em vão para a extensão das liberdades, incluindo a imprensa. Como um alvo constante da censura (depois renomeado de Exame Prévio), o jornal enfrentou várias dificuldades. De acordo com Francisco Balsemão, “se não fosse o 25 de Abril o Expresso teria provavelmente acabado”.
- Rotinas, jornalistas e fontes na era digital: o caso da agência LusaPublication . Afonso, Ana Rita Vaz; Subtil, Filipa Mónica de Brito GonçalvesO presente relatório foi elaborado no âmbito do Mestrado em Jornalismo, da Escola Superior de Comunicação Social, com vista à obtenção do grau de mestre, e é referente ao estágio de três meses, realizado pela autora, na Lusa -Agência de Notícias de Portugal S.A. Nele procedemos à análise concreta das mudanças ocorridas nas relações entre jornalistas e fontes de informação, componente chave nas rotinas de produção jornalística, antes e depois do advento da Internet, mas também de outros dispositivos digitais, em particular os computadores fixos e portáteis, telemóveis, smartphones e tablets. Partindo do objetivo formulado, procuramos responder às seguintes questões: em que sentido se alterou a relação entre jornalistas e fontes com o advento dos dispositivos digitais? Como são interpretadas pelos profissionais do jornalismo essas mudanças? Quais as possibilidades e problemas colocados pela utilização sistemática dos meios digitais? Em que medida as práticas jornalísticas, e mais especificamente a recolha de informação, foram alteradas pelo novo contexto da digitalização? No sentido de encontrar respostas para as perguntas de partida, optámos por utilizar uma metodologia qualitativa sustentada na realização de entrevistas semi-diretivas a cinco jornalistas da agência Lusa, que experienciaram o processo de transição do analógico para a o digital. Analisadas as respostas, as principais conclusões a que chegámos foram: do ponto de vista técnico, é notório que houve um conjunto de dispositivos que caíram em desuso (telefone fixo, fax, telex, etc.), tendo sido substituídos, essencialmente, pelo email, Skype e redes sociais como o Facebook. Estes últimos contribuíram para aumentar significativamente o fluxo informativo, que ocorre agora praticamente em tempo real; do ponto de vista da prática jornalística, tudo indica que novas fontes têm ganho espaço no panorama mediático graças à facilidade de acesso aos jornalistas no novo meio, a Internet, mas tal não tem significado ganhos em termos de diversidade e pluralidade de informação: os jornalistas tendem a procurar fontes estáveis, que lhes garantam um fluxo de informação contínuo, e as fontes tendem a procurar o órgão certo para projetar a sua voz. Consequentemente, cria-se uma relação de interdependência entre jornalistas e fontes, com os jornalistas a tornarem-se cada vez mais dependentes das fontes, por força dos constrangimentos da profissão. Ainda assim, defendemos que os jornalistas da Lusa estão conscientes dos problemas que estão em jogo e se esforçam por produzir notícias rigorosas e credíveis.
- José Saramago e os jornais: os anos de 1968 a 1975Publication . Aguiar, Marta Cristina Spínola; Rezola, Maria InáciaDiretor-adjunto do Diário de Notícias (DN), de abril a novembro de 1975, José Saramago é frequentemente acusado de ter sido o principal responsável pelos saneamentos políticos que resultaram na saída de cerca de duas dezenas de jornalistas desse jornal. Ao longo de todo o processo, que decorre num dos momentos mais turbulentos da Revolução Portuguesa, Saramago é igualmente acusado de ter extravasado as suas funções na direção e de atuar ao serviço do “gonçalvismo”. Este acontecimento foi o ponto de partida para esta investigação. José Saramago começou a colaborar regularmente na imprensa em 1968, na Seara Nova. A experiência, continuada e aprofundada noutros órgãos de comunicação, rapidamente lhe confere alguma visibilidade, sobretudo devido ao tom acutilante das críticas que dirigiu ao regime. Veja-se, a título de exemplo, a forma como, em finais de maio de 1972, comenta uma comunicação do secretário de Estado da Informação: “a comunicação lida pelo secretário de Estado da informação aos directores dos jornais nada veio a acrescentar de novo aos textos legais que passam a condicionar a actividade da imprensa no nosso país. Outra coisa não se esperaria, evidentemente”1 1 Diário de Lisboa, 30 de Maio de 1972, p. 3 (http://casacomum.net/cc/visualizador?pasta=06814.164.26011#!3) (consultado a 10/09/2014) Coincidindo, em grande medida, com o período da queda da ditadura e do desencadeamento do processo revolucionário português, a atividade de José Saramago enquanto jornalista permanece por estudar. Aliás, a maioria dos estudos sobre o autor remetem para o seu estilo de escrita ou para os seus romances. Assim, o objetivo desta dissertação é o de analisar a fase em que Saramago colaborou a imprensa como cronista, nos jornais A Capital, o Jornal do Fundão, o Diário de Lisboa e o Diário de Notícias. Este último marcou o momento mais controverso da sua carreira, que teve como resultado a viragem do autor para o mundo da escrita.