Loading...
1 results
Search Results
Now showing 1 - 1 of 1
- Inovações em suporte ventilatório: terapia de alto fluxo no tratamento da COVID-19Publication . Faria, Ana; Silva, João; Martins, Marta; Clérigo, Anália Matos; Pereira, JoãoIntrodução: A COVID-19 é uma doença causada pelo coronavírus SARS-CoV-2 e em casos de doença severa, pode levar ao desenvolvimento de uma Síndrome de Dificuldade Respiratória Aguda (ARDS) e progredir para uma Insuficiência Respiratória Aguda, podendo levar à morte. Nestes casos, é crucial o suporte ventilatório dos doentes, que pode ser feito por meio de técnicas invasivas e não invasivas. A terapia de alto fluxo é um tipo de suporte respiratório não invasivo que providencia uma maior concentração e fluxo de oxigénio, estando esta associada a uma menor necessidade de ventilação invasiva, menor mortalidade e menor risco de reintubação por hipoxemia aguda e insuficiência respiratória. Propõem-se como objetivos deste trabalho salientar a importância desta terapia nos doentes com Covid-19 e apresentar uma possível área de atuação do Licenciado em Fisiologia Clínica. Desenvolvimento: A terapia de alto fluxo (HFT) é uma terapia de suporte ventilatório não invasiva, que é admistrada através de interfaces (cânula nasal), que promovem maior conforto ao doente e fornecem uma fração inspirada de oxigénio (FIO2) estável com taxas de fluxo até 60 L/min-1. Esta técnica é bem tolerada e deve ser idealmente aplicada a 37°C de forma a permitir uma boa humidificação do gás inspirado. As taxas de fluxo e FIO2 devem ser selecionadas com base no esforço inspiratório do paciente e na gravidade da hipoxemia. Algumas vantagens desta terapia que estão descritas na literatura compreendem alguns efeitos como a humidificação e aquecimento do ar que ajuda a manter a hidratação das mucosas e a mobilização de secreções nestes pacientes, otimizando a função mucociliar e reduzindo a viscosidade do muco. Estes efeitos promovem a redução do trabalho respiratório devido à otimização da eficiência ventilatória e mecânica respiratória, resultando numa redução da frequência respiratória, do esforço inspiratório, aumento da pressão positiva ao final da expiração (PEEP) e do volume expiratório final, redução da resistência inspiratória e limpeza do espaço morto anatómico nas vias aéreas superiores. Algumas desvantagens desta terapia compreendem o aumento do risco de contágio dos profissionais de saúde associado à dispersão de gotículas em forma de aerossóis. Posto isto, as técnicas de suporte ventilatório não invasivo devem ser implementadas preferencialmente em quartos de pressão negativa e com a utilização de todas as medidas e equipamentos de proteção individual. Conclusão: A Terapia de Alto Fluxo apresenta melhores outcomes do que a oxigenação standart em pacientes com Covid-19. Estudos recentes demonstraram que o uso isolado desta terapia reduziu a necessidade de ventilação invasiva nos doentes mais críticos aumentando assim a sua taxa de sobrevivência após 90 dias.