Browsing by Author "Mira, Ana Sofia Palula Fonseca de"
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- ABCDEFG: the feet understandPublication . Mira, Ana Sofia Palula Fonseca deA presente pesquisa parte de uma experiência na dança e consiste numa reflexão sobre essa área feita através da análise do filme de um dueto dançado — "ABCDEFG" (1994) do coreógrafo, bailarino e director Russell Dumas. O filme em estudo é pensado aqui como um projecto de corporalidade autónomo. A questão — Que pode um corpo fazer ? — orienta uma exposição sobre particularidades presentes na obra de Russell Dumas determinantes para a realização do filme em causa, a saber, a do trabalho do bailarino; a da interacção dos bailarinos e dos bailarinos com o coreógrafo; e a da relação entre o dueto desempenhado e a realização do filme. Tal exposição tem como objectivo a construção de uma análise sobre a especificidade própria da relação que o observador pode estabelecer com o objecto/acontecimento "ABCDEFG" (1994). O estudo centra-se numa discussão sobre o corpo, as sensações e a criação de imagens; incidindo sobre: o movimento, a relação, o desequilíbrio, o actual e virtual, a mutação, o gesto, a expressão, o intercorporal e intersubjectivo, a extensão, o excesso, o afecto e o espaço engendrado pelos corpos; captando, assim, diferentes elementos que (in)formam, povoam e conservam o filme. Na reflexão aqui apresentada pretende-se detectar zonas de indeterminação e indiscernabilidade que permitem, no fluxo de inferências de cada percepção, situarmo-nos num território de experimentação da permanente, relacional e plástica reconstrução do espaço topológico do corpo.
- Silêncio, potência e gesto: um corpo na dançaPublication . Mira, Ana Sofia Palula Fonseca de; Gil, JoséA presente investigação desenvolve a filosofia estética de Gil sobre o “corpo de forças”, situada entre a fenomenologia (Husserl e Merleau-Ponty) e o empirismo transcendental (Deleuze), com influência da psicanálise (Dolto), e demonstra a sua actual relevância para as práticas e teorias da dança contemporânea. Muitos de nós, praticantes de dança, sabemos que a dança acontece pela escuta do corpo, como meio de intensificação das sensações e potencialização das forças. A partir da filosofia de Gil, e pela perspectiva do corpo que dança, esta investigação analisa uma experimentação do corpo na dança contemporânea realizada neste contexto. Com vista a contextualizar a presente investigação no campo da dança e filosofia, a Introdução, remete para uma breve abordagem à história da filosofia estética da dança, assumindo particular destaque, no Capítulo I., a poética da dança de Valéry, e o seu desenvolvimento, a partir do “plano virtual do movimento da dança”, segundo Gil. Incluímos na contextualização desta investigação uma possível história da dança, nomeadamente desde a influência da dança pós-moderna até à dança contemporânea, pela perspectiva de quem tem vindo a praticar esta história, com alguns dos seus protagonistas. Pela perspectiva do corpo que dança, no Capítulo II., expomos uma experimentação do corpo na dança contemporânea, a qual, em articulação com o seu documento sensível (registo escrito e audiovisual incluídos), constitui o estudo de caso da presente investigação. A partir da experimentação do corpo na dança contemporânea e seu documento sensível, nos Capítulos III. e IV., sendo o tema central da investigação a potência do corpo na dança, é apresentada a tese, a saber: a experiência real da potência do corpo na dança só é possível se o corpo permanecer no silêncio do corpo. A metodologia adoptada para a operacionalização deste problema consiste, a partir de Gil, na mudança de escala da macroscopia para a microscopia dos fenómenos do corpo na dança. Partindo da experiência vivida, do corpo próprio, passamos, então, a considerar um campo infinito e virtual, como substrato continuum que sustenta os gestos dançados. Tal continuum – matéria do desejo, formado pelo “inconsciente do corpo” e mapa dos afectos entre corpos que escutam na dança – assegura o “plano virtual do movimento da dança”, onde podem consistir uma heterogeneidade de movimentos. O silêncio do corpo é o corpo intensivo da experimentação, nascido pela escavação de um vazio no corpo que instaura o intervalo, pelo ritmo como captação das forças do mundo e pela cisura do caos, cuja poeira, de potência infinita, o corpo que dança, revela.