Subtil, Filipa Mónica de Brito Gonçalves2019-10-152019-10-152007-07Subtil, F. (2007). Marshall McLuham: Media, cultura e escatologia. In. F. S. Neves (et al.) (pp.381-422). Lisboa: Edições Universitárias Lusófonas.978-972-8881-43-6http://hdl.handle.net/10400.21/10556A perspectiva de Marshall McLuhan, apesar da controvérsia que suscitou no mundo das ideias, nos anos 60 do século XX, junto com a tradição antecedente e pioneira dos estudos de comunicação de Harold Innis no interior da Universidade de Toronto, só recente e muito timidamente deixaram de ser negligenciadas. Esta é uma consequência do facto de a visão de McLuhan e de as anteriores e posteriores orientações da escola de Toronto pouco ou nada terem a ver com a conhecida bipolarização entre a investigação administrativa dominante nos EUA e a “teoria crítica” desenvolvida pela escola marxista de Frankfurt. As tendências que mais catacterizam a tradição académica canadiana da comunicação tendem a centrar-se fundamentalmente no tratamento conceptual e na reflexão histórico-social relativamente às alterações antropológicas que cada artefacto tecno-comunicacional promove na condição humana através das suas implicações na organização social, na cultura, na percepção, na sensibilidade e até no futuro da humanidade. Quais são, então, a relevância e o alcance, para as ciências da comunicação e para os estudos sociológicos, das reflexões de McLuhan relativamente às alterações dos meios que são a nossa fonte de informação, comunicação e conhecimento? Têm as suas hipóteses, que se tornaram quase populares, interesse teórico para o mundo contemporâneo? As sugestões de McLuhan quanto à importância dos processos de mediação via artefactos tecnológicos da informação permitem-nos um discernimento valioso sobre pressuposições que têm ainda hoje um papel central no estudo da vida social? Qual foi a recepção, no mundo intelectual e académico, do famoso aforismo “o meio é a mensagem” ou da ideia de que as tecnologias da comunicação nos estavam a conduzir para uma “aldeia global”? As intuições de McLuhan, audaciosas e inesperadas, mas também poderosamente interpelantes, deixaram algum rasto na consciência contemporânea? A sua visão sobre um mundo aberto a um tremendum de compossibilidades é uma mera miragem ou, pelo contrário, prossegue uma tradição de fundo no pensamento? Sendo estas as interrogações que organizam este texto, a tentativa de resposta que aqui se esboça procura simultaneamente esclarecer alguns dos problemas com que a reflexão contemporânea sobre os meios de comunicação se depara.porMcLuhan, Marshall (1911-1980)MediaCulturaEscatologiaCiências da comunicaçãoEstudos sociológicosAntropomorfização da tecnologiaTecnomorfizaçãoNovas tecnologiasMarshall McLuham: media, cultura e escatologiabook part