Browsing by Author "Pires, Sandra"
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- Anorexia nervosa na infância e na adolescência: percurso desde a identificação de sintomas até ao internamentoPublication . Pires, Sandra; Santos, Catarina; Oliveira, Inês; Vian, FredericaIntrodução – É amplamente reconhecida a importância da intervenção precoce na anorexia nervosa. Os dados disponíveis na literatura evidenciam que uma duração prolongada de doença não tratada está associada a um pior prognóstico nas perturbações da alimentação e da ingestão e que a gravidade da doença à data do diagnóstico, é preditiva do seu outcome. Objetivos – Geral: estudar o tempo de doença não tratada, numa amostra de crianças/adolescentes que estiveram internados com o diagnóstico de anorexia nervosa. Específicos: descrever o percurso percorrido desde a identificação dos primeiros sintomas até ao internamento, nomeadamente no que respeita ao seguimento em consultas das diversas especialidades, à realização de exames complementares de diagnóstico, à presença de comorbilidades e às terapêuticas estabelecidas previamente ao internamento. Método – Após obtenção do consentimento informado para participação no estudo procedeu-se à consulta dos processos clínicos de uma amostra de crianças/adolescentes internados num serviço de pedopsiquiatria no período compreendido entre janeiro de 2018 e dezembro de 2019 (n=37). Para recolha dos dados foi utilizada uma grelha construída tendo em consideração os objetivos definidos. Foi realizada uma análise estatística univariada, procurando descrever as ações empreendidas no tempo de doença não tratada, os seguimentos e plano terapêutico prévios ao internamento, o tempo decorrido desde a identificação de sintomas até ao internamento e a sua duração. Por último, procurou-se compreender de que forma tinham sido articulados os seguimentos nas diferentes consultas. Resultados e Discussão – Os resultados mostraram que dos 37 casos que constituíram a amostra, em cinco não ocorrera qualquer contacto com um profissional de saúde até à data de internamento; apenas 16 casos estavam referenciados à consulta de dietética/nutrição e só 15 casos tinham um plano alimentar estabelecido previamente ao internamento. Apenas dois casos eram seguidos em equipa multidisciplinar constituída por pediatra, pedopsiquiatra, psicólogo e dietista/nutricionista. Conclusão – Na amostra apenas uma minoria dos casos estava a ser seguida por uma equipa multidisciplinar. Estes dados reforçam a necessidade de uma melhor articulação entre os serviços de saúde mental e as restantes áreas de intervenção nas perturbações da alimentação e da ingestão.
- Da identificação dos primeiros sintomas ao internamento por anorexia nervosa: que recursos procuram os pais e como os percecionam?Publication . Oliveira, Inês de; Santos, Catarina; Pires, Sandra; Vian, FredericaObjetivos – Identificar os vários recursos utilizados pelos pais de crianças com anorexia nervosa, após a identificação dos primeiros sintomas dos filhos; caracterizar os intervalos temporais entre a identificação de sintomas nos filhos, o pedido de ajuda, o acesso ao apoio e a necessidade de internamento; identificar os recursos que os pais consideram como estando em falta. Método – Recurso a um inquérito semiestruturado, anónimo, em formato digital, dirigido aos pais de crianças internadas com o diagnóstico de anorexia nervosa na Unidade de Internamento de Pedopsiquiatria de um hospital da área urbana do centro de Portugal, entre janeiro de 2018 e dezembro de 2019. Os resultados foram analisados estatisticamente com recurso ao Excel. Resultados – Os técnicos de saúde foram identificados como os recursos utilizados com maior frequência para obter informação ou apoio emocional. Dentro dos apoios técnicos, o pediatra assistente e o médico de família foram os recursos considerados como mais acessíveis. Apenas 18,2% dos pais referiram que os filhos tinham um acompanhamento prolongado (há mais de seis meses) antes de serem internados. Em relação aos recursos que os pais identificaram como tendo estado em falta, 84,8% dos pais destacaram a necessidade de apoio psicológico/psiquiátrico para eles próprios. Discussão – Este trabalho evidenciou a existência de um período de tempo longo entre a identificação dos primeiros sintomas de doença e a tomada de decisão de pedir uma avaliação técnica. Conclusão – Existem ainda graves falhas na deteção precoce de crianças e adolescentes com anorexia nervosa. Nesse sentido, é necessário otimizar a deteção precoce e a referenciação por parte dos técnicos a quem estas famílias estão a recorrer em primeira linha, nomeadamente aos médicos de família.