Moreira, Ana CatarinaBorrego, RuteMachado, MargaridaPombo, AndréCosta, VâniaAlmeida, Ana MariaTavares, Ana SofiaSá, CristinaCordovil, R.Luz, Carlos2020-02-242020-02-242019http://hdl.handle.net/10400.21/11150Introdução: Portugal é o 6.° país da União Europeia cuja prevalência de excesso de peso e obesidade ultrapassa os 30%. As crianças obesas apresentam risco mais elevado para hipertensão arterial do que crianças não obesas, risco que aumenta com o aumento do IMC e não apenas na classificação de obesidade. A hipertensão arterial é um dos principais factores de risco modificável de doenças cardiovasculares. A sua incidência e prevalência em crianças tem aumentado nas últimas décadas, principalmente, nos países desenvolvidos. Crianças com hipertensão arterial tendem a ser adultos hipertensos com elevado número de morbilidades associadas. Como tal, a sua prevenção deve iniciar-se o mais precocemente possível. Métodos: Estudo transversal em crianças do 1º ciclo, com avaliação nutricional por parâmetros antropométricos e de pressão arterial. A avaliação nutricional incluiu peso e altura para cálculo do índice de massa corporal (IMC), prega cutânea tricipital e prega subescapular para cálculo da percentagem de massa gorda (%MG) através da equação de Slaughter, e o perímetro da cintura para a razão cintura/altura. Para a medição da pressão arterial foi utilizado um tensiómetro de braço, OMRON® M6, realizadas duas medições da pressão arterial sistólica e a pressão arterial diastólica com um intervalo de alguns minutos e classificada de acordo com o percentil de altura (National High Blood Pressure Education Program, 2004). A análise estatística foi efectuada com programa IBM SPSS (Statistical Package for the Social Sciences). Resultados: Foram incluídos 181 crianças, 90 (49,7%) do sexo masculino, entre os 5 e os 10 anos com idade, média 7,4n1,2 anos. De acordo com o IMC, a maioria (61,9%) apresentava eutrofia, 38 (21%) excesso ponderal e 29 (16%) obesidade. A razão perímetro da cintura/altura foi superior ao percentil 90, em 62 (32,4%) crianças. A classificação da %MG foi superior ao percentil 91 em 47 (26,3%) e destes, 21 (11,6%) foram classificados com percentil superior a 98. A pressão arterial sistólica estava elevada (>Percentil 90) em 6 (3,3%) crianças, enquanto a diastólica estava elevada em 44 (24,3%) crianças, das quais 25 (13,8%) acima do Percentil 95. Verificou-se uma correlação positiva entre a pressão arterial sistólica e diastólica e o Z-Score de IMC (r=0,328; p<0,000) e (r=0,263; p<0,000) ; e entre a %MG (r=0,271; p<0,000) e (r=0,187; p<0,000), enquanto apenas a sistólica mostrou correlação fraca com a razão cintura/altura (r=0,181; p=0,015). As crianças eutróficas apresentavam valores de pressão arterial inferiores aos das crianças com excesso ponderal e obesidade (sistólica: 88,5n10,0 vs 93,6n9,7; p=0,050) (diastólica: 61,7n9,3 vs 64,7n7,4; P=0,024). Conclusão: Estes dados confirmam a elevada prevalência de excesso de peso e pressão arterial elevada em crianças no 1º ciclo, bem como a sua associação. Cerca de 1/3 das crianças apresentava excesso ponderal e ¼ tinha valores de pressão arterial elevados. Apesar de num estudo transversal não serem avaliados factores de causalidade, a correlação observada entre a pressão arterial e excesso de peso, indica que futuras intervenções devem focar não apenas a obesidade, mas igualmente a pressão arterial, especialmente em crianças com excesso de peso.porExcesso ponderalPressão arterialCrianças1.º ciclo do ensino básicoIPL/2019/CMSAU-CR_ESELxExcesso ponderal e pressão arterial em crianças do 1º Cicloconference object