Browsing by Author "Henriques, Marina Alexandra Santos"
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- Envolvimento de alunos com multideficiência na hora do contoPublication . Henriques, Marina Alexandra Santos; Nunes, ClarisseO conto de histórias é uma prática comum em todas as culturas e desempenha uma função educativa importante, apresentando-se como um meio para o desenvolvimento da linguagem, a estimulação da criatividade narrativa e poética e a promoção da literacia. Enquanto processo universal ouvir histórias é uma experiência única que faz parte do dia de muitas crianças. Este tipo de atividade deve ser também acessível a crianças com limitações no seu desenvolvimento, como é o caso das que apresentam multideficiência (MD). Todavia, as limitações ao nível da capacidade de interação com o ambiente físico e social e de compreensão da linguagem oral apresentadas por estas crianças poderão dificultar o seu envolvimento e a participação neste tipo de atividade, podendo esse momento tornar-se pouco agradável e desinteressante. As histórias multissensoriais (HMS) surgem com o propósito de ajudar estas crianças a viverem momentos mais prazerosos com o conto de histórias. Com o presente estudo pretende-se, por um lado, identificar as caraterísticas das histórias contadas a alunos com MD e conhecer o modo como os professores dinamizam o momento da hora do conto para estes alunos, particularmente as estratégias usadas, e por outro lado, caracterizar o modo como os alunos com MD se envolvem na hora do conto quando lhes são contadas histórias comuns e HMS e os fatores que influenciam a sua capacidade de envolvimento nesta atividade. Em termos metodológicos optámos pela realização de um estudo de natureza qualitativa, na modalidade de estudo de caso múltiplo. Participaram no estudo dois casos: o caso A que se refere ao contexto de educação pré-escolar e o caso B ao contexto de ensino básico dos 2º e 3º ciclos. O caso A envolveu uma criança com paralisia cerebral que frequentava uma sala de educação pré-escolar, inserida num meio urbano. O caso B envolveu três alunos que frequentavam uma unidade de apoio à educação de alunos com multideficiência (UAAM) inserida num meio rural. As técnicas usadas para recolha de dados foram: (i) pesquisa documental dos processos das crianças e jovens participantes; (ii) conversas informais com os diretores dos dois estabelecimentos de educação e ensino e docentes envolvidos no estudo; (iii) observação naturalista das sessões da hora do conto com recurso ao registo de vídeo e a notas de campo; e (iv) entrevista semiestruturada aos professores participantes: docente bibliotecária, docente de educação especial e educadora de infância. Os dados das entrevistas, das notas de campo e das observações foram recorrendo à análise de conteúdo. De assinalar que os dados de observação foram ainda analisados com o instrumento “Engagement Profile and Scale” (EPS) (Perfil e Escala de Envolvimento) Os resultados do estudo evidenciam que a prática de conto de histórias é distinta nos dois casos, sendo mais comum no contexto do jardim de infância (caso A) do que no do estabelecimento do 2º e 3º ciclos (caso B). Revela ainda que embora os comportamentos dos alunos tenham sido positivos, tanto nas sessões de conto de histórias típicas como nas HMS, o nível de envolvimento foi maior nas sessões do conto de HMS do que nas histórias comuns.