Browsing by Author "Nogueira, Ana Carla Aguiar"
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- Lugar que o brincar no espaço exterior ocupa na vida de crianças com atraso do desenvolvimento global e com perturbação do espectro do autismoPublication . Nogueira, Ana Carla Aguiar; Nunes, ClarisseAlgumas crianças revelam dificuldades no desenvolvimento de competências relacionadas com o brincar, e, principalmente, em brincar com os pares. Este estudo tem como finalidade cartografar a qualidade dos espaços exteriores dos jardins de infância frequentados por crianças com Atraso Global de Desenvolvimento (AGD) e com Perturbação do Espectro do Autismo (PEA) e compreender o lugar que o brincar no espaço exterior ocupa na vida de crianças com PEA e com AGD, considerando os contextos familiar e da educação pré-escolar. Neste estudo, de natureza qualitativa, participaram seis crianças entre os cinco e os seis anos, três apresentam AGD e três PEA, e ainda três docentes de educação especial e cinco mães. Os dados foram recolhidos através de observação direta e da observação indireta, particularmente de entrevistas semiestruturadas. Realizaram-se 24 observações das crianças a brincarem no contexto educativo (exterior), com e sem apresentação de um kit de brinquedos, durante a hora do recreio. Estas observações foram registadas em vídeo e analisadas recorrendo à análise de conteúdo. Em termos de instrumentos utilizou-se a Grelha de Observação de Espaços Exteriores em Educação de Infância: GO–Exterior para avaliar a qualidade do espaço exterior onde estas crianças brincavam. As entrevistas semiestruturadas foram realizadas às mães e às docentes de educação especial, a fim de conhecer as suas perceções acerca dos comportamentos de brincadeira das crianças. Os resultados evidenciam que as crianças com PEA utilizam brinquedos semelhantes aos pares, porém, utilizam-nos com menor frequência e, por vezes, com propósitos distintos. As crianças com AGD apresentam maior frequência de interações com os pares, enquanto as crianças com PEA revelam maior frequência de brincadeira solitária, assim como reduzida frequência de brincadeira em grupo. As brincadeiras funcionais foram mais observadas nas crianças com PEA, enquanto as brincadeiras exploratórias e construtivas foram mais frequentes nas crianças com AGD. Verificou-se que as crianças com PEA, por vezes, repetem sucessivamente determinadas brincadeiras e revelam um brincar pouco criativo. Por outro lado, percebeu-se que os comportamentos de brincadeira das crianças com PEA e com AGD apresentam algumas características distintas e que apesar dos espaços exteriores observados se caracterizarem por serem, no geral, ricos em recursos e materiais observou-se que as crianças, especialmente as com PEA, vi demonstraram desenvolver um brincar pouco criativo, repetitivo e com pouca interação com os seus pares. Perante os nossos resultados, infere-se não ser suficiente existirem espaços exteriores com boa qualidade para promover um brincar criativo nestas crianças. Quanto à relevância que mães e professoras de educação especial atribuem ao brincar na vida das crianças com PEA e com AGD, estas reconhecem que é uma atividade fundamental na vida destas crianças e de grande relevância para o seu desenvolvimento cognitivo e social.