Browsing by Author "Salgueiro, Ana Teresa Marques"
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- A loucura e o cinema: representações cinematográficas de personalidade limitePublication . Salgueiro, Ana Teresa Marques; Rodrigues, José Manuel CavaleiroA loucura constitui um fenómeno social complexo, um estado de espírito volátil, facilmente apontado como condição extrema da consciência e do pensamento. A única certeza é a constatação do carácter profundamente humano da sua natureza impalpável, que impregna o pensamento e as formas de expressão das mais variadas artes, como hino ou repressão da imaginação que emana, do seu poder oculto, até mesmo temível. A loucura é misteriosa, admirada, excêntrica, potencial escape a uma normalidade aborrecida, porém confortável, na qual o Homem, enquanto ser social, procura resguardar-se, respondendo a uma conformidade esperada, não questionável. Contudo, embora temida, a loucura não deixa de se afigurar como uma característica intrinsecamente humana, libertadora das inibições que aprisionam a mente, potenciadora do verdadeiro "eu" que nos distingue, individualmente, da capa uniforme que veste a sociedade. O Distúrbio de Personalidade Limite constitui, ainda hoje, um território pouco explorado pela arte cinematográfica, não só pela sua designação relativamente recente (1938), como pela instabilidade e profusão de sintomas por si desencadeada, oscilando entre a psicose e a neurose. Porém, e tendo em conta a curta existência da sua referenciação e identificação médica, a arte cinematográfica foi célere no seu reconhecimento e propôs-se já a representá-la, embora os exemplos realmente significativos sejam por enquanto escassos e se restrinjam predominantemente a produções norte-americanas. A Personalidade Limite constitui um desafio de proporções imensuráveis, não só pela complexidade e abrangência dos sintomas, como, igualmente, pela dificuldade de transposição de uma realidade, tão profundamente subjectiva, relativa a um estado muito peculiar de estar e de sentir. Mas como funcionam, realmente, as representações de Personalidade Limite, no cinema? E quão perto um meio audiovisual poderá chegar de um processo de representação tão puramente abstracto, relativo a uma forma indescritível de sentir?