Browsing by Author "Ferreira, Tatiana Jorge Grazina Correia da Silva"
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- Tipos de brincadeiras de crianças com perturbações do espectro do autismo e os seus pares com desenvolvimento típico na presença e na ausência do(a) educador(a)Publication . Ferreira, Tatiana Jorge Grazina Correia da Silva; Almeida, TiagoO brincar constitui uma atividade natural e espontânea da criança e uma dimensão fundamental na idade pré-escolar, potenciando o processo de socialização ao permitir o estabelecimento de relações interpessoais. Permite também, que a criança desenvolva a sua criatividade, imaginação, competências linguísticas e socioemocionais e consequentemente as relações entre pares (Stanton-Chapman,2015). Aqui, importa salientar o papel do(a) educador(a) enquanto agente promotor do desenvolvimento global e social das crianças. A literatura refere que o desenvolvimento e a manutenção de vínculos sociais em crianças com Perturbação do Espectro do Autismo (PEA) é claramente influenciado por aspetos do seu funcionamento relacionados com a comunicação e o comportamento. Estas crianças apresentam um défice no que respeita às competências de imitação e atenção conjunta, tendendo a uma menor cooperação, reduzida frequência no iniciar de interações e na utilização de um repertório mais limitado, traduzido numa menor criatividade e complexidade, comparativamente a crianças com desenvolvimento dito típico. O presente estudo descreve e reflete uma investigação ligada ao brincar em crianças com PEA e os seus pares com desenvolvimento típico numa situação proposta com o propósito de identificar as estratégias utilizadas pelo(a) educador(a) - na mesma situação - com papel de mediador da sua interação. Assim, foram constituídos três grupos, cada um com três crianças com desenvolvimento típico e PEA, na proporção de 2:1. A totalidade das crianças foi previamente submetida a um conjunto de pré-testes que incluiu uma avaliação global do desenvolvimento, uma avaliação da linguagem e um rastreio audiológico. Posteriormente, foram realizadas seis filmagens de cada um dos grupos numa situação de brincadeira na área da casinha, na ausência e presença do(a) educador(a), como já referido, enquanto elemento mediador das interações. Ulteriormente, procedeu-se à análise do tipo de brincar adotado pelas crianças na presença e ausência do(a) educador(a), bem como das estratégias utilizadas pelo adulto na mediação e integração das crianças com PEA no brincar. Os resultados indicaram que as crianças com PEA, na ausência do(a) educador(a), assumem maioritariamente um brincar do tipo solitário, comparativamente aos seus pares de desenvolvimento típico. Por outro lado, na presença do(a) educador(a), estas crianças aumentam a sua participação em situações de brincar de grupo. No que se refere às estratégias utilizadas pelo(a) educador(a) com vista à inclusão das crianças com PEA numa situação de brincar com os seus pares com desenvolvimento típico, é possível aferir que a estratégia mais utilizada é o questionamento, seguido da repetição. Os resultados demonstraram ainda que o uso das estratégias denominadas de repetição e questionamento promovem o brincar de grupo nas crianças com PEA e que o uso da estratégia de ensino incidental diminui o brincar solitário. Foi ainda possível averiguar que o perfil ativo/diretivo deve ser preferencialmente adotado pelo(a) educador(a) no sentido de minorar o brincar solitário nas crianças com PEA. Os resultados alcançados corroboram a importância do papel do(a) educador(a) de infância na mediação das interações sociais entre crianças com PEA e pares de desenvolvimento típico nos contextos naturais. Deste modo, é de salientar a necessidade específica de formação dos mesmos nesta área e a importância da presença de profissionais especializados com conhecimentos técnicos para o efeito.