Browsing by Author "Almeida, Isabel"
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- O impacto da obesidade na função respiratóriaPublication . Cruz, Inês; Freire, Mariana; Diop, Yape; Clérigo, Anália; Almeida, IsabelIntrodução: Nas últimas décadas, a prevalência da obesidade aumentou drasticamente, sendo assim considerada a doença metabólica mais comum mundialmente, levando a uma epidemia global. O Relatório da Obesidade publicado pela Organização Mundial da Saúde em 2022, conclui que cerca de 60% dos adultos e 1 em cada 3 crianças em idade escolar é obesa ou tem excesso de peso na região europeia abrangida pela organização. A obesidade pode afetar vários sistemas do corpo, nomeadamente o respiratório onde, as alterações funcionais dependem do padrão de distribuição do tecido adiposo (gordura). Este trabalho, através de uma revisão da literatura pretende avaliar o impacto da obesidade na função respiratória. Os dados para a presente revisão de literatura foram selecionados sem restrição de idioma, utilizando como recurso as bases de dados Pubmed, Scopus e Web of Science. Para a pesquisa, foi estabelecido uma restrição temporal, em que apenas foram selecionados artigos entre 2012 até data de hoje. Desenvolvimento: A obesidade é uma condição crónica, definida como uma acumulação anormal de gordura, que pode levar a repercussões negativas em diversos órgãos e sistemas. A etiologia da obesidade é complexa sendo que os fatores que mais contribuem para o seu desenvolvimento incluem: hábitos alimentares inadequados, sedentarismo, fatores genéticos, metabólicos e ambientais. A obesidade pode ser caracterizada de várias formas, pelo perímetro abdominal, relação cintura/quadril (RCQ), circunferência abdominal (CA) ou pelo índice de massa corporal (IMC). Relativamente a este, a obesidade pode dividir-se nas seguintes categorias: excesso de peso: IMC entre 25-29,9 Kg/m2; obesidade de grau I: IMC entre 30 e 34,9 Kg/m2; obesidade de grau II: IMC entre 35 e 39.9 Kg/m2; obesidade mórbida: IMC superior a 40 Kg/m2. Em indivíduos obesos, a respiração em repouso pode estar alterada pelo aumento excessivo de gordura na região toráco-abdominal, que dificulta o trabalho eficaz dos músculos respiratórios. As outras alterações que podem estar presentes são: restrição na mobilidade do diafragma e dos músculos respiratórios intercostais, comprometimento da dinâmica e compliance do sistema respiratório, alterações no controle neural da respiração, aumento do volume sanguíneo. Estas alterações têm, na função respiratória, o seguinte impacto: diminuição dos volumes e capacidades (Capacidade Residual Funcional, Volume de Reserva Expiratório, Capacidade Vital Forçada, Volume expiratório máximo medido no 1º segundo de uma expiração forçada); aumento da resistência pulmonar total; diminuição da compliance; diminuição das pressões máximas respiratórias; aumento da difusão alvéolo-capilar; insuficiência respiratória global. As alterações da FR dependem sempre do grau de gravidade da obesidade. Conclusão: Nestes últimos anos, a obesidade tornou-se uma epidemia, sendo que a realização de provas de função respiratória, nestes indivíduos, revela-se cada vez mais importante, para que haja uma intervenção precoce na alteração ventilatória que pode advir em consequência da obesidade. As alterações ventilatórias esperadas de acordo com a maioria dos autores, na obesidade, são maioritariamente a restritiva, acompanhada de um aumento da difusão alvéolo-capilar para o CO e insuficiência respiratória global.
- Particularidades das provas de função respiratória em idade pré-escolarPublication . Pereira, Inês; Bonito, Ana Rita; Melo, Luana; Clérigo, Anália; Almeida, IsabelIntrodução - As crianças em idade pré-escolar habitualmente não conseguem explicar os seus sintomas. Desta forma, o estudo da função respiratória é um método objetivo pertinente nesta faixa etária tendo em conta que auxilia o clínico no diagnóstico e a estabelecer a terapêutica, para uma melhor qualidade de vida das crianças com doenças respiratórias crónicas. Objetivo - Descrever as particulares do estudo da função respiratória em pré-escolares e mostrar que a realização de provas de função respiratória por Cardiopneumologistas especializados no trabalho com crianças pode aumentar a taxa de sucesso das provas. Metodologia - Utilizou-se as bases de dados PubMed e Scopus, de artigos publicados entre 2003-2022 e palavras-chaves: “Preschool”; “Lung function”; “Spirometry”. Obtiveram-se 20 artigos e selecionou-se 9. Desenvolvimento - A asma brônquica é uma doença respiratória que afeta um grande número de crianças em idade pré-escolar, nesta idade, as provas de função respiratória revestem-se de particularidades, suscitando cada vez mais interesse da comunidade científica neste âmbito, com grandes progressos nesta área. A idade pré-escolar, dos 3 aos 6 anos, constitui um dos maiores desafios em termos de avaliação da função respiratória porque nesta faixa etária são geralmente demasiado crescidas para serem sedadas, como utilizado em bebés, e demasiado jovens para poderem realizar voluntariamente muitas das manobras. A sua grande particularidade consiste em não conseguirem expirar durante mais de um segundo, devido aos volumes pulmonares serem menores, sendo necessária a medição do FEV0,75 que é um parâmetro mais precoce no tempo. As técnicas mais realizadas são a espirometria animada, que apela ao foco e motivação das crianças e a avaliação das resistências específicas. A maior dificuldade é a sua colaboração e atenção, daí ser necessário adquirir especificidades para obter respostas eficazes, como ter um laboratório amigável que transmita tranquilidade, segurança e confiança, os procedimentos devem ser explicados de forma simples e com recurso a brincadeiras, usando palavras de incentivo para encorajar as crianças. Desta forma, torna-se fulcral a crescente experiência e especialização dos Cardiopneumologistas. Conclusão - A avaliação da função respiratória em idade pré-escolar é atualmente possível, mas ainda há muito trabalho a fazer na normalização dos testes e na compreensão do papel mais apropriado para cada teste na avaliação do crescimento do sistema respiratório e na gestão clínica de crianças nesta faixa etária. Assim sendo, são necessários mais estudos clínicos padronizados e controlados para o estabelecimento de orientações mais precisas para as provas de função respiratória em pré-escolares.