Cavaleiro Rodrigues, José2019-10-242019-10-242009-09-09APA - Associação Portuguesa de Antropologiahttp://hdl.handle.net/10400.21/10639Desde os primórdios da disciplina, os antropólogos sempre mostraram uma apetência particular pela utilização da imagem. Mesmo quando o desenvolvimento das tecnologias ainda não permitia uma exploração plena dos meios, já a curiosidade e a vontade experimental faziam com que muitos se fizessem acompanhar dos equipamentos nas expedições ao terreno. Mais de um século depois desta ligação ter começado, a antropologia está longe de assegurar a definição clara de uma função e de um lugar para a imagem. A contradição entre simples aplicações documentais e ilustrativas e os projectos para uma disciplina capaz de produzir um ‘conhecimento sensorial’ dos objectos; a incompatibilidade entre metodologias objectivas e subjectivas; a incoerência e a desarticulação do campo subdisciplinar, são algumas das manifestações da ambiguidade do estatuto conferido pela antropologia às suas expressões visuais. Depois das revisões pós-modernas e pós-coloniais terem abalado as certezas logocêntricas, criaram-se condições para resolver equívocos e desencontros e repensar o enquadramento das imagens na investigação e no conjunto das práticas antropológicas. Na última década, o aperfeiçoamento do hipermédia veio disponibilizar a infra-estrutura tecnológica que faltava para se começar a trabalhar em novas formas de proceder à integração de imagens, palavras e sons nos conteúdos da antropologia. Perante as oportunidades oferecidas pela digitalização e alguns dos resultados promissores já alcançados, impõe-se uma reflexão sobre a utilização do hipermédia que exponha, não só as potencialidades e os ganhos representados por estes suportes, mas também alguns dos problemas conceptuais e dificuldades práticas por eles causados. É sobre estes meios e as mudanças que no futuro trarão para a forma de fazer antropologia que nos debruçaremos.porImagemDigitalizaçãoHipermédiaAntropologiaOs suportes hipermedia e o trabalho antropológico: podem as imagens valer tanto como as palavras?conference object