Cruz, InêsFreire, MarianaDiop, YapeClérigo, AnáliaAlmeida, Isabel2024-02-222024-02-222024-02Cruz I, Freire M, Diop Y, Clérigo A, Almeida I. O impacto da obesidade na função respiratória. In: XVII Seminário Temático em Fisiologia Clínica, ESTeSL, 1 de fevereiro de 2024.http://hdl.handle.net/10400.21/17156Introdução: Nas últimas décadas, a prevalência da obesidade aumentou drasticamente, sendo assim considerada a doença metabólica mais comum mundialmente, levando a uma epidemia global. O Relatório da Obesidade publicado pela Organização Mundial da Saúde em 2022, conclui que cerca de 60% dos adultos e 1 em cada 3 crianças em idade escolar é obesa ou tem excesso de peso na região europeia abrangida pela organização. A obesidade pode afetar vários sistemas do corpo, nomeadamente o respiratório onde, as alterações funcionais dependem do padrão de distribuição do tecido adiposo (gordura). Este trabalho, através de uma revisão da literatura pretende avaliar o impacto da obesidade na função respiratória. Os dados para a presente revisão de literatura foram selecionados sem restrição de idioma, utilizando como recurso as bases de dados Pubmed, Scopus e Web of Science. Para a pesquisa, foi estabelecido uma restrição temporal, em que apenas foram selecionados artigos entre 2012 até data de hoje. Desenvolvimento: A obesidade é uma condição crónica, definida como uma acumulação anormal de gordura, que pode levar a repercussões negativas em diversos órgãos e sistemas. A etiologia da obesidade é complexa sendo que os fatores que mais contribuem para o seu desenvolvimento incluem: hábitos alimentares inadequados, sedentarismo, fatores genéticos, metabólicos e ambientais. A obesidade pode ser caracterizada de várias formas, pelo perímetro abdominal, relação cintura/quadril (RCQ), circunferência abdominal (CA) ou pelo índice de massa corporal (IMC). Relativamente a este, a obesidade pode dividir-se nas seguintes categorias: excesso de peso: IMC entre 25-29,9 Kg/m2; obesidade de grau I: IMC entre 30 e 34,9 Kg/m2; obesidade de grau II: IMC entre 35 e 39.9 Kg/m2; obesidade mórbida: IMC superior a 40 Kg/m2. Em indivíduos obesos, a respiração em repouso pode estar alterada pelo aumento excessivo de gordura na região toráco-abdominal, que dificulta o trabalho eficaz dos músculos respiratórios. As outras alterações que podem estar presentes são: restrição na mobilidade do diafragma e dos músculos respiratórios intercostais, comprometimento da dinâmica e compliance do sistema respiratório, alterações no controle neural da respiração, aumento do volume sanguíneo. Estas alterações têm, na função respiratória, o seguinte impacto: diminuição dos volumes e capacidades (Capacidade Residual Funcional, Volume de Reserva Expiratório, Capacidade Vital Forçada, Volume expiratório máximo medido no 1º segundo de uma expiração forçada); aumento da resistência pulmonar total; diminuição da compliance; diminuição das pressões máximas respiratórias; aumento da difusão alvéolo-capilar; insuficiência respiratória global. As alterações da FR dependem sempre do grau de gravidade da obesidade. Conclusão: Nestes últimos anos, a obesidade tornou-se uma epidemia, sendo que a realização de provas de função respiratória, nestes indivíduos, revela-se cada vez mais importante, para que haja uma intervenção precoce na alteração ventilatória que pode advir em consequência da obesidade. As alterações ventilatórias esperadas de acordo com a maioria dos autores, na obesidade, são maioritariamente a restritiva, acompanhada de um aumento da difusão alvéolo-capilar para o CO e insuficiência respiratória global.porObesidadeFunção respiratóriaObesityRespiratory systemRespiratory function testO impacto da obesidade na função respiratóriaconference object