Antunes, Rui Filipe2025-07-092025-07-092025-06-23http://hdl.handle.net/10400.21/21966Neste artigo queremos pensar a caminhada como uma forma de arte “expandida”, enquanto expressão artística de convergência entre vários formatos integrando elementos tão diversos como tempo, espaço, performance, cenografia, sonoplastia, dramaturgia, tecnologia e participação do público, para criar experiências imersivas e incorporadas. Enfatizamos o seu potencial como acontecimento multimodal, mobilizador, capaz de gerar novos estratos de significação no espaço público, e a sua capacidade inerente de envolver os participantes num processo de receção ativa, inserindo-se num campo de práticas artísticas contemporâneas que tensionam a relação entre corpo, história e paisagem urbana. Debruçamo-nos sobre um caso de estudo, a caminhada-performativa: Imemorial-Passos no Cativeiro, que num percurso estruturado em estações narrativas, questiona processos de apagamento histórico fazendo uso de um dispositivo narrativo e sensorial ativador da memória coletiva e (re)configurador da perceção do espaço urbano. A partir desta análise, discutimos como as artes do caminhar se podem posicionar na interseção entre estética, política e tecnologia, evidenciando a sua relevância no panorama das práticas artísticas contemporâneas.ABSTRACT - In this essay we aim to reflect on the walk as an “expanded” art form, a convergence practice entailing several artistic forms which include elements as varied as time, space, performance, set design, sound effects, dramaturgy, technology and audience participation, in order to create immersive and embodied experiences. We emphasize its potential as a multimodal and mobilizing event, capable of generating new layers of meaning in the public space, as well as its inherent capacity to involve the participants in an active reception process, due to its inclusion in a contemporary artistic field which strains the relationship between body, history and urban landscape. We focus on a case study, the performative walk Imemorial – Passos no Cativeiro [Time Immemorial – Footsteps in Captivity], which, in a structured path containing narrative stations, reflects on historical erasure through a narrative and sensorial apparatus that activates the collective memory and (re)configures the perception of the urban space. Following this analysis, we discuss the way in which performative art forms may be positioned at the intersection of aesthetics, politics and technology, thus evincing their relevance in the contemporary art landscape.porCaminhada artísticaArte expandidaÁudio-walkAudiófiloPós-memóriaArtistic walkExpanded artAudiowalkAudiophilePost-memoryDesfazendo fronteiras: uma reflexão sobre o campo expandido nas artes do caminhar a partir da caminhada artística Imemorial: Passos no Cativeirojournal article10.34629/rcdmt.vol.2.n.1.pp150-1742795-5788