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- A libertação do intérpretePublication . Durán, Roberto José Seller; Xavier, MadalenaToda a pessoa com vontade de fazer uma formação em qualquer arte, disponibiliza o seu próprio corpo, de forma natural e espontânea, para desenvolver a capacidade de se tornar sensível. Assim como, um bailarino pode conseguir desenvolver a deslumbrante arte da dança, a consequência da insaciável disciplina de disponibilizar-se ao estudo detalhado do seu corpo, para o utilizar como uma eficiente ferramenta de comunicação entre o espectador e o próprio artista, permitindo-lhe evoluir para um estado de completa expressividade e interpretação. Este relatório pretende evidenciar, moldar e refletir, por meio das próprias experiências vivenciadas e os momentos testemunhados, o trabalho desenvolvido em contexto de estágio curricular na GöteborgsOperans Danskompani, que decorreu entre Fevereiro e Abril de 2023, inserido no plano de estudos do Mestrado em Criação Coreográfica e Práticas Profissionais da Escola Superior de Dança de Lisboa. Por meio do presente estudo pretende-se analisar a transformação física, social, intelectual e artística dos bailarinos numa companhia de repertório de dança contemporânea e como estes se desdobram na sua estrutura. Esse corpo naturalmente singular, durante as intensas horas de trabalho com os diferentes coreógrafos convidados e num espaço de tempo limitado, desenvolve uma das suas tarefas mais complexas: conhecer-se por meio de um constante estudo particular, pormenorizado e profundo, disponibilizando, em consequência, nos diferentes processos criativos, a sua capacidade máxima de execução e interpretação dançada. A necessidade de sentir empatia com o estilo de movimento do(s) coreografo(s) desafia os próprios bailarinos a que desejem encontrar as melhores ferramentas, por meio duma profunda reflexão, que lhe permitam trabalhar para identificar o seu ser mais genuíno e autêntico durante o desenvolvimento da obra artística em questão. Estimulando, assim, querer conseguir transformar a matriz dessa ‘radiografia’, que se encontra sempre numa constante evolução, num ente singular e único. Os bailarinos florescem através dos constantes estímulos artísticos que surgem durante o próprio processo de criação, sempre que os mesmos conseguem estar completamente disponíveis, permitindo-lhes alcançar a sua máxima transformação artística. Mas, argumenta-se que para compreender se verdadeiramente o bailarino, nos momentos anteriores a apresentação pública da obra artística, consegue alcançar um estado honesto de libertação do próprio processo de criação previamente vivenciado, de forma natural ou forçada, ou se o bailarino simplesmente mantém-se sempre num estado de dependência com a própria obra artística, sem qualquer necessidade de manifestação.