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- Projeto tandem: estudo sobre os contributos do adulto como modelo social e pedagógico na aprendizagem adulto-criança e a pares em crechePublication . Morais, Inês Margarida Alves Santos Conte de; Fuertes, Marina; Fernandes, IsabelNos primeiros anos de vida, o desenvolvimento da criança é rápido e afetado pelas experiências (físicas, motoras e sensoriais) e pelas interações sociais. Os estudos Tandem demonstram que a forma como o adulto interage e comunica influencia a ação e a participação da criança de idade pré-escolar. Neste estudo pretendemos pesquisar sobre o papel do adulto enquanto modelo social e pedagógico para as crianças mais novas, de 2 a 3 anos, durante uma atividade lúdica de construção conjunta, e perceber se os modelos dos adultos são transferidos para as crianças destas idades. Nesta pesquisa participaram 20 crianças, entre os 2 e os 3 anos, e 10 educadores/auxiliares, distribuídos por 10 díades adulto-criança e 10 díades criança-criança. Cada díade foi filmada durante 15 minutos numa atividade livre com materiais pré-definidos, seguindo o protocolo original do Estudo Tandem. O estudo decorreu em 2 fases: na primeira fase, um adulto e uma criança foram filmados na situação Tandem. Na segunda fase, a criança participante na fase 1 repetiu a experiência, com outra criança. Os participantes foram cotados nas tipologias Tandem relativamente à participação, desafio e relação. A análise e cotação do comportamento verbal do adulto e da criança abrangeu 8 categorias: perguntas de conteúdo, perguntas de processo, sugestões, direções, ordens, ensino, elogios e desaprovação. O comportamento interativo da criança foi analisado através da Escala Tandem de Observação do Comportamento da Criança, que contempla 3 categorias: participação, interação e cooperação. Na nossa investigação não encontramos evidências da transferência do modelo do adulto para muitas das crianças. A maioria das crianças de 2/3 anos fez a sua atividade em paralelo com outra criança, embora, na primeira fase, a tenha desenvolvido em parceria ou em colaboração com um adulto. A nossa pesquisa demonstra que o adulto assumiu com maior frequência um modelo de participação colaborativo, desafiador e caloroso, incentivando o desenvolvimento potencial das crianças mais pequenas. Assim, parece sugerir que a sensibilidade verbal e não verbal do adulto, a capacidade de desafiar a criança, partindo dos seus interesses e opiniões, num clima de apoio baseado na empatia, pode abrir espaços de participação para as crianças mais novas.