Browsing by Author "Arranhado, Maria Manuela Valadas"
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- O impacto do ensino de estratégias ou morfológicas ou fonológicas na escrita de morfemas homófonos: estudo de intervençãoPublication . Arranhado, Maria Manuela Valadas; Rosa, JoãoO objectivo deste estudo é o de avaliar o impacto da explicitação de regras morfológicas ou fonológicas na correcção da escrita de palavras que terminam em morfemas homófonos. Participaram neste estudo 90 crianças que frequentavam o 3º e 4º anos de escolaridade, num agrupamento de escolas públicas. Os participantes foram divididos aleatoriamente em três condições experimentais, dois grupos de intervenção (ou morfológica ou fonológica) e um grupo de controlo. Todas as crianças realizaram um pré-teste e um pós-teste, que consistia numa tarefa de escrita de palavras, ditadas no contexto de frases. Nesta tarefa tinham que escrever palavras terminadas nos morfemas homófonos “-am” e “-ão”, tais como, por exemplo, “comeram” e “foguetão”. A escrita destas palavras representa uma dificuldade muito frequente para as crianças mas pode tornar-se completamente previsível se forem entendidos os racionais quer morfológicos quer fonológicos que lhes subjazem. Os participantes foram também avaliados em tarefas de consciência morfológica (analogia de frases; interpretação de pseudo-palavras com contexto e interpretação de pseudo- palavras sem contexto) e de consciência fonológica (reconstrução silábica, reconstrução fonémica, segmentação silábica e segmentação fonémica). Estas medidas procuraram assegurar que quaisquer diferenças em correcção da escrita não podiam ser explicadas por diferenças, à partida, em consciência morfológica ou fonológica. Para testar aespecificidade da intervenção, foi ainda realizada uma prova de raciocínio aritmético (WISC III). Os dois grupos de intervenção receberam três sessões de treino de escrita dos morfemas, em pequenos grupos, havendo o cuidado de não incluir quaisquer palavras que aparecessem na tarefa de escrita. O grupo de intervenção 1 recebeu explicitação morfológica. O grupo 2 recebeu explicitação fonológica. O grupo de controlo não sofreu qualquer intervenção. Testaram-se as hipóteses de que haveria um efeito do treino ou morfológico ou fonológico na discriminação da escrita, possibilitando um desempenho significativamente superior ao alcançado pelas crianças na situação de controlo; o efeito do treino seria independente dos níveis iniciais de consciência ou morfológica ou fonológica; o efeito do treino seria específico para a escrita. Os resultados mostraram que havia uma diferença significativa do treino nas duas situações de intervenção. Em ambos os grupos verificaram-se ganhos equivalentes e significativamente superiores aos do grupo de controlo. Isto sugere que, quando podem dispor de compreensão explícita de como podem discriminar a grafia dos morfemas, as crianças passam a dispor de um instrumento de processamento cognitivo que lhes é particularmente útil para discriminar essa escrita, os efeitos do treino foram independentes e específicos. Este estudo sugere a necessidade de implementar estratégias de explicitação ou morfológica ou fonológica, em contextos escolares, na aprendizagem da discriminação escrita de palavras que terminam em morfemas homófonos.